Na presença da família, MotoGP aposenta #69 de Hayden em Austin: “Alguns pilotos significam algo especial”
O GP das Américas foi marcado por uma homenagem da MotoGP para Nicky Hayden. Nesta sexta-feira (12), em Austin, Carmelo Ezpeleta, ao lado da família de Nicky Hayden, aposentou o #69, número usado pelo norte-americano durante sua carreira no Mundial
O final de semana em Austin foi marcado por uma emocionante homenagem da MotoGP. Nesta sexta-feira (12), em Austin, Carmelo Ezpeleta, diretor-executivo da Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, na presença da família de Nicky Hayden, aposentou o #69 utilizado pelo piloto durante sua carreira.
Em 2017, o norte-americano sofreu um grave acidente de trânsito quando pedalava por Rimini. Atropelado por um motorista, acabou não resistindo aos ferimentos e morreu poucos dias depois. O motorista foi condenado.
O ‘Kentucky kid’, como ficou conhecido, teve uma passagem bastante frutífera pelo Mundial. Disputando 14 temporadas, conquistou três vitórias, subiu 28 vezes ao pódio e somou cinco pole-positions. Ainda, foi o grande campeão de 2006 pela Honda.
Pai de Nicky, Earl Hayden recebeu a placa que sinaliza a aposentadoria do #69 (foto: Reprodução)
Presidente da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), Jorge Viegas lamentou a necessidade de um evento como este, mas exaltou a personalidade de Nicky.
“Antes de mais nada, quero dizer que odeio estar aqui. Eu não gosto dessas cerimônias. Eu realmente gostaria que isso jamais acontecesse”, disse Viegas. “Alguns pilotos, independente do número de títulos, significam algo especial. Todos nós temos essa doença de amar corridas de moto e alguns ficarão em nossos corações para sempre. Nicky era um deles”, completou.
Com a aposentadoria, o #69 de Hayden se junta a lista dos numerais que não podem mais ser usados no Mundial. Hoje, são cinco os números aposentados: o #65 de Loris Capirossi, o #58 de Marco Simoncelli, o #34 de Kevin Schwantz, o #48 de Shoya Tomizawa, e o #74 de Daijiro Kato.
Essa não é a primeira homenagem que a classe rainha do Mundial prestou a Nicky. Em 2015, Ezpeleta nomeou o piloto ao Rol das Lendas da MotoGP.
Irmão mais velho de Nicky, Tommy foi o encarregado de falar em nome da família e agradeceu à honraria dada ao irmão.
“Antes de mais nada, gostaria de agradecer a todos por se juntarem a nós aqui, todos que apareceram para celebrar essa ocasião especial conosco. Eu certamente quero agradecer Carmelo e toda a Dorna por este evento e por todo o apoio deles basicamente desde o acidente de Nicky, eles saíram do caminho deles de todas as formas que vocês podem imaginar”, disse Tommy. “Como vocês podem ver, Nicky amava a MotoGP e acho que ele amava por uma razão: tem muita gente boa lá, começando de cima. Eu só gostaria de agradecer a todos os envolvidos por tudo”, continuou.
“Nicky teve muito sucesso na pista, mas acho que nós todos concordamos que ele causou um impacto tão grande fora da pista quanto dentro dela, na vida de todo mundo, quer fosse um amigo ou família, todos os fãs dele, então isso é algo que, como família, nós ficamos muito orgulhosos”, frisou.
Tommy lembrou que o #69 faz parte da família desde antes de Nicky e, por isso, é uma honra ver o número retirado da MotoGP.
“O #69 está é um número especial na nossa família. Antes de meus irmãos e irmãs nascerem, meu pai corria com esse número, nós tivemos alguns outros membros da família até mesmo antes de nós que meu pai ajudou e sempre correram com o #69, minha irmã correu quando era mais nova, meu irmão Roger, eu, nós todos sempre corremos com o #69 ao longo da nossa infância e enquanto crescíamos correndo”, contou. “Nicky levou o número por toda a carreira e isso foi especial. Como eu disse, ele tem um significado muito grande, então tê-lo aposentado na MotoGP, o pináculo do esporte, como vocês podem imaginar significa muito para nós. Então eu só gostaria de agradecer a todos por terem vindo e por todo o apoio nos ajudando a manter vivo o legado de Nicky”, completou.
Durante a coletiva de imprensa para a corrida em Austin, realizada na quinta-feira (11), foi pedido aos pilotos participantes que compartilhassem as melhores memórias vividas ao lado do norte-americano. Marc Márquez falou sobre uma cantoria após uma corrida na Austrália, enquanto Andrea Dovizioso lembrou de uma viagem ao Japão.
We’re officially underway in Austin! ?
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FP1 for #Moto3 is our opening track action with @Tboothamos69 paying a very special tribute! ?#AmericasGP ?? pic.twitter.com/M5ccjzBD08
— MotoGP™ ?? (@MotoGP) 12 de abril de 2019