A
incerteza que cerca o calendário não é o único efeito da pandemia do novo coronavírus na
MotoGP. Em um ano em que a maioria dos contratos chega ao fim, os pilotos terão menos tempo a disposição para exibirem seus talentos e assegurarem o futuro. Inclusive Danilo Petrucci.
Com o calendário de 2020 ainda incerto, Petrucci sabe que terá menos tempo para convencer o time de Bolonha e, por isso mesmo, não pode se dar ao luxo de cometer “nenhuma escorregada”.
Danilo Petrucci (Foto: Ducati)
“Certamente, fazer uma boa temporada, quer seja meia temporada ou uma mini, chame como quiser, mas você não pode dar nenhuma escorregada, porque os resultados vão influenciar as opções para o futuro”, disse Danilo em entrevista ao site italiano ‘GPOne’. “Não sei se terei mais ou menos pressão do que o habitual. Não pensei muito em contratos, pois, no fim, só os resultados das corridas são válidos e, no momento, estamos presos nos boxes”, continuou.
“Não teremos muita chance de mostrar nosso valor, mas também tem alguns pilotos que já assinaram para 2021 antes mesmo da temporada começar. Escolher os pilotos antes mesmo de começarmos a correr não é uma coisa que eu particularmente goste, mas eu não faço as regras e não decido. Tenho de me mover de acordo com as regras do paddock, que não estão escritas”, ponderou. “Você tem de estar preparado desde o início e estou um pouco desapontado por não poder começar por aquelas pistas que seriam favoráveis a mim. Mas não é necessariamente errado pensar em cerrar os dentes e dar seu melhor nas corridas que faremos a partir de agosto”, defendeu.
Apesar da incerteza, Petrucci não esconde o desejo de permanecer com a casa de Borgo Panigale e melhorar em relação à performance exibida no ano passado.
“Eu gostaria de ficar com a Ducati e melhorar ano a ano. Minha meta era começar de baixo e ir avançando. No ano passado, lutei até a última corrida pelo terceiro lugar no campeonato, mas não gostei da queda de rendimento que tive na segunda metade da temporada”, admitiu. “Isso me dá ainda mais força para melhorar neste ano, porque pude ver onde errei. Quero melhorar o resultado de 2019, ser melhor e lutar pelo top-3 no fim do Mundial”, insistiu.
Enquanto as corridas seguem suspensas, Petrucci segue de quarentena e empenhado nos treinos físicos, mas ainda não sabe o quanto essa preparação será eficiente quando os GPs começarem.
“Foi extremamente difícil passar pela primeira semana, a que levava ao GP do Catar. Felizmente, me recuperei imediatamente e tentei tirar o máximo desse período para me concentrar, já que não têm corridas ou a tentativa de perder peso”, recordou. “Está funcionando, mas temos de ver como serão as coisas quando voltarmos para a moto, mesmo que seja só para uma moto de motocross. Já perdi muito peso no passado, mas isso não ajudou tanto quanto eu gostaria. Estou tentando mais uma vez”, explicou.
“Continuo treinando diariamente. De fato, provavelmente treinei mais do que teria feito se o campeonato tivesse começado normalmente. Mas é um treino não específico, faço muitas corridas virtuais com a bicicleta no rolo. Faço uma todo sábado, me divirto simulando a tensão de uma corrida”, detalhou. “Felizmente, aqui não tivemos uma emergência médica séria, então pude relaxar. Só estou sentindo falta das corridas, de pegar um avião, voltar ao paddock e fazer todas essas coisas que fiz por muitos anos”, declarou.
Diferente das férias normais, desta vez os pilotos impedidos de realizarem qualquer treino de moto, o que deve cobrar um preço mais tarde.
“É uma pausa longa, maior do que a de inverno, e a grande diferença é que neste período nós não pudemos usar nenhum veículo motorizado. Nada, então não sabemos o quão bem estaremos fisicamente e do ponto de vista dos reflexos, aquilo que você precisa para pilotar uma moto de MotoGP”, comentou. “Espero que a quarentena aqui na Itália termine em breve e que as instalações de motocross permitam umas voltas para eu e Andrea”, concluiu.
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