Impecável em 2015, Zarco conquista titulo da Moto2 com antecipação no palco de 1º triunfo no Mundial de Motovelocidade

Com o Tito Rabat fora do GP do Japão de Moto2, Johann Zarco garantiu, com antecipação, o título da classe intermediária do Mundial de Motovelocidade. Taça chega no mesmo circuito em que o francês conquistou sua primeira vitória no campeonato da FIM (Federação Internacional de Motociclismo)

A cobertura completa do GP do Japão no GRANDE PRÊMIO

Johann Zarco não desperdiçou seu segundo match-point. Depois de ter sucumbido à pressão em Aragão, o piloto da Ajo não precisou nem mesmo largar para o GP do Japão para conquistar o título da Moto2 com quatro provas de antecedência.
 
Único rival na luta pelo Mundial, Tito Rabat já chegou ao Japão com 79 pontos de atraso para o piloto da Ajo, mas, além da diferença na tabela, o titular da Marc VDS também carregava na bagagem uma lesão que seria determinante para o desenrolar da prova deste fim de semana.
 
Na última segunda-feira, Tito fraturou o rádio do antebraço esquerdo em um acidente no circuito de Almería. O espanhol passou por uma cirurgia para estabilizar a fratura e foi ao Japão com a meta de correr. Inicialmente, os médicos permitiram que Rabat participasse do primeiro treino livre, mas uma reavaliação ainda nos primeiros minutos da sessão acabou por encerrar a disputa do título.
Johann Zarco vai poder comemorar o título da Moto2 com muitas piruetas (Foto: Divulgação/MotoGP)
Barrado pelos médicos, Rabat não vai correr em Motegi. Assim, os 79 pontos de vantagem com que chegou ao circuito nipônico são suficientes para declarar Zarco campeão.
 
Curiosamente, o primeiro título do #5 chega no mesmo circuito onde, quatro anos antes, ele subiu ao topo do pódio pela primeira vez no Mundial de Motovelocidade. Na prova de Motegi das 125cc de 2011, Johann foi o primeiro a receber a bandeirada, 5s900 à frente de Nico Terol, o segundo colocado.
 
Nascido em Cannes, no sul da França, no dia 6 de julho de 1990, Zarco começou a carreira nas competições de moto de Itália, antes de chegar, em 2007, à Red Bull Rookies Cup, que fazia sua primeira temporada.
 
Com quatro vitórias e outros três pódios, Zarco fechou o ano com 159 pontos e foi o primeiro campeão da categoria monomarca que acompanha o Mundial de Motovelocidade nas etapas europeias. Depois da Rookies Cup, Johann voltou para a Itália, e, em 2009, fez sua estreia no Mundial de 125cc, defendendo a equipe WTR San Marino.
 
 Em seu primeiro ano, Zarco teve como melhor resultado um sexto lugar no GP da Itália e fechou o ano com o 20º posto na classificação. No ano seguinte, o francês seguiu a bordo da Aprilia da WTR, fechando o ano com um 11º posto no quadro geral.
 
O primeiro salto de qualidade veio em 2011. Guiando a Derbi da Ajo, Johann conquistou seu primeiro pódio — um terceiro lugar no GP da Espanha — e seu primeiro triunfo, fechando o ano com um total de 262 pontos e o vice-campeonato das 125cc, 40 pontos atrás de Terol, o campeão daquele ano.
 
O desempenho nas 125cc credenciou o francês para o salto para a Moto2, com a pequena JiR, uma equipe que prometia muito mais do que entregava. Com a MotoBI do time onde foi companheiro do brasileiro Eric Granado, Johann somou 94 pontos e ficou com o décimo posto no Mundial.
Com Johann Zarco, Ajo faturou o título em seu primeiro ano na Moto2 (Foto: AP)
No ano seguinte, Zarco migrou para a Ioda e, com a Suter, conquistou seu primeiro pódio na divisão intermediária — um terceiro lugar no GP da Itália. A mudança deu resultado e viu o piloto saltar para a nona colocação no Mundial.
 
Em 2014, Zarco se arriscou com a então estreante Caterham, mas apesar de o resultado final ter melhorado — sexto no Mundial de Pilotos —, a aventura no time de Tony Fernandes durou pouco, assim como a equipe.
 
O fim da Caterham, entretanto, não representou um problema para Zarco, uma vez que ele voltou a se aliar com Aki Ajo, que aumentou sua estrutura com uma equipe na Moto2. De volta à sua antiga casa, Johann descobriu o caminho da vitória entre os pesos médios, com um triunfo no GP da Argentina, a terceira prova de 2015.
 
O primeiro na Moto2 triunfo, aliás, foi adiado por uma falha na Kalex. Na abertura da temporada, no Catar, um problema mecânico tirou do piloto de Cannes uma vitória fácil, deixando Johann com um oitavo posto, que foi, ao menos até aqui, seu pior resultado no ano.
 
O triunfo em Termas de Río Hondo, entretanto, colocou o #5 no topo da tabela de classificação. Impecável, Zarco tratou de aumentar sequencialmente sua vantagem entre as provas da Argentina e de Aragão. Nesse intervalo de 12 provas, Johann somou seis triunfos e um total de 11 pódios.
 
Com essas seis vitórias, o titular da Ajo é o piloto francês que mais vezes venceu no Mundial de Motovelocidade em uma única temporada. Além disso, o piloto de 25 anos triunfou três vezes seguidas em 2015 — nos GPs da República Tcheca, da Grã-Bretanha e de San Marino —, o que faz dele o primeiro representante da França a conseguir tal feito em qualquer uma das categorias do campeonato da FIM (Federação Internacional de Motociclismo).
 
Com tal desempenho, Zarco teve sua primeira chance de título em Aragão, mas uma atuação apagada no MotorLand acabou adiando a conquista. Mas, com ausência de Rabat no GP do Japão, o #5 não pode ser mais alcançado.
 
Assim, Johann é o primeiro francês a conquistar o título da classe intermediária do Mundial desde que Olivier Jacques triunfou nas 250cc em 2000. Antes do piloto de Villerupt, apenas Christian Sarron, em 1984, e Jean-Louis Tournadre, em 1982, tinham colocado a França no topo da classificação da divisão do meio.
 
Além de recolocar ao motociclismo gaulês no mapa do esporte, Zarco é o primeiro dos pilotos que passaram pela Red Bull Rookies Cup a conquistar um título no Mundial de Motovelocidade. Ainda neste ano, a categoria apoiada pela fábrica de energéticos pode ver outro de seus pupilos atingirem o olimpo do esporte, com Danny Kent se encaminhando para o título da Moto3.
 
Assim como fez Tito Rabat, Zarco vai seguir na Moto2 em 2016 para defender seu título. O francês não teve lá boas ofertas para subir para a MotoGP, mas mostrou muita maturidade ao justificar sua permanência na classe do meio junto com o time de Aki Ajo.
 
“É estranho, pois têm muitos pilotos que depois de trabalharem um longo tempo, fazem um bom ano, e aí vão em uma decrescente por vários anos. Então talvez você só seja feliz uma vez na carreira”, comentou. “Eu não quero ser um desses caras. Eu quero entender como permanecer sendo um dos bons pilotos, como ficar neste nível!”, justificou.
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