Pol Espargaró cita espírito aventureiro como razão de mudança para KTM e celebra manutenção da parceria com Smith

Contratado pela KTM, Pol Espargaró avaliou que seu espírito aventureiro foi uma das razões que o levou para a fábrica austríaca. Catalão celebrou a continuidade da parceria com Bradley Smith

Pol Espargaró conseguiu realizar o sonho de ser piloto de fábrica na MotoGP. Em seu terceiro ano na Tech3, o catalão decidiu deixar a Yamaha satélite para trás e assinou com a KTM para o próximo biênio. A fábrica austríaca vai entrar no Mundial em 2017 e já tinha anunciado a chegada de Bradley Smith.

 
Falando à imprensa na quinta-feira (2) durante uma coletiva em Barcelona, Pol explicou as razões de sua mudança para a KTM e avaliou que o apoio da fábrica faz muita diferença na hora de brigar pela ponta na MotoGP.
Pol Espargaró previu ano difícil para a KTM em 2017 (Foto: Divulgação/MotoGP)
“A vida é feita para aventuras e para aqueles que acreditam em algo que não está funcionando. É uma questão de espírito, de espírito vencedor”, filosofou. “Com certeza, seria mais confortável ficar onde estou, mas tenho um espírito que diz: ‘Você tem de vencer e alcançar os caras da frente, pois você pode’”, seguiu.
 

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“Eu fiz isso nas 125cc. Fiz isso na Moto2. Os caras com quem eu estava lutando e às vezes vencendo, agora estão me batendo por 20s. No fim, eu quero mostrar que posso fazer isso. A melhor maneira é ir para uma moto de fábrica. Vamos ver se foi bom ou ruim, mas não sabemos”, comentou.
 
O irmão caçula de Aleix explicou que as outras propostas que tinha em mãos não eram tão boas quando a da KTM, mas ressaltou que o apoio de uma estrutura de fábrica foi o que pesou em sua decisão.
 
“Primeiro, achei que as outras ofertas não eram tão boas quanto essa. É também uma moto de fábrica e terei todo apoio da fábrica. E é uma que está vencendo tudo na terra, tudo na Moto3”, apontou. “Tudo que eles fazem, eles fazem de forma incrível. Com certeza vai ser difícil chegar no top-10. Eles mostrarem que têm pessoas inteligentes trabalhando para eles. Confio neles e vamos ver”, declarou.
 
“As pessoas estão trabalhando por você. Eles vão te dar a pele e a vida para te ver vencer. Eles fazem tudo por isso. Na Tech3, todos os caras me dão o melhor que têm, mas, às vezes, isso não é o bastante. Nós precisamos algo mais. Na fábrica, eles têm esse algo mais e estão lutando pelos pequenos detalhes, o que é muito importante no fim da corrida”, defendeu.
 
Ainda, Espargaró contou que conversou com Smith sobre sua decisão e ficou impressionado com o relato do companheiro de equipe.
 
“Eles são inteligentes. Eu conversei com o Bradley e ele me contou que quando chegou na fábrica na Áustria, ele parecia muito pequeno. Física e psicologicamente. Ele disse que você olha para as pessoas e elas parecem tão inteligentes. Ok, ele não testou a moto, mas quando você vê um time assim, você confia neles. Todos eles estão trabalhando por mim e isso é enorme”, contou. 
 
Questionado sobre suas expectativas para 2017, Pol avaliou que vai ser um ano difícil, mas mostrou motivação para encarar um novo desafio.
Pol Espargaró venceu as 8 Horas de Suzuka com Smith e Katsuyuki Nakasuga (Foto: Yamaha)
“Sem dúvida, vai ser difícil. Foi difícil para a Suzuki. Eles já tinham alguns anos aqui e, quando voltaram, tiveram dificuldades com o motor e a potência. Mas nada é fácil nessa vida. Menos ainda na MotoGP. Se queremos algo, temos de lutar por isso”, defendeu.
 
Pol celebrou a continuidade da parceria com Smith e avaliou que o trabalho da dupla nas 8 Horas de Suzuka do ano passado com a Yamaha mostrou que eles sabem como evoluir a moto.
 
“Definitivamente, vai ser muito melhor, porque nós conhecemos um ao outro. Temos uma boa relação. Em um time, quando um companheiro de equipe é bom e o outro ruim, você não se importa. Mas quando os dois pilotos são lentos e têm uma relação ruim, você não pode melhorar”, considerou. “Com Bradley, nós temos uma boa relação. Nós desenvolvemos uma moto incrível em Suzuka em dois ou três dias de teste. Aí nós vencemos as 8 Horas de Suzuka com alguma distância. Isso significa que nós somos capazes de desenvolver a moto como fizemos em Suzuka. Nós temos dois estilos bem diferentes, mas conseguimos uma boa moto e vamos tentar fazer o mesmo com a KTM”, garantiu.
 
Questionado sobre qual será o maior desafio para o protótipo da KTM, Espargaró citou o chassi.
 
“Nós precisamos checar se o chassi tubular funciona. O motor, cedo ou tarde, você melhora. Nós vimos que Maverick [Viñales] e a Suzuki agora são mais rápidos do que nós nas retas. Se o chassi tubular não estiver funcionando, teremos muita dificuldade. Eu prefiro uma moto lenta que seja boa nas curvas, do que uma moto rápida nas retas e impossível de controlar”, declarou. “Acho que [o chassi] será mais rígido do que estamos acostumados com a Yamaha. É um sistema diferente. Acho que somos jovens e não testamos muitas motos. Vamos ver. Acho que é difícil encontrar um bom acerto para esse chassi tubular, mas ele tem muito mais acertos do que um chassi normal”, concluiu.
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