Rivais defendem Quartararo e falam que punições na MotoGP “são difíceis de entender”
Aleix Espargaró, Álex Rins e Francesco Bagnaia disseram o mesmo: que a falta de critério na aplicação de punições para incidentes na MotoGP estão deixando os pilotos confusos e cobraram mais clareza da direção de prova
Rivais na pista, porém unidos em uma causa em comum: decifrar as polêmicas decisões da direção de prova da MotoGP. Alguns pilotos do grid foram questionados sobre a punição aplicada a Fabio Quartararo no GP da Holanda, em Assen, e a opinião foi uma só: independentemente da culpa do piloto da Yamaha, casos piores já aconteceram e passaram batido, sem que os pilotos envolvidos sofressem qualquer tipo de sansão.
Um dos que defenderam o líder do Mundial foi Aleix Expargaró, que foi o piloto lesado no incidente em que Quartararo foi punido com uma volta longa, a ser cumprida nessa rodada, na Grã-Bretanha — para relembrar: o #20 tentou ultrapassar o representante da Aprilia nas primeiras voltas da corrida holandesa, mas perdeu o controle da moto e caiu, empurrando o rival para a brita. Por sorte, Aleix conseguiu retornar à corrida, mas os comissários julgaram Fabio “ambicioso demais” na disputa.
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“Concordo plenamente com o Fabio no sentido de ele não estar feliz e não entender a penalização”, disse Aleix Espargaró. “Concordei com ele porque vimos exemplos diferentes durante o ano de pilotos que foram muito mais agressivos do que ele e não foram punidos”, acrescentou.
“Se tivesse havido punições nesses casos, e aí Fabio também fosse punido, acho que compreenderíamos e seguiríamos. Mas todos os pilotos da comissão de segurança estão pressionando pelo mesmo. Queremos entender qual é o limite e tornar isso mais fácil para todos. Se num dia você pune, e no outro não, fica difícil de entender. Acredito que vamos continuar andando agressivamente”, complementou o #41.
Aleix ainda brincou sobre uma fala de Quartararo, dizendo que não ia mais ultrapassar ninguém. “Não é verdade, ele não vai ultrapassar muito”, mas retomou o tom sério e insistiu que as punições precisam ser aplicadas da mesma forma a todos. “Você precisa punir da mesma forma, seja Jack [Miller] em Portimão, Taka [Nakagami] em Barcelona, ou esse caso. Não foram casos diferentes, mas houve diferentes penalidades. Isso dificulta o entendimento.”
Em Barcelona, a polêmica foi ainda maior: na largada, antes da primeira curva, Takaaki Nakagami literalmente atropelou os adversários e bateu com a cabeça na moto de Álex Rins — a violência do impacto foi tão grande que Rins fraturou o punho esquerdo.
O piloto da Suzuki também se manifestou sobre a seletividade na aplicação de punições na MotoGP. “Há dois tipos de incidentes, acredito. Há aqueles em que você inicia a ultrapassagem e perde a frente, e há aqueles como em Montmeló [referindo-se a Nakagami]. Não sei o que precisa mudar. Para mim, o de Fabio, não estou totalmente de acordo com a punição.”
Francesco Bagnaia, que terá a chance de descontar a vantagem de 66 pontos este fim de semana graças à punição ao rival, foi mais um que saiu em defesa do atual campeão da categoria. “É difícil entender essas penalizações. No Catar, eu fiz quase o mesmo que Jack [Miller] e foi muito similar ao que Quartararo fez, mas nenhum de nós foi punido.”
“Em Barcelona, aconteceu um acidente enorme, uma condução irresponsável, e Taka não foi punido. Então, para nós, é bem difícil de entender, mas eu não concordo com a punição a Fabio”, finalizou.
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