MotoGP volta às aulas cercada de expectativa. E pilotos saem satisfeitos com primeiro dia em Sepang

A MotoGP voltou às pistas nesta quarta-feira (6) para o dia inicial da primeira bateria de testes da pré-temporada. Em um dia liderado por Marc Márquez, muita gente saiu feliz do reencontro com os protótipos

Acabou a saudade! Depois de longos dias de descanso, a MotoGP voltou para a pista nesta quarta-feira (6) para o pontapé inicial da primeira bateria de testes coletivos da pré-temporada de 2019. Embora o primeiro dia de atividades não forneça um diagnóstico lá dos mais decisivos, o dia foi positivo. Ao menos em linhas gerais.
 
 
Apesar de ter fechado o dia com 0s259 de margem para Álex Rins, o segundo colocado, Márquez não saiu de todo feliz, já que entende que sua condição física está um pouco pior do que o esperado.
Marc Márquez ditou o ritmo no primeiro dia em Sepang (Foto: Michelin)
“Estou muito feliz por voltar a pilotar depois de um longo inverno, mas eu estava esperando estar melhor do que estou. Eu ainda não tenho força total. Para uma ou duas voltas, está ok, mas eu tive de mudar meu estilo de pilotagem para compensar”, contou Márquez. “Nós paramos mais cedo para eu me poupar para o resto do teste. Ainda restam dois dias e vamos ver qual será a sensação”, seguiu. 
 
O #93, sabe, no entanto, que não vai dar conta de testar todos os itens disponibilizados pela Honda, já que tem seu tempo de pista limitado.
 
“A Honda trabalhou realmente duro neste inverno e nós testamos algumas coisas, mas a lista é muito grande. Nós estamos testando as coisas mais importantes primeiro”, indicou. “A moto já está em um bom nível, mas sempre tem mais o que testar antes do Catar”, observou.
 
“Nós temos duas motos distintas: a com que eu acabei a temporada passada e uma moto nova, que tem uma evolução de motor e de chassi”, explicou. “O mais importante é que começamos com uma boa base. Este ano, nós começamos melhor do que no ano passado e isso facilita as coisas. Especialmente levando em conta que eu não podia dar muitas voltas. Isso é bom, porque já com esta moto nós estamos no nível do ano passado”, completou.
 
Neste teste, no entanto, Márquez não é o único machucado na Honda. Jorge Lorenzo sequer foi ao teste por conta de uma fratura no escafoide esquerdo e foi substituído por Stefan Bradl. A situação da HRC, porém, ganhou contornos curiosos, já que Alberto Puig, chefe do time, tampouco foi para a Malásia, uma vez que se machucou em um acidente de moto.
 
Em plena forma, Rins terminou o primeiro dia de atividades bastante confiante no trabalho feito pela Suzuki.
 
“Minhas primeiras impressões são bem boas. Nós temos muitas coisas novas para testar, focados em construir nossa moto de 2019”, comentou Álex. “Os tempos de volta e o ritmo já pareceram bons hoje, então sinto que temos um grande potencial”, comentou.
 
“Estou focado em começar o ano da melhor forma para que possa fazer uma temporada forte e consistente desde o princípio. Me sinto bem com o que conseguimos hoje”, resumiu.
 
Estreante na classe rainha, Joan Mir teve um dia mais opaco e fechou a atividade apenas com o 23º tempo, 1s811 atrás de Marc. Ainda assim, o #36 fez um balanço positivo da quarta-feira.
Álex Rins ficou com o segundo tempo em Sepang (Foto: MotoGP)
“Foi um dia duro de muito trabalho, mas nós fizemos um bom progresso, e também vamos tentar muitas outras coisas nos próximos dias. Agora me sinto como um piloto perfeitamente capaz, e o foco hoje era na moto, para que eu pudesse ganhar um pouco mais de experiência e conhecimento. Senti uma melhora na moto desde a última vez que pilotei em Jerez, realmente gosto de como ela é agora. Acho que tudo está indo numa boa direção”, comentou.
 
0s316 mais lento que o líder, Maverick Viñales ficou com o terceiro posto e, assim como já tinha feito nas atividades do ano passado, se mostrou satisfeito com a performance da YZR-M1, ainda que veja margem de melhora.
 
“Na verdade, estou muito feliz, porque me senti bem imediatamente. Eu treinei bastante de moto no inverno, então fisicamente estou ok. Eu queria fazer os três dias com potência máxima para que pudesse ser bem preciso, especialmente na pista”, relatou. “Temos margem de melhora, e isso é muito importante se quisermos lutar pelo campeonato”, frisou.
 
“Eu gostaria de melhorar a aceleração e também um pouco as áreas de frenagem, onde tivemos dificuldade no ano passado, então estou realmente focado nisso”, indicou.
 
Sexto na tabela, Rossi também mostrou animação com a performance e confirmou que a Yamaha já tem quase definido seu motor para 2019.
 
“O primeiro dia foi bastante positivo para nós, pois tive um bom feeling com a moto e trabalhamos muito para melhorar a aderência e melhorar nosso tempo de volta, especialmente com o pneu usado”, contou. “No primeiro dia, olhei mais para o ritmo e não estamos ruins. Parece que fizemos algum avanço comparado com o ano passado”, opinou.
 
“Trabalhamos em Jerez e Valência com dois motores para comparar”, recordou. “Mas aqui não tinha nada para comparar. Eu tenho apenas um e me sinto bem com ele”, sublinhou.
Maverick Viñales também garantiu espaço entre os três melhores (Foto: Yamaha)
“Em Valência e Jerez, nós tivemos coisas muito, muito pequenas. Não muitas. Aqui, nós temos algumas coisas maiores, mais importantes. Nós trabalhamos muito no freio motor, especialmente porque Maverick sempre pressiona por isso e ele está certo. Nós temos algo melhor e também algumas coisas diferentes em comparação com Jerez”, declarou. “Estou feliz, pois ― especialmente quando falamos com os engenheiros e também com Maverick ― nós estamos trabalhando da mesma maneira”, encerrou.
 
Do lado da Ducati, o melhor desempenho veio de Danilo Petrucci. O italiano completou 54 voltas, a melhor delas em 2min00s051, e ficou com o quinto tempo.
 
“Foi um primeiro dia positivo. Tirando o fato que não tentamos uma volta rápida, fui capaz de ser rápido logo de cara nesta manhã com pneus médios”, contou Petrux. “Por outro lado, ainda precisamos melhorar quando a temperatura sobe e os níveis de aderência caem, então amanhã vamos nos focar nisso”, afirmou. 
 
“Temos uma sólida base já, o que é a coisa mais importante. Também, devo dizer que foi bastante emocional sair com o novo chassi pela primeira vez”, relatou.
 
0s576 mais lento que Márquez, Andrea Dovizioso fez o oitavo melhor tempo, mas também falou em um dia positivo para a Ducati.
 
“Hoje foi realmente positivo, porque nós encontramos a pista já em boas condições e o clima permaneceu seco. Nós fizemos algumas comparações, mas ainda não encontramos diferenças substanciais, então precisamos fazer mais avaliações nos próximos dias”, avaliou. “Nós temos uma base realmente boa e o trabalho feito por Michele Pirro é sempre útil nesse sentido, porque ele pode testar alguns componentes antes, economizando um tempo precioso”, elogiou.
 
Com a equipe repaginada e vinda de seu primeiro pódio no final da temporada passada, a KTM teve seu melhor desempenho nesta quarta-feira com Pol Espargaró, que ficou em décimo, 0s692 mais lento que o líder. O catalão, porém, sofreu uma queda na curva 12 já na parte final da atividade.
 
“Eu estava forçando para melhorar o tempo de volta, não estava na hora final, foi 1h30min antes do final, então a pista ainda estava um pouco quente, e eu estava rápido, acho que rápido demais, então eu perdi a frente”, relatou. “Mas, de qualquer forma, quer dizer, nós tentamos, o teste é para isso, para cair e achar o limite. E nós encontramos o limite”, continuou.
 
“No momento, estou feliz. Nós tiramos coisas boas e informações positivas da maioria das coisas que testamos. Mesmo que o teste não esteja correndo bem em termos de tempo de volta, você só tem de aprender, e nós estamos aprendendo bastante, então estou bem feliz”, frisou.
 
1s5 atrás do líder, Johann Zarco ficou apenas 20º e não pareceu lá muito animado, embora tenha identificado melhora na RC16.
 
“Nós estamos melhorando, mas não estamos fazendo grandes mudanças no momento, porque temos muito trabalho para fazer e as mudanças que queremos são bem grandes. A companhia também precisa de tempo, o inverno não é o bastante. No momento, nós apenas confirmamos para onde queremos ir”, disse o #5. “Acho que agora estou controlando melhor a moto e mesmo que não tenhamos grandes mudanças, podemos conseguir pequenas melhoras”, seguiu.
 
“Faz parte do jogo. Também o time, toda a fábrica, precisa analisar os meus comentários. Eles podem falar muitas vezes com Pol, e nós não vamos resolver o problema da mesma maneira, porque nós pilotamos de maneira muito diferente”, ponderou. “Estou confiando cada vez mais na moto. O ponto fraco para mim era a frente, e agora eu posso tentar algumas coisas, sinto melhor a dianteira, e não estou caindo. Agora nós temos um feeling melhor com a frente e um controle melhor. Temos dificuldades nas curvas, fazer a moto virar que é difícil para mim. O meio e a saída [da curva], é aí que eu perco tempo em comparação com as diferentes motos que pude seguir”, salientou.
Danilo Petrucci foi a melhor Ducati (Foto: Ducati)
Pela Aprilia, Aleix Espargaró foi quase que estrela solitária no teste, já que Andrea Iannone, que anda se recupera de uma infecção dental, caiu nos primeiros minutos. O catalão ficou como 13º tempo, 0s981 atrás do líder.
 
“Estou satisfeito, nós fizemos muitos quilômetros com a moto de 2019. Ela é melhor que a do ano passado, se parece muito em sensações com a de 2017. É como a irmã mais velha”, comparou. 
 
Ainda assim, Aleix não ficou de todo satisfeito, já que não conseguiu ficar dentro do rol dos dez mais rápidos.
 
“Quando você está fora dos dez primeiros, feliz não é a palavra que se pode utilizar. Não é o suficiente. Nós precisamos de muito mais”, comentou. “Está claro que a moto de 2019 é melhor em tudo. É mais rápida, estreita e ganhamos muito na freada. Mas nos falta muita potência, motor, e melhorar muito a eletrônica”, encerrou.

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