Michelin adia para 2026 introdução de pneu dianteiro “realmente diferente”: “Mais leve”

A Michelin decidiu adiar para 2026 a introdução de um novo pneu dianteiro. O calçado dividiu opiniões no teste de Misano e, por isso, a fábrica francesa decidiu seguir com os testes em busca de um “modelo que funcione bem para mais estilos de pilotagem”.

O pneu conta com uma construção e um perfil diferentes, projetado para melhorar a aderência, mas também as corridas, por ser menos sensível a variações de temperatura e pressão quando os pilotos seguem outro competidor.

A novidade já tinha sido testada em Mugello, em uma atividade atrapalhada pela chuva. Agora, porém, o teste de Misano deu mais oportunidade para os pilotos avaliarem o material.

“Fizemos um teste muito bom na segunda-feira depois da corrida de Misano”, disse Piero Taramasso, chefe da Michelin, ao serviço de streaming da MotoGP. “Alguns pilotos gostaram muito [do novo pneu dianteiro]. Outros, menos. Mas o que foi positivo para nós é que todos fizeram os mesmos comentários”, apontou.

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“Por exemplo, eles disseram: ‘O pneu tem mais aderência. Sentimos mais a superfície de contato. Mas a moto é pesada’. Além disso: ‘Sentimos um bom potencial. Podemos forçar. Mas o movimento é excessivo quando você freia forte’”, reportou. “Alguns gostaram dessa característica, outros não e outros ficaram divididos. Depois de analisar todos os comentários e todos os dados da telemetria, decidimos adiar em uma temporada a introdução deste novo dianteiro”, anunciou.

O dirigente explicou que a Michelin pensava em colocar o pneu na alocação do próximo ano, mas, como se trata de um produto “realmente diferente”, entende que os pilotos precisam de mais testes.

“Estávamos pensando em colocá-lo na alocação de 2025. Agora, adiamos para um ano depois. Pois precisamos de tempo, baseado nesses comentários, para fazer algumas mudanças no pneu. Aí vamos testar em Valência [2024], Sepang [2025], Tailândia [2025] e finalizar o modelo. Quando estiver finalizado, vamos levar esse pneu para o teste oficial durante 2025”, detalhou. “Os pilotos precisam rodar mais com esse pneu. Eles precisam acertar a moto, as fábricas precisam entender como ele funciona. Pois é um pneu realmente diferente: material diferente, carcaça diferente, perfil diferente. Todos os pilotos disseram: ‘Nossa, quando você faz a primeira volta, é muito estranho. Você precisa pilotar mais e mais’. Pois é uma filosofia diferente. Eles só precisam de mais tempo para entender e, por isso, tomamos essa decisão”, justificou.

Durante o teste de Misano, os pilotos apontaram para uma boa estabilidade em curvas de alta velocidade, mas também reclamaram da dianteira bloqueando em linha reta.

“Depende do estilo de pilotagem e da moto, mas, basicamente, é um pneu mais leve, 1 kg ou 20% menos. Quando você freia, você esmaga mais o pneu. Você tem uma maior superfície de contato. É por isso que parece mais pesado, mas com mais aderência”, detalhou. “Eles só precisam de tempo e, provavelmente, adaptar o estilo de pilotagem. Mas pilotos como Pecco [Bagnaia], Jorge [Martín], Marc [Márquez], Jack Miller e Luca [Marini] gostaram muito. Os outros disseram ‘não, precisamos de mais tempo’. Então precisamos achar um modelo que funcione bem para mais estilos de pilotagem”, apontou.

“É por isso que precisamos de mais testes e decidimos adiar em um ano mais”, concluiu.

A MotoGP volta à pista às 10h (de Brasília) com o treino do GP da Emília-Romanha, em Misano, para a 14ª etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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