Jorge Lorenzo já se mostrou bastante resignado com sua situação na Honda. Ainda sofrendo para conseguir se adaptar com o time, e ainda lidando com a recuperação de lesões, o espanhol comentou a fase muito difícil que tem passado.
No final de semana, o Mundial de Motovelocidade disputou o GP de Aragão. Sofrendo desde o inicio da etapa, o tricampeão teve de se contentar com a 20º, e penúltima colocação, ficando fora da zona de pontos.
Ao comentar sobre a corrida, ressaltou os problemas que enfrentou. “Parecia que dessa vez poderíamos nos aproximar dos 30s, que era meu objetivo, porque a largada foi boa, consegui posições nas duas primeiras voltas, me sentia bastante forte quando tinha pneu novo e aderência”, disse.
“Mas, infelizmente, o pneu começou a patinar e não avançava. Os outros me passavam nas retas. A moto não tracionava e tive que levar a corrida sendo muito dócil com o acelerador e ainda assim acabei com o pneu. Tenho uma configuração diferente de Crutchlow e Marc, por exemplo, e cada vez que tento diferenciá-los, perco a confiança dianteira”, continuou.
Jorge Lorenzo (Foto: Michelin)
“Tento sacrificar um pouco da aderência traseira para manter a estabilidade. Mas talvez não seja o caminho, sobretudo, para a corrida, para manter um ritmo constante. Talvez a estratégia para as próximas corridas seja tentar ter muita aderência traseira e me acostumar com essa instabilidade”, completou.
Desde que chegou à Honda, o #99 tem topado com problemas. Seja dificuldade em adaptação, seja lidar com lesões, como as fraturas nas vértebras que sofreu em Assen, a vida do piloto não está fácil em cima da RC213V. “Claro que é muito difícil. Se você se foca em curto prazo, é dificílimo. Se tem mais perspectiva, e olha para toda minha carreira, sigo sendo um piloto muito sortudo”, pontuo.
“Se você olha para o presente, é muito complicado. Tenho sofrido muito em relação a resultados, lesões e a sensação da moto. É o que há. As lesões dificultaram muito essa evolução que estava tendo. Ao menos, apesar de nunca ter sido competitivo com essa moto, terminava as corridas a 15s, não a 46s como agora, mas tudo tem influenciado negativamente para essa distância. O físico tem sido importante. Minhas costas seguem doendo após as corridas”, ressaltou.
“Não consigo forçar para ter força nem massa muscular. Isso se vai ganhando pouco a pouco. Em nível de pilotagem, cada vez mais consigo fluidez com a moto, vou pilotando melhor, mas quando a resultados, por A ou B não damos grandes passos. Temos entendido algumas coisas que podem nos servir para o futuro”, emendou.
“A respeito de entender um pouco mais a moto e com melhor físico posso melhorar para estar mais próximo. No início, mesmo que encontre circuitos que me dê muito bem, esperar por pódios neste ano vai ser muito difícil, ou o top-5, vai ser um progresso constante e lento”, concluiu.
Paddockast #34 O GRID DOS SONHOS DO ESPORTE A MOTOR |