Quartararo domina ‘inferno’ de Jerez e vence 2ª seguida. Rossi é 3º no GP da Andaluzia
Com a temperatura da pista beirando os 60°C, o GP da Andaluzia viu um festival de quebras neste domingo (26). Apesar das condições difíceis, o piloto da SRT dominou a prova de Jerez de la Frontera de ponta a ponta para vencer a segunda seguida em 2020
Fabio Quartararo gostou mesmo do sabor da vitória. Uma semana após o triunfo no GP da Espanha, abertura da temporada 2020 da MotoGP, o francês de Nice repetiu a dose neste domingo (26) e ficou com o topo do pódio do GP da Andaluzia com uma atuação dominante sob o forte calor do verão espanhol.
Mais uma vez partindo da pole, o #20 reagiu bem no apagar das luzes e mergulhou primeiro na curva 1, com Maverick Viñales e Valentino Rossi aparecendo para formar um 1-2-3 da Yamaha. O #46 logo tomou a segunda colocação do companheiro de equipe, mas nenhum dos dois tinha ritmo para encarar o jovem da SRT.
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Enquanto Quartararo desaparecia na ponta no melhor estilo Jorge Lorenzo de ser, Rossi abriu um respiro em relação a Viñales e deixou o espanhol para encarar sozinho os ataques do duo da Pramac. A corrida acontecia em um forte calor, com os termômetros marcando quase 60°C no asfalto.
Na décima volta, Bagnaia tomou o terceiro posto de Viñales num erro do espanhol na curva 6, que foi superado por Jack Miller e Franco Morbidelli pouco depois. O australiano, porém, não foi muito longe no quarto posto, uma vez que caiu em seguida.
Com 14 voltas para o fim, Bagnaia removeu Rossi do segundo posto aproveitando uma escapadela do mentor, deixando o #46 para se defender de Morbidelli. O ítalo-brasileiro vinha empenhado em garantir o primeiro pódio na MotoGP, mas, com nove voltas para o fim, precisou parar com um problema na YZR-M1.
Na semana passada, foi Rossi quem teve de abandonar por conta de um problema com o motor. A Yamaha, inclusive, enviou propulsores para a fábrica no Japão para análise, mas a preocupação existe, já que o time oficial já colocou em uso quase todos os motores a que tem direito no ano.
Com sete giros para o fim, os italianos tiveram o coração partido pela moto de Bagnaia, que começou a soltar fumaça. Avisado pelos fiscais, Pecco abandonou naquilo que podia ser seu primeiro pódio na MotoGP.
Viñales, então, colou em Rossi e passou a pressionar o italiano insistentemente. Com dois giros para o fim, Valentino deu uma escapadela e acabou superado por Maverick, que de cara abriu vantagem, para receber a bandeirada com 4s495 de atraso para Quartararo.
Aos 41 anos, Rossi voltou ao pódio da MotoGP depois de um jejum que vinha desde o GP das Américas do ano passado, 1s051 atrás do #12. Takaaki Nakagami confirmou o bom fim de semana com um quarto lugar, 0s567 atrás do top-3.
Joan Mir fechou a corrida como quinto posto, à frente de Andrea Dovizioso e Pol Espargaró. Último no grid, Alex Márquez ficou com a oitava colocação, 19s3 atrás do vencedor. Johann Zarco aparece em nono.
Correndo com uma fratura no ombro direito, Álex Rins resistiu às 25 voltas e acabou em décimo, à frente de Tito Rabat e Bradley Smith.
Com o resultado desta segunda etapa, Quartararo chegou aos 50 pontos e tem dez de vantagem para Viñales na liderança do Mundial. Dovizioso ocupa o terceiro posto, seguido por Nakagami, Pol Espargaró e Rossi.
O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Andaluzia, terceira etapa do Mundial de Motovelocidade 2020.
Saiba como foi o GP da Andaluzia da MotoGP
A MotoGP foi a última das classes a disputar o GP da Andaluzia do final de semana. Quando alinhou no grid, a temperatura estava consideravelmente mais quente do que as irmãs menores, com o termômetro chegando a 36ºC e o asfalto batendo 59ºC. O vento soprava a 8 km/h.
Fabio Quartararo foi quem ficou com a pole-position para a segunda etapa da temporada 2020. Essa é sua terceira posição de honra consecutiva em Jerez, com a trinca começando no ano passado. Ainda é a quarta vez seguida que sai em primeiro.
O número se torna ainda mais impressionante por ser o primeiro piloto a atingir a marca com uma equipe independente. O #20 também é o primeiro francês a fazer quatro poles consecutivas na classe rainha desde Christian Sarron, que conseguiu cinco seguidas.
Caso Quartararo vença, se torna o segundo competidor mais jovem a vencer duas corridas consecutivas. Também pode se tornar o primeiro piloto da Yamaha a triunfar consecutivamente. A última vez que a Yamaha conseguiu o feito foi com Jorge Lorenzo, com o espanhol triunfando em Valência, em 2015, e Catar 2016.
Maverick Viñales, que teve sua volta cancelada na classificação, foi quem largou em segundo. Essa é a melhor posição de saída do espanhol desde a corrida na Malásia, no ano passado. Francesco Bagnaia saiu em terceiro, sendo a primeira vez que largou entre os três da ponta.
Na escolha dos pneus, quase todos os pilotos optaram pela mesma configuração: dianteiro duro e traseiro macio. O único que destoou do restante do grid foi Álex Rins, que foi com ambos macios.
Luzes apagadas e saída autorizada no circuito andaluz. Quartararo conseguiu manter a primeira colocação, com Viñales e Valentino Rossi completando o trio da Yamaha. Mais para trás, Miguel Oliveira e Brad Binder se envolveram em um forte acidente, com o #88 indo ao chão e o #33 retomando a disputa.
Maverick tentou dar o golpe em cima do francês e chegou a tomar a ponta, mas cometeu um erro, abriu demais e não só permitiu que o #20 retomasse a primeira colocação como ainda abriu a porta para o #46 pular para segundo.
No fechamento da primeira volta, o piloto que mais conseguiu posições foi Álex Márquez, que saltou sete colocações e estava agora em 14º, enquanto Binder foi quem mais perdeu, despencando 11 postos e indo para 20º.
Com 1min38s280, Quartararo anotou a marca mais rápida da corrida. Enquanto isso, Valentino anotou 1min38s812 e Viñales rodando em 1min38s752, com ritmo superior ao companheiro de Yamaha. Jack Miller e Bagnaia, que protagonizou bela salvada, fechavam o top-5.
Inclusive, o titular da Pramac vinha virando mais rápido do que o companheiro australiano, tentando alcançá-lo para se colocar na quarta posição. Ambos estavam separados apenas por 0s169.
Quartararo estava abrindo uma confortável distância na primeira colocação. O francês já anotava 2s543 de respiro para o restante do pelotão. Enquanto isso, o #12 rodava mais rápido do que o #36, mas sem conseguir consumar a ultrapassagem e precisando lidar com a pressão de Miller.
Com 19 voltas para a bandeira quadriculada, Quartararo era o primeiro, com Rossi, Viñales, Miller, Bagnaia, Takaaki Nakagami, Franco Morbidelli, Joan Mir, Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci completando os dez primeiros.
Enquanto isso, na curva 13, a última, Iker Lecuona caiu sozinho e abandonou, marcando uma prova desastrosa para a Tech3 com duplo abandono.
Na última volta, Valentino conseguiu mostrar ritmo superior ao dos adversários, fazendo 1min38s994. Maverick anotou 1min39s203, enquanto Miller virou 1min39s129. O italiano estava 0s594 distante da dupla.
Miller então conseguiu alcançar Viñales e chegou a colocar sua moto à frente do espanhol, mas logo recebeu o troco. Bagnaia tentou entrar na briga e também passar o piloto da Yamaha, mas teve de se contentar em se adiantar apenas à frente de Jack, ficando em quarto.
Então, na curva 6, o #12 acabou cometendo um erro e abriu demais, o que permitiu que Bagnaia recuperasse a terceira colocação de largada. O italiano agora estava 0s540 do italiano da Yamaha.
Viñales seguia perdendo rendimento no circuito andaluz. Poucos metros após ter sido superado por Pecco, chegou a vez de Miller e Morbidelli passarem o espanhol por dentro, o jogando para a sexta colocação.
Mas Miller não conseguiu se manter na posição por muito tempo. O australiano acabou sofrendo uma queda na curva 9, indo parar na caixa de brita. Mas o #43 nada sofreu e saiu andando da pista. Petrucci também acabou caindo.
Enquanto isso, na ponta, Rossi errou o ponto da freada na curva 6 e foi ultrapassado por Bagnaia. O italiano estava 0s428 distante do piloto da Pramac e precisando lidar com Franco, que cortou a desvantagem para apenas 0s057.
Mais para trás, algumas atuações notáveis mereciam atenção. Primeiro a de Binder que, após o revés da largada, aparecia agora em 12º. A outra era de Álex Márquez, que largou em último, mas já estava na décima posição. Mas o sul-africano teve um golpe de azar ao sofrer um forte high-side e ser arremessado da moto.
Dez voltas para a bandeira quadriculada e Quartararo era o primeiro com respiro de 4s742. Bagnaia era o segundo com 1s730 de vantagem para Valentino, o terceiro. Viñales, Nakagami, Mir, Dovizioso, Pol Espargaró, Álex Márquez e Johann Zarco eram os dez primeiros.
Mobidelli engrossou a lista dos abandonos. Quando estava dentro do top-6 da prova, seu motor Yamaha apresentou problema no final da reta principal. Isso fez o ítalo-brasileiro perder rendimento, cair para o final e não poder prosseguir. Rossi teve problema semelhante na última semana. Restavam 13 pilotos na pista – a zona de pontuação vai até o 15º.
Com oito giros para o final, uma batalha caseira da Yamaha começou a se desenhar. Viñales começou a caçar Valentino para tentar beliscar o degrau mais baixo do pódio. O italiano estava apenas 0s071 à frente do espanhol, virando ligeiramente mais lento.
Quando Bagnaia vinha para o primeiro pódio, sua moto começou a apresentar problemas e soltar muita fumaça na pista. O italiano, que estava em segundo, desacelerou e foi mais um que não iria terminar a corrida. Agora restavam 13 na disputa.
Viñales tentava usar o vácuo de Rossi para conseguir consumar a ultrapassagem, mas sempre que se aproximava do #46, não conseguia espaço para passar. Restavam quatro voltas para o fim e Quartararo mantinha a liderança sem ser ameaçado.
Fabio era o primeiro, com Rossi, Maverick, Nakagami, Mir, Dovizioso, Pol Espargaró, Álex Márquez, Zarco, Álex Rins, Tito Rabat, Bradley Smith e Cal Crutchlow completando a lista de pilotos que ainda estavam na pista.
Com dois giros para a quadriculada, Valentino acabou abrindo demais e deixou caminho livre para Viñales finalmente assumir a segunda colocação. O italiano não deixaria barato e seguia na cola do espanhol para tentar retomar a posição. Enquanto isso, Nakagami também pressionava o #46.
Como um passeio, Quartararo conseguiu sua segunda vitória na classe rainha do Mundial. Viñales garantiu a segunda posição, com Valentino completando o pódio, terminando no top-3 pela primeira vez desde o GP das Américas de 2019 e completando a trinca da Yamaha.
MotoGP 2020, GP da Andaluzia, Jerez, Final:
1 | F QUARTARARO | SRT Yamaha | 41:22.666 | 25 voltas |
2 | M VIÑALES | Yamaha | +4.495 | |
3 | V ROSSI | Yamaha | +5.546 | |
4 | T NAKAGAMI | LCR Honda | +6.113 | |
5 | J MIR | Suzuki | +7.693 | |
6 | A DOVIZIOSO | Ducati | +12.554 | |
7 | P ESPARGARÓ | KTM | +17.488 | |
8 | Á MÁRQUEZ | Honda | +19.357 | |
9 | J ZARCO | Avintia Ducati | +23.523 | |
10 | A RINS | Suzuki | +27.091 | |
11 | T RABAT | Avintia Ducati | +33.628 | |
12 | B SMITH | Aprilia Gresini | +36.306 | |
13 | C CRUTCHLOW | LCR Honda | +1 volta | |
14 | F BAGNAIA | Pramac Ducati | NC | |
15 | F MORBIDELLI | SRT Yamaha | NC | |
B BINDER | KTM | NC | ||
D PETRUCCI | Ducati | NC | ||
J MILLER | Pramac Ducati | NC | ||
A ESPARGARÓ | Aprilia Gresini | NC | ||
I LECUONA | Tech3 KTM | NC | ||
M OLIVEIRA | Tech3 KTM | NC |
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