Na Garagem: Lorenzo é terceiro na Malásia e conquista título da MotoGP. Rossi vence
Há dez anos, o hoje piloto de testes da Yamaha conquistou o primeiro dos três títulos na MotoGP ao receber a bandeirada em Sepang na terceira colocação, atrás de Valentino Rossi e Andrea Dovizioso
HÁ EXATOS DEZ ANOS, JORGE LORENZO FATUROU O PRIMEIRO TÍTULO DA CARREIRA NA MOTOGP. Com três corridas de antecedência, o espanhol de Palma de Maiorca fechou a conta da temporada 2010 em 10 de outubro, em Sepang, ao receber a bandeirada do GP da Malásia na terceira colocação, atrás de Valentino Rossi e Andrea Dovizioso. Foi o 15º top-4 do titular da Yamaha nas 15 corridas disputadas no campeonato.
O caminho de Lorenzo até a taça da MotoGP, porém, não foi assim tão simples. Dani Pedrosa ficou fora de combate ainda no primeiro dia de atividades para o GP do Japão, já que fraturou clavícula, o que permitiria a Jorge ser campeão já em Motegi. Rossi, porém, seguiu firme no propósito de adiar a entrega da coroa.
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Mesmo fora da briga após perder quatro corridas por conta de uma fratura na perna ― fruto de um acidente em Mugello ―, Valentino travou um duro duelo com Lorenzo pelo pódio japonês e, depois de alguns toques entre os companheiros de Yamaha, levou a melhor para receber a bandeirada apenas atrás de Casey Stoner e Andrea Dovizioso.
Fora do top-3, Lorenzo teve de esperar mais uma semana, mas a situação matemática não era nada ruim. Sem Pedrosa, podia chegar apenas na nona colocação para selar a primeira conquista de um espanhol na classe rainha desde que Álex Crivillé venceu nas 500cc em 1999.
Lorenzo, então, fez o que lhe cabia: conquistou a pole, largou bem e manteve a ponta nas oito primeiras voltas, antes de ceder a liderança para Dovizioso na volta 9. Enquanto isso, Valentino vinha em uma empolgante prova de recuperação. Sexto no grid, o piloto da moto #46 saiu mal, caiu para 11º ainda nas primeiras curvas, mas já vinha em terceiro, menos de 1s atrás de Jorge.
Na freada da curva 9, Valentino tomou o segundo posto de Lorenzo e, na volta seguinte, repetiu a manobra para tirar a liderança do então piloto da Honda. Andrea manteve contato com o conterrâneo e chegou a dar o troco na volta 16, mas Rossi rapidamente retomou a frente para vencer com 0s224 de margem e garantir a 46ª vitória com a Yamaha. Lorenzo, por sua vez, diminuiu o ritmo nas voltas finais, mas acabou em terceiro, 6s035 atrás do vencedor. Era o suficiente a coroa de 2010.
“Este é o meu primeiro título na classe rainha e o meu sonho se tornou realidade”, disse Lorenzo após a corrida. “Isso é realmente o máximo que um piloto de moto pode alcançar na carreira, então temos de celebrar e aproveitar essas horas, minutos e segundos como se fosse o fim do mundo”, seguiu.
Com o resultado, Jorge foi, também, o primeiro espanhol a vencer o título das 250cc e também das 500cc. Naquele dia, aos 23 anos e 159 dias, o piloto se tornou o sexto mais jovem a vencer na classe rainha, atrás de Freddie Spencer, Casey Stoner, Mike Hailwood, John Surtees e Rossi.
“Fiquei realmente impressionado por estar na frente e não perder tempo até o final da corrida. Mas quando os pneus começaram a desgastar, pensei: ‘Hoje temos de terminar a corrida e conquistar o máximo que um piloto pode conquistar no motociclismo’” relatou.
Ainda, Lorenzo revelou que chegou a temer um desempenho fraco no início do campeonato, já que perdeu os testes da pré-temporada por conta de uma lesão na mão.
“Você sempre imagina este momento e sonha com ele, mas quando chega, você não sabe como agir ou o que dizer”, declarou. “A temporada começou com um momento difícil e eu pensei que talvez fosse ser mais complicada que a anterior. Mas fomos para o Catar e terminamos em segundo, o que me deu mais confiança para ser rápido e pressionar. A vitória de Jerez foi a mais especial da minha vida e, desde então, foram sete vitórias e só duas corridas sem pódio. O que mais posso pedir?”, encerrou.
Depois da conquista de 2010, Lorenzo faturou o título mais duas vezes: 2012 e 2015. Ao fim de 2016, deixou a Yamaha e passou dois anos com a Ducati, mas a demora na adaptação ao protótipo de Bolonha acabou por abreviar a relação. Jorge, então, assinou para defender a Honda em 2019, mas uma temporada bastante abaixo da capacidade do espanhol culminou com a aposentadoria da MotoGP.
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