Ex-piloto da Stock Car e atualmente empresário, Hybernon Cysne, paulista radicado no Ceará, sofreu um atentado a bala na tarde da última quinta-feira (21), enquanto visitava o apartamento da mãe, em Fortaleza, e acabou perdendo a visão de um olho. Aos 46 anos, Hybernon é investigado pela Polícia Federal por um suposto envolvimento em um golpe milionário na Caixa Econômica Federal e é monitorado com uma tornozeleira eletrônica. Segundo o diário cearense ‘O Povo’, Cysne deu entrada no Instituto Doutor José Frota com um ferimento à bala no rosto que acabou por atingir também o globo ocular.
Além de ter competido na Stock Car de forma efetiva entre 2006 e 2008 pela equipe Powertech, Hybernon traz uma carreira de certa solidez no automobilismo nacional. No Ceará, Cysne venceu seis vezes os 100 Km de Kart. Disputou também a F3 Sul-Americana e a Stock Car Light, além de ter competido em corridas esporádicas nos Estados Unidos e na Europa.
Ainda segundo o diário, Hybernon estava na varanda quando foi alvejado, na região do bairro Meireles, zona nobre de Fortaleza. O empresário caiu do primeiro andar e bateu a cabeça. Logo, Cysne foi socorrido e encaminhado ao IJF para os primeiros socorros. O hospital confirmou o internamento e informou que a condição de saúde do ex-piloto, que se encontra atualmente em observação, é estável.
Hybernon é alvo de investigação da Polícia Federal por meio da Operação Fidúcia. O empresário é suspeito de ter aliciado ‘laranjas’ no esquema de fraude nas operações de crédito da Caixa Econômica Federal, levantando entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões entre 2013 e 2014. O empresário estava preso no Rio de Janeiro e havia sido transferido para Fortaleza e solto, por meio de um habeas corpus, em 30 de abril. Em liberdade provisória, Cysne é monitorado pela PF por uma tornozeleira eletrônica.
Segundo o jornalista Fernando Ribeiro, as autoridades policiais de Fortaleza trabalham com duas linhas de investigação para elucidar o caso: uma delas caminha na tentativa de suicídio, mas nenhuma arma de fogo foi encontrada no apartamento. A outra aponta para uma tentativa de assassinato, provavelmente motivada por vingança ou, ainda, queima de arquivo.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, a quadrilha era formada por empresários e altos funcionários da própria Caixa. Os agentes ativos do golpe falsificavam documentos e entregavam ao banco estatal para a abertura de processos de financiamentos de altos valores. Os funcionários da Caixa aprovavam os financiamentos, mesmo tendo consciência de que eram documentos frios, mediante propinas milionárias.