Zarco começa com pé direito em Le Mans e se põe como ameaça à Yamaha

Francês fechou o primeiro dia como líder da MotoGP na França. Destaque neste início de temporada, a Yamaha mostrou força e colocou quatro pilotos dentro do top-10

França dominou o primeiro dia de treinos em Le Mans Vídeo: MotoGP)

O frio e o clima carrancudo não impediram a MotoGP de completar um bom primeiro dia de testes em Le Mans nesta sexta-feira (14). A atividade matutina foi mais influenciada pela chuva, que embora não tivesse mais caindo, manteve o asfalto molhado. Na parte da tarde, as nuvens carregadas seguiram presentes, mas os pilotos conseguiram desfilar com os slicks ao longo de todos os 45 minutos de atividade.

No resultado combinado as duas sessões, a liderança ficou com Johann Zarco, que cravou 1min31s747 para colocar a Ducati no topo da tabela. Só 0s095 mais lento, Fabio Quartararo formou a dobradinha francesa.

Johann Zarco ficou com o melhor tempo do dia em Le Mans (Foto: Pramac)

“Estou muito satisfeito. Rodar na pista seca no TL2 foi extremamente importante, levando em contra a imprevisibilidade climática que estamos experimentando”, disse Zarco. “Me diverti e a sensação que tive no TL1 foi perfeita. Mais tarde, no TL2, melhorou ainda mais”, explicou.

“Posso dizer que foi um bom dia. A pista estava molhada de manhã, mas aí secou. Eu gosto dessas condições e elas me ajudaram a ganhar confiança na moto e a pegar as referências certas. Foi um warm-up perfeito para a tarde”, ponderou. “O TL2 talvez tenha sido a única sessão em pista seca que teremos neste fim de semana. Sempre melhorei meus tempos e sensações, desde a primeira saída, o que me deixa muito feliz. Estou feliz com o meu tempo. Para ser rápido nesta pista curta, você precisa estar confortável na moto e o passo à frente que dei hoje vai me ajudar se tivermos essas condições de novo. Sei que teremos condições complicadas durante o fim de semana, mas a primeira meta era chegar ao Q2 e nós fizemos isso”, sublinhou.

O francês destacou a força da Yamaha, mas considerou que, se conseguir acompanhar Quartararo na primeira metade da corrida, tem chance de brigar com o francês.

“Sabemos que a Yamaha é rápida no seco e o tempo de Fabio é bastante impressionante. Ele tem a habilidade de ser imediatamente rápido no seco e, se tivermos essas condições na corrida, podemos ser cuidadosos e não deixá-lo escapar, como em Jerez. Aí, a partir da metade da corrida, acho que as coisas ficam mais equilibradas”, completou.

Recém-operado, Quartararo sofreu menos do que o esperado, mas não saiu satisfeito com o desempenho que apresentou na pista molhada.

Fabio Quartararo ficou entre os ponteiros apesar da cirurgia recente (Foto: Yamaha)

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“No molhado, ainda me falta alguma coisa, mas no seco correu tudo bem”, disse Quartararo à emissora italiana Sky Sport MotoGP. “Eu fiquei surpreso já na primeira volta, porque, apesar de não ser uma sessão de tempo de ataque, fiz 1min32s1, com tanque cheio e pneus novos”, apontou.

“De qualquer forma, o importante é estar dentro dos dez primeiros para ter calma para amanhã. Estou, portanto, feliz com este primeiro dia”, declarou.

Fabio, porém, negou que a disputa com Johann represente uma pressão extra. “É mais uma motivação”, declarou. “Zarco se sente mais confortável do que eu na pista molhada, mas vamos ver quais condições teremos amanhã e domingo”, seguiu.

Em um 2021 onde o placar está Yamaha 3 x 1 Ducati, Quartararo previu dificuldades no confronto entre as duas marcas.

“Não sei qual das duas máquinas vai melhor, eu nunca testei a Ducati! Olhando de fora, parece que as duas estão indo muito bem. Em alguns lugares, a Yamaha é mais rápida, em outros, é a Ducati. Cada moto tem seus pontos fortes, então será difícil lutar com eles, mas também será difícil para eles lutarem conosco”, avaliou.

A fábrica de Bolonha chegou embalada por um 1-2 inesperado no GP da Espanha e, além de Zarco, viu Jack Miller fechar o dia na sétima colocação. Líder do Mundial, Francesco Bagnaia caiu no TL2 e fechou o dia com o 12º melhor tempo, 1s053 atrás do líder.

Maverick Viñales colocou a segunda Yamaha no top-3 (Foto: Yamaha)

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A casa de Iwata, por sua vez, tem plenos motivos para comemorar, já que as quatro motos ficaram na parte de cima da tabela. Além de Quartararo e Viñales, Franco Morbidelli foi quinto, com Valentino Rossi ressurgindo para ser nono.

“Na chuva, não me custou, mas não pude dar as últimas voltas”, destacou Viñales, se referindo a uma queda. “Acho que teria terminado entre os três primeiros com o pneu médio na dianteira e na traseira. Gostei da moto no molhado. Ano passado também tínhamos ido bem. Acho que podemos ter um bom ritmo. Há vários fins de semana que não me sentia como hoje”, desabafou.

“Recuperei muitas sensações, mas podemos melhorar muito a eletrônica. Rodamos em 1min32s baixo, algo que não é fácil aqui em termos de ritmo, então estou muito contente”, salientou.

Perguntado sobre em quais aspectos mais melhorou, Viñales respondeu: “Especialmente na freada, que é onde eu mais perdia. Eu não conseguia parar a moto. Depois do teste de Jerez, conseguimos recuperar e isso é muito bom. Estou contente, porque voltei a ter confiança com a roda dianteira, pois esse ponto é muito importante para a nossa moto”.

Ciente da força do rival da Pramac, Maverick falou em focar no próprio trabalho para minimizar a ameaça dos rivais.

“Zarco sempre foi muito rápido, especialmente com motos grandes, mas estamos em um grande nível. Temos de nos concentrar em nós mesmos e tirar o potencial máximo, como fizemos no Catar”, adicionou.

Mas Ducati e Yamaha não foram as únicas protagonistas. Dona de um histórico vitorioso no traçado de Sarthe, a Honda colocou três motos no top-10 ― Pol Espargaró foi quarto, Marc Márquez ficou em oitavo e Takaaki Nakagami, décimo.

Miguel Oliveira também garantiu espaço no top-10 (Foto: KTM)

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“Entre Portimão e Jerez, a mudança de sensações foi maior. Aqui na França não foi tanto. É muito relativo ao traçado. Aqui o traçado e as freadas são fortes como em Jerez, mas as mudanças de direção são um pouco mais suaves. Toda a parte final da reta, a última parcial, é mais forte”, comentou. “Aqui eu me senti um pouco mais limitado, mas também rodamos pouco no seco. Na água, me senti melhor, porque você faz menos força. Não estou 100% e tampouco estarei em Mugello ou Montmeló. Precisamos de tempo. Vamos tentar gerir da melhor maneira”, avisou.

A KTM viu Miguel Oliveira ocupar a sexta colocação, com Iker Lecuona e Brad Binder em 15º e 16º, respectivamente, e Danilo Petrucci na última colocação.

A Suzuki não chegou a ser um fiasco, mas pagou o preço que quedas de Álex Rins e Joan Mir nos minutos finais do TL2. Assim, a marca nipônica fechou a sexta-feira com as posições 11 e 13.

Além da ameaça de chuva, a passagem pela curva 3 é uma preocupação, já que a chicane foi palco de muitas quedas ao longo dos treinos das três classes. Além de velocidade, os pilotos vão precisar mesmo é de cuidado.

Quinta etapa da temporada, o GP da França de MotoGP está marcado para este domingo (16), às 9h (de Brasília). Acompanhe a cobertura do GRANDE PRÊMIO sobre o Mundial de Motovelocidade.

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