Jornalista e descobridor de Ángel Nieto, Tomás Díaz-Valdés morre vítima de coronavírus

Tomás Díaz-Valdés Heras, jornalista espanhol de 78 anos, morreu nesta manhã de sexta-feira (20) em Madri dias após ser infectado pelo coronavírus. Díaz-Valdés atuou por décadas como um dos responsáveis pela editoria de esportes a motor e, mais precisamente, de motociclismo do diário espanhol ‘AS’, além de ser o responsável por descobrir Ángel Nieto, que conquistou nada menos que 13 títulos mundiais no motociclismo.

 

Formado em engenharia, Díaz-Valdés conheceu Ángel Nieto nos anos 1960, quando o jovem, nascido na cidade de Zamora, começou a trabalhar como aprendiz na sua oficina no bairro de Vallecas, em Madri. Lá, o futuro piloto desenvolveu sua paixão pelas motos, e Díaz-Valdés aproveitou seus contatos no jornal para impulsionar sua carreira.

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Ángel Nieto foi seis vezes campeão mundial na classe 50cc (1969, 1970, 1972, 1975, 1976 e 1977) e outras sete na classe 125cc (1971, 1972, 1979, 1981, 1982, 1983 e 1984), chegando aos '12 + 1' títulos, como costumava dizer. O espanhol morreu em julho de 2017 depois de sofrer um acidente grave ao pilotar um quadriciclo no balneário de Ibiza.

 

Graças à ascensão de Nieto no motociclismo, Díaz-Valdés deixou os trabalhos como engenheiro e passou a atuar como setorista do ‘AS’, sendo praticamente um dos pioneiros  e fno país na cobertura do motociclismo, sendo um os responsáveis pela editoria. Com passagens também por veículos de comunicação como as revistas ‘Top Auto’ e ‘Top Moto’ e o site ‘Motorpoint’, Tomás seguia ativo na profissão até dar entrada em um hospital de Madri, onde morreu dias depois.

 

Ao noticiar a morte do jornalista, o ‘AS’ prestou homenagem ao seu antigo profissional. “Tomás-Díaz Valdés sempre foi um jornalista incisivo, valente e dedicado à profissão que viveu com a paixão que sempre o marcou. Mestre e referência de toda uma geração de jornalistas especializados, mesmo depois da aposentadoria se manteve plenamente ativo com vários produtos editoriais de caráter pessoal, além de contar com uma presença nas redes sociais e de ter um conhecimento das novas tecnologias, pouco habituais para uma pessoa da sua idade”.

 

“De fato, até dar entrada no hospital, onde sofreu as terríveis consequências, seguia desenvolvendo sua atividade normalmente, sempre transbordando ideias, sonhos e projetos que agora foram truncados. Queremos transmitir nossos mais sinceros pêsames por esta perda irreparável a Concha, sua esposa; a seus três filhos, Concha, Yolanda e Tomás; e o restante dos seus familiares e amigos. Foi-se um jornalista de raça, uma pessoa excepcional. Descanse em paz”, completou o jornal.