Zarco admite medo de ficar fora da MotoGP, mas defende saída: “Estou triste na KTM”

Em entrevista ao jornal francês ‘L’Equipe’, Johann Zarco justificou sua decisão de deixar a KTM na metade do contrato por estar “triste”. O francês admitiu que teme ficar fora do grid da MotoGP em 2020

Johann Zarco explicou ao diário francês ‘L’Equipe’ sua decisão de deixar a KTM na metade do contrato. O francês alegou que está triste a bordo da RC16 e afirmou que não podia continuar desta forma.
 
 
Johann confirmou que partiu dele o pedido de rescisão e disse que a conversa com Stefan Pierer, o chefão da KTM, só aconteceu “depois de uma longa reflexão”.
Johann Zarco se disse triste na KTM (Foto: Philip Platzer/KTM)
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“Eu fui ver Stefan na tarde de sábado depois de uma longa reflexão. Nós estamos fazendo o máximo há oito meses e não demos nenhum passo à frente, então a situação é bem difícil”, comentou. “Estou triste nesta moto. Essa é a minha paixão e sinto que não posso fazer isso. Sair da moto tem sido sistematicamente triste, isso não era mais possível. Foi por isso que eu decidi seguir em frente, porque essa não é a maneira que quero pilotar”, defendeu.
 
Perguntado se era realmente impossível ser competitivo a bordo da RC16, Johann respondeu: “Este foi o meu discurso no início do ano: ‘Vai melhorar na próxima corrida, vamos encontrar uma solução’. Mas agora, quando já passamos da metade da temporada, eu precisava tomar uma decisão”. 
 
“Tenho de abrir a minha mente para outras oportunidades, mesmo que não tenha nenhuma agora. Parece tudo bloqueado para 2020”, considerou. “Mas continuar com o bom salário que a KTM me dá, pilotando apenas por dinheiro, não seria me respeitar. Eu quero lutar por pódios”, frisou.
 
O #5 destacou, ainda, que é muito cedo para falar de 2020 e avaliou que a KTM ficou surpresa com sua decisão.
 
“É muito cedo para falar disso. A maneira como falei com a KTM foi bem franca e sincera”, opinou. “Acho que eles apreciaram a minha reação e respeitaram a minha decisão, mesmo que tenham ficado bem surpresos. Mas eles sabem que não posso sair dessas dificuldades”, garantiu.
 
“Como eu disse no Twitter: estou fazendo o melhor trabalho do mundo, quero fazer com um sorriso e quero lutar por pódios”, reiterou. “Mas, recentemente, as pessoas estão frequentemente me dizendo: ‘você está entre os 24 melhores pilotos do mundo, ganha o bastante para ter uma boa vida, mas parece tão triste’. É, é frustrante não poder lutar pelas minhas metas”, seguiu.
 
Johann, porém, não quis falar em arrependimento, mas afirmou que a decisão de ir para a KTM foi de seu ex-agente, Laurent Fellon. 
 
“Essa foi uma decisão tomada pelo meu agente. Isso é passado, é inútil se arrepender”, avaliou. “Foi uma escolha que eu aceitei, como aceitei a escolha que estou fazendo agora. Espero me libertar de alguma coisa. Essa é uma grande aposta”, reconheceu.
 
O piloto não esconde, porém, que sequer tem um plano B para a sequência de sua carreira.
 
“Seria fácil se eu tivesse um plano B. Mas lutando com a KTM, não era possível buscar outro contrato em outro lugar. Não tenho um agente e não tenho tempo”, explicou. Talvez eu esteja me comportando muito honestamente neste mundo”, declarou.
 
Com sete corridas ainda pela frente a bordo da RC16, Zarco prometeu empenho máximo e garantiu que seguirá focado em seu trabalho.
 
“Vou fazer o melhor trabalho que puder pela KTM. Sigo completamente focado. Não tenho nada contra a KTM, será o meu time até o fim do ano”, falou. “Talvez, tirando esse ‘peso’, eu possa ter uma performance melhor”, opinou.
 
Por fim, ao ser indagado que teve que se carreira tenha chegado ao fim na falta de oportunidades para 2020, o francês respondeu: “Terminar a minha carreira, não. Mas não correr na MotoGP em 2020, sim. Tem um medo mesmo assim”.
 

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