De rejeitado a campeão: Martín fecha conto de fadas com imponente título da MotoGP

A temporada 2024 da MotoGP foi uma montanha-russa de emoções para Jorge Martín. Depois de ter sido derrotado no ano passado e ter sido preterido pelo time de fábrica da Ducati, o espanhol esperava melhor sorte, mas viu a montadora italiana novamente fechar as portas. Mesmo assim, reagiu e ainda saiu com um grande título e a chance de levar o #1 para a rival Aprilia.

Mas conquistar o título não foi fácil para Martín em 2024. Os números mostram isso, quando apontam que o piloto da Pramac teve apenas três vitórias durante todo o ano, contra 11 de Francesco Bagnaia. Por isso, a consistência foi crucial para chegar no topo da classe rainha do Mundial de Motovelocidade, terminando com o terceiro lugar nas duas corridas em Barcelona.

Martín chegou à MotoGP em 2021, já na Pramac. Depois de lesões e alguns resultados ruins, reagiu em 2022, mas a Ducati preferiu promover Enea Bastianini. Depois, em 2023, lutou pelo título, mas a montadora optou por segurar o piloto italiano mais um ano, mesmo depois de ter sido apagado.

Em 2024, Martín já sentia que era favorito ao posto. O bom começo de temporada parecia indicar e confirmar isso. E quase aconteceu. Às vésperas do GP da Itália, dirigentes da Ducati indicaram ao espanhol que ele seria o escolhido, mas depois mudaram de opinião e contrataram Marc Márquez. Restou, então, ir para a Aprilia.

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Por isso, o título tem um sabor tão especial para ‘Martinator’. Não apenas por chegar ao auge da carreira, mas também por dar um gosto amargo para a Ducati que o apoiou no passado e, ao mesmo, o fechou as portas tantas vezes. Agora, o #1 vai para uma rival — ainda que deva voltar logo, em 2026.

“Parece incrível, não sei o que dizer, eu completamente chocado. Esse título é para o meu povo, minha família, as pessoas que me apoiaram, isto é para eles. Nas últimas voltas, não conseguia nem guiar, comecei a chorar, foi uma corrida muito emocionante. Foi uma longa jornada, muitos acidentes, grandes ferimentos e, finalmente, estamos aqui”, disse Martín.

“Então, obrigado a todos eles, aos fãs, também é para Valência, sou um piloto espanhol. Espero que possamos continuar melhorando e aproveitar o momento, isso é a coisa mais importante: deixar a pressão de lado e desfrutar”, acrescentou.

Depois de bater na trave em 2023, Martín finalmente pode dizer que é campeão da MotoGP. E graças a uma consistência imponente. Entendeu que nem sempre poderia vencer todas as corridas, ainda mais com o bom nível mostrado por Pecco Bagnaia, mas soube ficar em cima da moto em quase todas as corridas.

Garantindo pontos nas etapas, mesmo sem estar no topo do pódio, o levou até o primeiro lugar na tabela. Oscilações aconteceram, é verdade. O ímpeto agressivo e trapalhão do passado até se mostrou presente, mas a mostrou muito mais maturidade para derrotar os pesadelos de outrora. E com méritos, muitos méritos.

Na Aprilia, a vida não deve ser tão fácil. A fábrica de Noale prometia um grande salto para esse ano e até venceu uma corrida com Maverick Viñales, além de três sprints, mas mostrou-se bem irregular e cheia de problemas. Por isso, terminou o Mundial de Construtores no terceiro posto, atrás também da KTM. Com a companhia de Marco Bezzecchi, no entanto, Martín tem a chance de reerguer o time, mas em 2025 o esperado é ver um novo triunfo da Ducati. Mas nada disso importa neste momento, o capítulo mais importante da carreira está fechando e em altíssimo nível.

A MotoGP volta a acelerar no dia 19 de novembro, a partir de 6h (de Brasília), para o último teste da temporada 2024, em Barcelona, na Catalunha. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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