“Valente, mas não imprudente”: Marc Márquez culpa médicos por erro em volta precoce

O piloto da Honda considerou que deveria ter sido alertado pelos médicos sobre o risco de danificar a placa de titânio introduzida na primeira cirurgia. O hexacampeão da MotoGP reconheceu que a tentativa de volta precoce foi a culpada pelo dano

Marc Márquez reconheceu que errou ao tentar voltar precocemente à MotoGP, mas responsabilizou os médicos pelo erro, já que alega não ter sido informado do risco de danificar a placa de titânio introduzida para estabilizar a fratura no úmero direito.

Na primeira etapa do campeonato, piloto da moto #93 acabou com o úmero fraturado em um acidente já no fim do GP da Espanha. O Márquez foi, então, operado em Barcelona, pela equipe comandada pelo médico Xavier Mir, mas quase não teve tempo de recuperação.

Ainda no hospital, se meteu a fazer flexões para tentar se preparar para o exame médico necessário para voltar a subir na RC213V. Só seis dias após a fratura, Marc participou do TL3 do GP da Andaluzia, mas acabou sucumbindo as dores e encerrou as atividades por ali mesmo.

Com aval de médicos, Márquez começou a fazer exercícios logo após a cirurgia (Foto: Repodução)

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A volta, então, era esperada para o GP da Tchéquia, mas pouco antes da corrida em Brno, a Honda anunciou que o piloto tinha danificado a placa em um incidente doméstico e precisou de uma segunda operação para substituir a peça de titânio. O irmão de Álex passou a ser cauteloso e acabou ficando de fora do restante da temporada.

Na última quinta-feira, contudo, Márquez foi submetido a uma terceira cirurgia, desta vez com os médicos Samuel Antuña, Ignacio Roger de Oña, Juan de Miguel, Aitor Ibarzabal e Andrea Garcia Villanueva no Hospital Internacional Ruber, em Madri. O procedimento foi necessário já que o piloto desenvolveu pseudoartrose, ou seja, o osso não consolidava como deveria.

Em uma cirurgia de 8 horas, os médicos substituíram a placa anterior e também fizeram um enxerto, com osso retirado do quadril. No sábado, porém, a Honda anunciou que as amostrar colhidas durante a operação indicaram que o filho de Roser e Julià estava com uma infecção na fratura, que está sendo tratada com antibióticos, mas pode afetar o processo de recuperação.

Antes da nova intervenceu, o mais velho dos irmãos de Cervera admitiu que tentar voltar no GP de Andaluzia foi um erro e teve consequência direta nos danos causados à placa de titânio.

“Isso me ensinou muitas coisas. A primeira delas que a tentativa de retoro após a lesão foi precipitada”, disse Márquez ao serviço espanhol de streaming DAZN. “A minha placa quebrou em casa, abrindo uma porta de correr que tenho para sair para o jardim. Mas a placa não quebrou ali. Rompeu como resultado de todo o estresse que foi criado em Jerez”, seguiu.

Márquez, porém, jogou a culpa para os médicos, já que entende que deveria ter sido freado na tentativa de voltar antes da hora.

“Tentar voltar em Jerez foi um erro”, admitiu. “Aprendi que os pilotos têm uma virtude e um defeito, que é não ver o perigo, então eles [os médicos] precisam nos fazer enxergar”, ponderou.

“Depois da primeira operação, a primeira pergunta de todo piloto é: quando posso voltar para a moto? E é o medico que tem de saber como te parar, é ele que tem de ser realista. Eu fui para Jerez na certeza de que a placa aguentaria, pois foi o que eles me disseram”, frisou. “Sou valente, mas não sou imprudente. Se me dissessem que a placa podia romper, não teria subido em uma moto de 300 km/h”, assegurou o piloto, que, por conta do período inativo, perdeu músculo e baixou de 65 para 61 kg.

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