Rossi admite postura implacável, mas diz que foi traído por Márquez e acusa: “Só era meu amigo quando me vencia”

Às vésperas do início da temporada 2016 da MotoGP, Valentino Rossi dá novos sinais de que ainda não deixou para trás todo o imbróglio do ano passado. O italiano voltou a dizer que a relação com Marc Márquez não pode ser reparada e afirmou que foi traído pelo espanhol.

 

Em 2015, Rossi acusou Márquez de atuar em favor de Jorge Lorenzo para evitar a conquista de seu décimo título mundial. A crise chegou ao auge no GP da Malásia, quando o italiano tentou forçar o rival para fora da pista e um toque acabou levando o #93 ao chão.

Valentino foi punido e teve de largar em último na final de Valência. A prova no circuito Ricardo Tormo, aliás, também serviu para colocar mais lenha na fogueira, uma vez que Marc passou 30 voltas atrás de Jorge sem lançar um único ataque.

 

Em entrevista ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’, Rossi admitiu que é uma pessoa “implacável” e voltou a dizer que não é possível reconstruir a relação com Márquez.

 

“Depois do que aconteceu lá, nunca vai haver uma relação mais pessoal entre nós dois. Nada, nem o mínimo”, garantiu. “Mas seremos adversários na pista, por alguns anos eu espero, e nós dois devemos nos respeitar. Isso vai ser importante", alertou.

 

Questionado se tinha subestimado Márquez, Rossi afirmou: “Mais do que tudo, eu me sinto enganado por Márquez”.

 

“Ele realmente me traiu”, acusou. “Ele chegou a dizer que era meu fã, mas era tudo mentira. Eu quase acreditei nele, estava pronto para ter uma rivalidade madura, dando 100% na pista, achando que seria da mesma maneira. Mas era uma mentira. Em Assen, eu percebi que ele só era meu amigo quando me vencia. Muito fácil assim”, ironizou.

 

Em uma recente entrevista à revista ‘Motosprint’, Rossi reconheceu que talvez fosse melhor não ter acusado o rival publicamente na Malásia, mas justificou sua ação alegando que buscava um posicionamento mais firme da direção de prova.

 

“Eu também penso que talvez teria sido melhor se não tivesse falado nada, mas eu tinha de fazer, porque percebi que estava ferrado. Teria sido muito difícil bater Lorenzo em uma situação normal, mas quando vi que Márquez estava contra mim, eu vi que estava ferrado mesmo", seguiu.

 

"Com a entrevista coletiva, mais do que tentar intimidar Márquez, eu tentei chamar a atenção da direção de prova, com o objetivo de resolver tudo. Nós já havíamos tentado conversar com a direção de prova, mas eles não nos ouviram, então tentei outro caminho. Acho que eles subestimaram o problema, porque o que aconteceu foi algo que ninguém esperava: eu não fiz nada, e nem eles, então quando nós dissemos, eles passaram a perguntar: 'O que há por trás disso?'", explicou Rossi. 

 

“A questão foi subestimada. Tudo isso teria sido evitado se tivéssemos conversado todos juntos na Malásia", acrescentou. 

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