Márquez faz turismo em vitória fácil em Le Mans e deixa pergunta: Cadê o resto da MotoGP?

Dono da pole, Marc Márquez foi de turista à França e venceu com a tranquilidade de quem dá um passeio no parque. Com a terceira vitória do espanhol em cinco corridas, eis que surge a pergunta: cadê o resto da MotoGP?

O GP da França de MotoGP foi um clássico caso de propaganda enganosa. Lá no começo do ano, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade ‘vendeu’ uma temporada de alta competitividade e prometendo corridas emocionantes. Mas, cadê?
 
Neste domingo (19), Marc Márquez venceu em Le Mans na maior tranquilidade. É bem verdade que o piloto da Honda teve dois momentos em que precisou olhar por cima do ombro: primeiro, ao dividir a freada das primeiras curvas com Danilo Petrucci. Depois, ao se defender dos ataques de Jack Miller. E só. Uma vez que conseguiu se livrar da pressão do piloto da Pramac, o #93 passeou pelas 14 curvas do circuito Bugatti e chegou tranquilo ao 300º triunfo da montadora da asa dourada na classe rainha.
 
Tal qual fez em todos os anos de sua caminhada na MotoGP, Márquez veio com uma versão nova em 2019: uma que não se importa em sumir na ponta da corrida e caminhar tranquilo rumo à vitória. Até aí, nada de errado com a tática do piloto de Cervera, mas se os outros continuarem encarando o ‘baile’ como se estivessem esperando ‘A’ música chegar, vai ficar tarde demais para tirar Marc para dançar.
Marc Márquez venceu fácil em Le Mans (Foto: Divulgação/MotoGP)

Passadas as primeiras cinco corridas do ano, Márquez já soma 95 pontos e tem só oito de frente por conta do abandono inesperado no GP das Américas. Não fosse o erro incomum ― que teve uma mãozinha de uma falha da RC213V ―, Marc teria uma soma mais polpuda e uma vantagem mais robusta na pontuação.

 
E, não que precisasse, mas o dia de Márquez ainda foi melhorado pelo irmão, Alex, que voltou ao topo do pódio da Moto2 pela primeira vez desde o GP do Japão de 2017.
 
“Foi um dia incrível para a nossa família”, reconheceu Marc. “Eu estou mais feliz pelo meu irmão do que por mim, pois meu irmão ficou um ano e meio longe do topo e estava lutando muito, nunca desistiu. Em Jerez, ele teve uma grande chance, mas não conseguiu. Hoje ele fez uma corrida muito boa, então estou feliz por ele e, claro, feliz pela minha corrida”, seguiu. 
 
A atuação de Márquez, aliás, foi uma nova evidência do bom trabalho da Michelin com os pneus. Normalmente, o espanhol calça pneus mais duros na dianteira, já que sua forma de guiar exige uma borracha mais resistente, mas, mesmo com a opção mais mole da alocação, o #93 não teve trabalho. 
 
“E feliz com todo o trabalho que a Honda fez, porque foi uma pista difícil para nós, condições duras, pois, normalmente, nós sempre temos dificuldades no frio, mas nós colocamos o pneu macio dianteiro, que nunca usamos, e foi o melhor pneu”, reconheceu.
 
Em busca do sétimo título da carreira no Mundial, Márquez considerou que pode correr com estilos diferentes em 2019 e destacou a confiança que sente com o protótipo laranja. 
Foi a primeira vez que Márquez arriscou com os macios na dianteira (Arte: Grande Prêmio)

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“Este ano, eu posso pilotar com dois ou três estilos de pilotagem diferentes. Se quiser, posso forçar. Se quiser, posso reduzir na entrada [da curva] e tentar recuperar em outras áreas. Então, sim, esse é o caminho”, apontou. “E o mais importante é que eu sinto a moto. Isso é uma coisa que me dá confiança para fazer esse tipo de corrida, porque eu nunca fiz no passado. Agora parece que eu estou sempre tentando forçar”, comentou. 
 
“Mas, claro, eu preciso ser honesto: vão chegar algumas pistas, e eu sei disso, em que teremos dificuldades, então vai ser importante analisar. No momento, nós estamos curtindo, então é só continuar”, declarou.
 

Ainda, Márquez celebrou as disputas com Petrucci e Miller, mas admitiu que sabia desde o princípio que tinha ritmo para escapar na ponta.

 
“Eu lutei um pouquinho com Petrux e aí um pouquinho com Jack, boas ultrapassagens nas curvas 4 e 5, e foi bom, foi bom. Sempre é difícil lutar com Jack, porque ele força bastante, mas a minha meta era tentar liderar a corrida e tentar encontrar o meu ritmo, pois eu sabia que meu ritmo era bom o bastante para abrir vantagem passo a passo”, reconheceu.
 
Principal rival de Márquez nos últimos dois anos, Andrea Dovizioso reconheceu que é preciso fazer mais para parar o #93. Apesar de a Ducati ter colocado na pista uma boa moto, o time de Bolonha ainda não mostrou a que veio neste ano, com exceção do GP do Catar.
Marc Márquez e Danilo Petrucci dividiram as primeiras freadas (Foto: Divulgação/MotoGP)
“Nós somos competitivos, somos rápidos, mas não bastante”, admitiu Dovi. “Esperávamos fazer mais. O campeonato está muito positivo, porque tudo está aberto, mas devemos melhorar vários aspectos se não quisermos sofrer com Márquez neste momento”, frisou.
 
Do lado da Yamaha, as coisas não são muito melhores. O time de Iwata conseguiu evoluir em relação ao ano passado, mas não tem se colocado como uma ameaça de fato. Como tem acontecido com frequência, Valentino Rossi foi o melhor entre os pilotos montados da YZR-M1, mas Maverick Viñales, depois de ir bastante bem nos treinos, falhou na classificação e, para piorar, ainda foi tirado por Francesco Bagnaia no início da corrida. Mas, é preciso lembrar, o #12 tinha feito uma largada ruim e caído de 11º para 14º já na segunda volta.
 
Do lado da Suzuki, o sábado ruim não foi apagado. Joan Mir caiu ainda na volta de aquecimento, mas, apesar de ter podido largar com a moto reserva, pouco pôde fazer. Álex Rins, por sua vez, conseguiu uma prova de recuperação, mas ficou apenas em décimo.
 
Já está mais do que provado que consistência é importante na MotoGP, mas isso de nada vai valer se a consistência que se destacar for a de vitórias de Márquez.
(Arte: Grande Prêmio)

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