Valentino Rossi admitiu que o déficit de velocidade da Yamaha na comparação com as rivais é uma preocupação. O #46 reconheceu que perde muito nas retas, mas também admitiu que é um problema de difícil solução, já que o motor da YZR-M1 está congelado.
Rossi fechou o GP da França de domingo (19) na quinta colocação, 3s053 atrás do vencedor Marc Márquez, mas a passagem por Le Mans deixou mais uma vez evidente a deficiência do protótipo dos diapasões em termos de velocidade.
No ranking de velocidades máximas, Rossi ficou com o 19º posto, tendo atingido um máximo de 300,1 km/h. Líder do speed trap, Andrea Dovizioso chegou a 310s,9 km/h. Vencedor em Le Mans, Márquez alcançou 301,3 km/h.
Valentino Rossi (Foto: DIvulgação/MotoGP)
Apesar da clara fraqueza, Rossi não fez um balanço apenas negativo, já que considera que a YZR-M1 melhorou em termos de conservação dos pneus e, no geral, é uma moto boa de guiar.
“Foi uma corrida difícil”, resumiu Rossi. “Felizmente, eu comecei na frente e a largada não foi tão ruim. Eu tentei dar o máximo. Mas não era rápido o bastante. Perdi muito na reta. Perco muito em aceleração nas curvas de baixa velocidade”, seguiu.
“Durante toda a corrida, eu tentei ficar ali, para não perder o vácuo e tentar lutar pelo pódio. O pódio era a minha meta, mas, infelizmente, não foi o bastante para bater as Ducati”, explicou. “O lado bom é que no fim da corrida eu estava bem. Eu pude reagir. Parece que nós temos menos problemas neste ano nas últimas voltas em comparação com o ano passado. Isso é positivo. Mas não é o bastante para podermos brigar pelo pódio”, reconheceu.
Mesmo vendo avanços da casa de Iwata, Valentino sublinhou que as equipes rivais não ficaram paradas e também conseguiram apresentar evolução.
“Nós melhoramos a durabilidade do pneu com coisas diferentes na moto. A moto é muito boa de pilotar. Eu quero ver a corrida, mas parece que na freada, na curva, eu vou bem”, apontou. “Mas parece que os outros deram mais um passo, especialmente a Honda, e agora a diferença é muito grande na reta. Basta ver a lista de velocidades. Nós sofremos muito a corrida toda”, frisou.
“Infelizmente, o que podemos melhorar é que, por alguma razão, eu sou a mais lenta das Yamaha. Nós precisamos melhorar. Sou sempre o último, o penúltimo, às vezes o antepenúltimo, mas muito longe do topo”, comentou. “Historicamente, desde 2004, a Yamaha nunca foi fantástica na reta. Mas parece que este ano nós perdemos muito”, ponderou.
No fim de semana em Le Mans, Rossi usou a carenagem com complementos aerodinâmicos da Yamaha. Na visão do italiano, a peça surtiu algum efeito.
“Nós falamos sobre as asas e é uma pequena melhora na aceleração e boa para o wheelie. Mas, em termos de velocidade máxima, nós perdemos muito. É difícil, especialmente na corrida”, insistiu. “Você tem de lutar com eles e eles são muito mais rápidos na reta, então é difícil conseguir ultrapassar. Parece que nos sofremos muito na reta neste ano. E também parece que os outros são melhores. Em relação ao resto, a moto foi boa de pilotar e eu fui constante no final, mas não é o bastante”, pressionou.
Ainda, o #46 ressaltou que a Yamaha não tem como melhorar o déficit de velocidade, já que os motores são congelados na MotoGP ― exceto para as fábricas que contam com concessões. No caso, apenas KTM e Aprilia.
“Não acho que possamos melhorar muito neste ano. Mas essa é a situação. Nós temos de dar o máximo. Podemos lutar para ficar no pódio”, defendeu. “A moto é boa de pilotar. Temos algumas coisas boas. Temos de ver de uma pista para a outra, mas essa é a realidade agora. Nós temos de encontrar algo na aceleração, porque perdemos nisso. Vamos ver”, concluiu.