MotoGP volta com contrastes e protagonistas inesperados no primeiro dia na Estíria

A sexta-feira (6) no Red Bull Ring foi um dia de zebra, já que os treinos do dia foram comandados por Takaaki Nakagami e Lorenzo Savadori. Além disso, a inconstância climática também marcou as atividades austríacas

Valentino Rossi vai deixar a MotoGP no fim de 2021 (Vídeo: MotoGP)

A MotoGP teve uma sexta-feira (6) de contrastes na Estíria. No primeiro dia de treinos para o primeiro dos GPs no Red Bull Ring, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade viu sol e chuva e terminou com dois protagonistas inesperados: Takaaki Nakagami liderou a atividade matutina, enquanto que Lorenzo Savadori comandou na parte da tarde.

Como o segundo treino do dia foi com o asfalto molhado, permanecem os tempos da manhã como os melhores do dia. Assim, a Honda ficou na frente com o japonês da LCR, que, com 1min23s805, fechou a sexta-feira no Red Bull Ring com 0s076 de vantagem para Joan Mir, o segundo colocado.

Takaaki Nakagami (Foto: LCR)

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O mais curioso é que o top-6 do dia conta com domínio de Honda, Suzuki e Aprilia. A melhor Yamaha veio apenas na sétima colocação, com Maverick Viñales, enquanto a melhor Ducati foi a de Johann Zarco, na nona colocação. Do lado da KTM, Dani Pedrosa foi o mais rápido em um dia marcado por um acidente com Miguel Oliveira.

Além desse misto de marcas, é chamativo que tenha sido Nakagami o mais rápido do dia. Afinal, na primeira parte da temporada o japonês esteve distante de um desempenho de destaque.

“A primeira colocação é a melhor maneira de começar a segunda parte da temporada, então estou muito feliz com isso depois das férias de verão”, comentou. “Me sinto muito bem com a moto no seco. No TL2, caíram algumas gotas de chuva e as condições foram mistas, então não conseguimos melhorar o tempo de volta desta manhã”, continuou.

“Mas, no geral, a primeira posição representa um bom primeiro dia e vamos continuar trabalhando para melhorar a moto. Estou ansioso para este fim de semana e para a classificação”, declarou.

Campeão vigente, Mir saiu satisfeito e confiante no trabalho da Suzuki com a GSX-RR na MotoGP.

Joan Mir andou bem nos primeiros treinos na Estíria (Foto: Suzuki)

“Estou feliz com hoje. Me senti confortável na moto desde a primeira saída e consegui forçar e ser rápido com tempos de volta constantes. Foi um bom ponto de partida, a moto tem um acerto base sólido”, elogiou. “De tarde, no molhado e com as condições mistas, foi um pouco mais difícil, mas foi importante para entender quais pneus podem funcionar melhor no molhado, pois pode chover no domingo, então é útil testar as sensações com vários tipos de condições. Fizemos um ótimo trabalho hoje, então, no geral, me sinto bem”, completou.

Companheiro de Suzuki, Álex Rins também celebrou um bom primeiro dia, especialmente por ter mantido as boas sensações no seco e no molhado.

“Tanto o TL1 quanto o TL2 foram bons para nós. No início da primeira sessão, foi um pouco complicado encontrar velocidade e acertar os pontos de frenagem, mas, no fim, correu bem. Fizemos algumas boas voltas e subimos na tabela de classificação”, comentou. “Aí o TL2 foi com pista molhada, mas, no fim, foi bom, pois no fim da sessão a pista estava mais seca e mantive as sensações positivas com a moto”, contou.

Dono do terceiro melhor tempo do dia, Aleix Espargaró voltou a destacar a evolução da moto da Aprilia, mas deu crédito também para Andrea Dovizioso, que testou com a RS-GP recentemente.

“É só sexta-feira, mas estou particularmente satisfeito com a nossa performance de hoje, pois esta é uma pista que tradicionalmente já mostrou que não é nossa favorita”, disse Aleix. “Apesar de termos tido uma única sessão com pista seca, já fomos mais rápidos do que na nossa classificação no ano passado. Isso demonstra o inegável progresso que a RS-GP fez. O devido crédito vai para os rapazes da Aprilia que continuam trabalhando e testando com Dovi ao longo das férias de verão, até mesmo nos dando alguns desenvolvimentos interessantes. Não é fácil melhorar constantemente a cada fim de semana, mas nós estamos dando tudo e isso é evidente”, opinou.

Melhor no molhado, Lorenzo Savadori foi apenas 22º, popularmente conhecido como penúltimo, no seco, mas focou no resultado que mais agradou.

Lorenzo Savadori se destacou, mas só no molhado (Foto: Aprilia)

“Ser o primeiro na sessão, ainda que em uma pista molhada, é sempre ótimo. Sempre me senti bem nessas condições, pois, em comparação com o seco, a moto e os pneus se movem muito e isso me dá uma sensação melhor, de certa forma similar às motos que guiei no passado”, disse Savadori. “De qualquer forma, até mesmo com o asfalto seco, as minhas sensações com a RS-GP estão ficando cada vez melhores. Esta é uma pista nova para mim, então usei o TL1 principalmente para encontrar referências. Precisamos trabalhar sessão a sessão, pois as condições climáticas estão variando bastante e isso significa que teremos de estar prontos para qualquer coisa”, defendeu.

Melhor Honda, Pol Espargaró fez o quinto tempo do dia e, 0s449 atrás de Nakagami, comemorou a performance desta sexta em Spielberg, mesmo vendo margem de melhora.

“A moto estava funcionando bem hoje e, quando forcei, o tempo de volta saiu. Foi ótimo voltar a pilotar depois das férias de verão, mas, com certeza, ainda temos algum tempo para encontrar”, reconheceu. “Este é o tipo de circuito em que a moto funciona bem, onde podemos tirar o máximo das nossas vantagens. Nosso tempo de volta final não é tão ruim, mas temos margem para trabalhar e melhorar, apesar de a sensação ser positiva no molhado e no seco. Vamos ver o que o clima vai fazer no resto do fim de semana”, encerrou.

Do outro lado dos boxes, porém, Marc Márquez saiu decepcionado. 0s221 atrás de Pol, o espanhol ficou em sexto, mas reconheceu que não mostrou a performance que esperava.

“Falando honestamente, esperava muito mais de hoje, mas não me senti ótimo, então aceitei e segui trabalhando. É um pouco frustrante, mas estamos fazendo o que podemos. Nossos tempos de volta são bem bons, embora nosso nível não esteja onde gostaríamos”, indicou. “Vamos ver o que acontece ao longo do fim de semana e se a minha sensação melhora. A moto está funcionando bem e os tempos são bem apertados depois das férias. Com certeza, o clima pode complicar as coisas mais adiante no fim de semana, mas é a mesma coisa para todo mundo”, frisou.

Líder do Mundial, Fabio Quartararo foi 0s775 mais lento que o líder e acabou com o oitavo tempo. Além de a posição não ser lá essas coisas, o francês de Nice saiu preocupado com a performance irregular a YZR-M1.

“Esta manhã foi bem ok. Ficamos com os mesmos pneus, não trocamos. E, depois de cinco longas semanas sem pilotar, sempre preciso de um pouco de tempo para voltar. Acho que foi um ótimo ritmo, muito melhor do que em 2020”, disse Quartararo. “Mas no molhado, ainda é a mesma coisa, não tenho feeling”, seguiu.

“Quando está totalmente molhado, não estou bem e não estamos no nosso melhor, mas assim que está mais ou menos, não tenho feeling nenhum com a moto e não estou curtindo nem um pouco”, explicou. “Precisamos encontrar uma solução para essas condições e é estranho”, reconheceu.

“A aderência em linha reta é realmente ruim no molhado. Eu estava com Jorge [Martín] e Pol [Espargaró] e na freada e na curva não era tão ruim. Mas assim que eles abriram o acelerador… não é uma questão de potência, é só uma questão de aderência em linha reta. Foi meio que um pesadelo no TL2”, comentou.

Quartararo rejeitou, porém, a ideia de que o problema seja causado pela falta de experiência com pista molhada: “Não, pois Valentino é um dos pilotos mais experientes no molhado e acho que temos o mesmo problema”.

“Em 2019, no meu primeiro ano, acho que nunca fiquei fora do top-10 no molhado e isso aconteceu em Brno, Motegi e Phillip Island, que são pistas duras, onde agora temos dificuldade, mas que eram nossos pontos fortes em 2019”, apontou. “É algo que não entendo, pois o molhado é algo que não gosto, mas sempre estive no top-10 em 2019”, recordou.

“Ano passado e neste ano, é uma sensação realmente estranho, então não sei. Precisamos encontrar uma solução, pois domingo deve chover e eu não tenho feeling nenhum”, frisou. “Não sei onde estou, então estou desapontado, mas ainda temos amanhã. Vamos ver e torcer por melhora. Preciso encontrar uma solução, pois não sou tão ruim no molhado, conseguimos um pódio em Le Mans. Então aconteceu alguma coisa para estarmos pior nesta pista. Ano passado foi a mesma coisa. Sinceramente, precisamos encontrar alguma coisa, pois não é normal que estejamos tão distantes dos caras da ponta”, defendeu.

MotoGP volta à ativa neste fim de semana após cinco semanas de férias. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Estíria, décima etapa do Mundial de Motovelocidade 2021.

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