Márquez volta às origens e arrisca tudo para vencer e frear bom momento da Ducati em 2018

Mesmo dizendo que não faria bobagens em busca da vitória, Marc Márquez optou por calçar a RC213V com um pneu traseiro macio para tentar frear o bom momento da Ducati. Depois de um belo confronto com Andrea Dovizioso, o #93 encerrou a sequência vermelha e, de quebra, ampliou para 72 pontos a vantagem na liderança da MotoGP

Marc Márquez colocou um ponto final no bom momento da Ducati. Sem vencer desde o GP da Alemanha ― disputado em meados de julho ―, o piloto da Honda travou um duelo com a casa de Bolonha nas últimas etapas da MotoGP, mas só conseguiu sair por cima neste domingo (23). E, para isso, precisou recorrer aos ‘velhos métodos’.
 
Em uma temporada bastante mais racional ― com exceção, claro, do tresloucado GP da Argentina ―, Márquez foi para o risco nesta 14ª etapa e optou por largar com um pneu macio na traseira da RC213V. 
 
Com uma temperatura de 29°C em Teruel e o asfalto atingindo a marca de 44°C, o #93 teve a companhia de apenas Andrea Iannone, Álex Rins, Aleix Espargaró, Johann Zarco, Karel Abraham, Scott Redding, Hafizh Syahrin e Álvaro Bautista em sua opção pela borracha mais macia. Ou seja, Marc foi a única Honda a arriscar no calçado mais mole.
Marc Márquez arriscou para ser dar bem e quebrar série da Ducati (Foto: Repsol)
Após a corrida, Marc contou que se sentiu melhor com o pneu macio durante todo o fim de semana, mas a decisão só veio após o warm-up desta manhã, quando, inclusive, o piloto da Honda foi ao chão.
 
“Hoje eu arrisquei, apostei no pneu macio admitindo que iria correr mais riscos”, contou Marc. “Estou muito feliz com essa vitória, porque já fazia muito tempo que eu não terminava na ponta. Eu sabia que tinha uma grande chance aqui, mas, durante o fim de semana, fui rápido, mas Dovi era muito rápido e o cara mais forte”, lembrou.
 
“Eu caí no warm-up, mas acordei esta manhã e disse que queria arriscar hoje. Eu forcei e caí e aí comecei a pensar no motivo de ter caído, mas aí conversamos com o time, com a HCR, sobre o pneu traseiro. Eu não testei o pneu macio de tarde no calor, mas eu disse que acreditava nele e que podia controlar”, relatou. “Era a única chance de lutar com o Dovi, porque, com o duro, eu me sentia bem, mas não estava funcionando bem por causa do meu estilo de pilotagem, especialmente na entrada.”, garantiu.
 
Ciente de que teria de enfrentar as Ducati no MotorLand, especialmente Dovizioso, Marc explicou que preferiu arriscar com o pneu que se sentia mais confortável.
 
“Eu disse ontem que Lorenzo e Dovi eram os dois caras com mais ritmo, mas, na corrida, Dovi era mais rápido do que Lorenzo, especialmente com os pneus usados. Ele conseguia ficar em 1min48s no treino e Lorenzo tinha mais dificuldades com os pneus usados”, apontou. “A questão é que, com o duro, pelo meu estilo de pilotagem, para a nossa moto, eu não estava me sentindo confortável, especialmente na entrada da curva, e aí estava desgastando muito o dianteiro”, continuou. 
 
Questionado se a vitória deste domingo foi sua resposta ao crescimento da Ducati, Márquez explicou que seu objetivo é sempre melhorar.
 
“É claro que eu posso melhorar. Sou humano, posso e quero melhorar”, respondeu. “A cada ano, você aprende alguma coisa. É como um software, você tem de melhorar e melhorar suas habilidades em relação ao ano passado e usar a experiência”, comparou. 
 
“No ano passado, eu aprendi muitas coisas em termos de pilotagem seguindo Dovi muitas, muitas vezes, em termos de controlar a situação. Eu tentei copiar essas coisas neste ano e ai, no próximo ano, certamente terá outra coisa que podemos melhorar. Mas nós precisamos melhorar juntos. O time pode melhorar, a moto pode melhorar e o piloto pode melhorar”, sublinhou. “Isto é o bom do esporte, porque, se você não melhorar, se não encontrar uma coisa diferente, eles vão nos vencer”, assegurou.
 
Agora com 72 pontos de frente, Márquez evitou o clima de ‘já ganhou’ e afirmou que só vai pensar em campeonato quando os demais não tenham mais chances matemáticas.
 
“Não, ainda não acabou. Enquanto eu não tiver os pontos que dizem que eles não podem me ultrapassar no campeonato, não está acabado”, insistiu. “Agora, nós podemos cometer esse erro: começar a pensar que já está feito. Em 2014, eu estava pensando já no campeonato em Misano e aqui, aí estava forçando demais, caí duas corridas seguidas e cometi esse erro, pensar demais no campeonato. Nós precisamos manter o foco, continuar trabalhando, porque tudo pode acontecer na MotoGP: uma coisa mecânica, um erro humano, algo na pista, as condições climáticas, lesões, você nunca sabe”, considerou.
 
O vice-líder do campeonato, no entanto, vê Márquez em uma situação muito mais segura. Tradicionalmente pé no chão, Dovizioso acredita que é impossível recuperar o atraso.
 
“Ganhar 72 pontos em cinco corridas em cima de Marc é impossível”, resumiu. “O único jeito é se ele não correr, mas, ainda assim, é difícil ganhar 72 pontos”, completou rindo. 
 
“Temos de ser realistas. Tudo pode acontecer nas corridas, então está aberto, pois matematicamente está aberto, mas, sabe, essa é a situação”, concluiu.

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