Promotora ouve pilotos e estuda maneira de introduzir “salário mínimo” na MotoGP
Diretor-executivo da Dorna, Carmelo Ezpeleta afirmou que a promotora do Mundial de Motovelocidade está buscando uma maneira de introduzir um salário mínimo na MotoGP. Dirigente admitiu a dificuldade do tema, mas destacou que foi um pedido dos pilotos
Diretor-executivo da Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, Carmelo Ezpeleta revelou que a empresa espanhola está em busca de uma maneira de introduzir um “salário mínimo” na MotoGP. O dirigente reconheceu a dificuldade do tema, mas explicou que se trata de um pedido dos pilotos.
O tema não é recente no paddock. Ainda em 2022, quando era o mais bem pago do grid, Marc Márquez admitiu que existia uma reivindicação na Comissão de Segurança por um salário mínimo. Na visão dos competidores, é injusto que alguns ganhem muito pouco enquanto todos estão submetidos ao mesmo risco.
Relacionadas
“Não é normal, já que estamos correndo com motos a 350 km/h, 20 corridas por ano”, disse Márquez na época. “Temos de trabalhar neste ponto e, é verdade que não tenho lugar de fala, mas quando penso de uma maneira ou sinto, falo e fui eu que levantei o assunto, pois não me parece justo de exista tanta diferença”, ponderou.
“É certo que os grandes craques de qualquer esporte vão ganhar mais, porque é assim que funciona, mas é fato que todos nós arriscamos a vida da mesma maneira e, por isso, acho que um salário mínimo é uma coisa em que terão de trabalhar no futuro”, defendeu. “Como? De que forma? Não pensei nisso, não é meu trabalho, mas quando vejo algo, não posso me calar. Levantei a bola e pronto”, completou.
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
Como o número de pilotos em busca de uma vaga no grid é elevado, as equipes têm certa facilidade em conseguir competidores dispostos a ganhar muito pouco para chegar à MotoGP, o que ajuda a criar um desequilíbrio salarial grande dentro do paddock.
Perguntado pela publicação alemã Speedweek se, com a chegada do Liberty Media, que comprou a maior parte das ações da Dorna, os melhores pilotos seguirão chegando ao grid da MotoGP ou se os competidores serão dependentes da situação econômica de cada um como acontece na Fórmula 1, Ezpeleta respondeu: “Não acho que seja o caso na F1. O que faremos no futuro, também porque os pilotos nos pediram, é estabelecer salários mínimos para a MotoGP. Isso é algo que estamos analisando”.
Carmelo disse, também, que a Dorna quer encontrar uma forma de variar a nacionalidade dos integrantes do grid, evitando a presença maciça de pilotos de um mesmo país.
“Em segundo lugar, temos de analisar, e sei que isso será controverso, como podemos atrair mais nacionalidades para o esporte. Não tenho uma varinha mágica, mas espero que possamos encontrar uma fórmula”, disse. “Os melhores, sem dúvida, têm de fazer parte do campeonato, mas é muito mais fácil ser melhor se você for italiano ou espanhol”, admitiu.
“Deve ser um pouco como nas Olimpíadas. Mesmo que o cenário não seja totalmente preciso, mas três [norte-]americanos estão participando das Olimpíadas. O quarto melhor, mesmo que tenha um histórico muito melhor do que a maioria, fica fora”, encerrou.
A MotoGP volta às pistas entre os dias 16 e 18 de agosto com o GP da Áustria, no Red Bull Ring, 11ª etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.