Aventureiro, Liuzzi continua desbravando categorias e estreia na Super Fórmula: “Gosto de ser versátil”

Ex-piloto de F1, Vitantonio Liuzzi não se firmou em nenhum campeonato desde que deixou a categoria máxima do automobilismo. Mas isso não é problema para ele: o italiano disse ao GRANDE PRÊMIO que gosta de girar o mundo conhecendo diferentes carros e circuitos

O automobilismo japonês é a nova casa de Vitantonio Liuzzi. O italiano, que defendeu Red Bull, Toro Rosso, Force India e HRT na F1, tornou-se um andarilho do esporte e passou por diversas categorias. Neste fim de semana, o piloto de 33 anos conhecerá um novo desafio: a Super Fórmula, antiga F-Nippon.

A estreia de Liuzzi na F1 foi no GP de San Marino de 2005, com a Red Bull. Ele disputou outras três corridas com o time naquele ano, substituindo Christian Klien. Passou as duas temporadas seguintes na Toro Rosso, até deixar momentaneamente o circo. Seu melhor resultado foi em 2010, já pela Force India, quando terminou em quinto no GP do Canadá. Enquanto não esteve na F1, acelerou diversos outros carros por aí: Speedcar Series, A1 GP, Superstars Internacional e Italiana e Mundial de Endurance. Em 2014, retorna aos monopostos.

Liuzzi vai estrear na Super Fórmula neste final de semana (Foto: Duda Bairros)

“Gosto de ser versátil”, resume em entrevista ao GRANDE PRÊMIO. Seu objetivo sempre foi permanecer na F1, mas isso não foi possível após o fechamento de seu último time, a HRT. Um projeto no qual ele botava fé. “O projeto se desenvolveria no futuro. Não funcionou porque, basicamente, nunca colocaram muito dinheiro nele. Às vezes, é preciso arriscar na vida. Meu objetivo era ficar na F1, mas não funcionou. Apenas tenho que aceitar e olhar para a frente”, disse.

“Estou curtindo categorias diferentes. Estou fazendo corridas no WEC, com carros de GT. Amo o esporte e vou continuar de alguma forma. No futuro, pode até ser a Stock Car no Brasil, você nunca sabe”, afirmou.

O piloto chega à Super Fórmula em um momento de transição nos monopostos nipônicos. Assim como ocorre em diversos campeonatos neste ano de 2014, mudanças darão uma nova cara às disputas no Japão. Um novo carro, mais rápido e moderno, foi construído pela Dallara e está sendo bastante elogiado. Ainda assim, ele bem que gostaria de poder continuar experimentando coisas novas ao longo do ano.

 

“Claro que, se você faz só uma corrida no campeonato, não pode ser campeão. Quero fazer um campeonato focando título, mas, se puder fazer outras corridas aqui e ali para mostrar que posso ser competitivo em qualquer lugar, eu gostaria”, contou.

Relembrando a trajetória pela F1, ele coloca a passagem pela Force India como seu grande momento. Liuzzi debutou no time no GP da Itália de 2009, substituindo o compatriota Giancarlo Fisichella. “Foi muito bom, tínhamos um carro competitivo. Foi uma pena que, no meu ano completo, não pudemos fazer tanto quanto gostaríamos porque sofri com vários problemas de confiabilidade. Mas, no fim das contas, gostei porque era um carro divertido de pilotar”, relatou.

Liuzzi se coloca no grupo de pilotos que merecia ficar por mais tempo na F1, mas que não pode devido à condição econômica atual da categoria. “Eu, assim como vários outros que estão fora, mereço mais do que pilotos que estão envolvidos agora. Mas é assim que é a F1 no momento. O problema é que as equipes estão com orçamentos apertados e precisam encontrar pilotos que tenham patrocinadores. É assim que é e temos que aceitar”, lamentou.

Sua saída da F1, que coincidiu com a de Jarno Trulli, marcou também a despedida dos pilotos italianos. Desde o fim de 2011 que nenhum representante de um dos países mais tradicionais no esporte não alinha no grid da categoria máxima do automobilismo.

Os pilotos italianos não têm obtido sucesso nessa conjuntura mencionada por Liuzzi. Grande exemplo é Davide Valsecchi, campeão da GP2 em 2012 e que dificilmente entrará na F1. Nas categorias de base, o próximo da fila é Raffaele Marciello. O piloto da Academia da Ferrari conquistou de forma dominante o título da F3 Europeia em 2013. E olha que se trata da nação que mais títulos conquistou no Mundial de Kart. Liuzzi e Trulli são dois exemplos de campeões.

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