Front Row e equipe de Jordan processam Nascar com ação antitruste: “Monopólio ilegal”
Equipes rejeitaram os termos atuais para renovar o acordo dos charters da Nascar, e listaram diversas práticas que constituem monopólio da categoria
A Front Row e a 23XI, equipe que tem Michael Jordan, lenda do basquete, como sócio, entraram em conjunto com uma ação antitruste contra a Nascar e Jim France, CEO da organização, no Distrito Oeste da Carolina do Norte. A alegação é que a categoria e suas lideranças usam práticas anticompetitivas que impedem uma competição justa no esporte.
O termo antitruste tem origem em uma lei norte-americana, datada de 1890, a Sherman Antitrust Act, que tinha como objetivo combater os monopólios e concentração de poder econômico, e busca garantir um mercado justo e equilibrado para todos os participantes — algo que as duas equipes afirmam que a Nascar não permite.
“Compartilhamos a paixão pelas corridas, a emoção da competição e a luta pela vitória. Fora da pista, dividimos a crença de que a mudança é necessária para o esporte que amamos. Juntos, trouxemos este caso antitruste para que as corridas possam prosperar e se tornar uma modalidade mais competitiva e justa de maneiras que beneficiem equipes, pilotos, patrocinadores e, o mais importante, os fãs”, declarou a 23XI e Front Row em comunicado conjunto.
Vale destacar que, entre as 15 equipes, a 23XI e a Front Row foram as únicas que não assinaram a renovação do acordo do sistema de charters, introduzidos em 2016 na Nascar — o prazo era 6 de setembro, no final de semana da etapa de Atlanta.
O processo de continuidade do sistema de charters na Nascar foi bastante árduo, com mais de dois anos de negociações. Um dos pedidos das equipes é que a franquia se tornasse permanente, com o aumento da premiação. Na introdução do processo, Front Row e 23XI explicam que este é um “caso sobre monopolização ilegal das principais corridas de stock car pela família France, a fim de enriquecer às custas das principais equipes, que tem sua base de fãs, patrocinadores e são valorizadas pelas emissoras”.
Os dois times alegam que sofreram prejuízos. Agora, de acordo com 23XI e Front Row, terão o direito de manter os charters para 2025 até a conclusão do litígio, sem renunciar as reivindicações antitruste. De acordo com a ação, esta é uma medida cautelar para acabar com as práticas de exclusão da Nascar e restaurar a concorrência no mercado.
23XI e Front Row também afirmam que “triplicou” os danos financeiros com os “termos anticompetitivos e abaixo do mercado” com o acordo dos charters de 2016, assim como as organizações sofreram da mesma forma com o novo contrato para 2025.
As duas equipes também listaram as práticas anticompetitivas: a Nascar comprou a maioria das pistas de corrida, que se tornam exclusivas para a categoria; impor acordos de exclusividade em circuitos que a Nascar corre; a aquisição da Arca Menards, o que supostamente impede de se tornar um concorrente, mas uma categoria que fará parte do guarda-chuva da Nascar; vetar a participação das equipes em outras competições de stock car; ter a propriedade das peças e obrigar que as equipes compre desses fornecedores.
“A família France usou a Nascar para adquirir e manter uma posição de monopólio sobre as principais equipes de stock car, entre outras ações anticompetitivas, por meio de aquisições de outros circuitos de corrida, acordos anticompetitivos que restringem a disponibilidade de pistas adequadas para corridas de stock car de primeira linha, regras de monopólio relativas ao uso exclusivo de carros especializados de ‘Next Gen’, e restrições de não concorrência que impedem as principais equipes de stock car que competem na principal categoria de também participarem de corridas fora do circuito da Nascar”, declarou as equipes.
Enquanto a Nascar bate recordes de receita por direitos de transmissão, alcançando um acordo para a partir de 2025 que está na casa dos US$ 23 bilhões [cerca de R$ 126,5 milhões] com Fox Sports, NBC, TNT e Amazon, os charters não garante nenhuma premiação em dinheiro e a operação dos times só é garantido por meio de patrocinadores. Em 2022, Jeff Gordon, diretor da Hendrick, declarou que a organização não tinha lucro há anos.
“É evidente que este litígio antitruste é a única maneira de liberar o mercado para a concorrência e permitir que os requerentes e outras equipes de corrida de stock car obtenham os termos justos que serão realizados em um mercado competitivo por seus serviços como times de primeira linha. Um mercado competitivo permitirá que as equipes obtenham os lucros razoáveis necessários para reinvestir em seus negócios e criar um produto ainda mais empolgante para os fãs, patrocinadores e emissoras. A família France e a Nascar são valentões monopolistas. E os agressores continuarão a impor sua vontade de machucar os outros até que seus alvos se levantem e se recusem a ser vítimas. O momento chegou”, encerrou o comunicado das 23XI e Front Row.
Até o momento, a Nascar não comentou o assunto.
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