Zanardi segue em estado grave, mas estável um dia após acidente na Itália

O quadro de Alessandro Zanardi, que bateu de bicicleta contra um caminhão na Itália, ainda é delicado. O atleta tem quadro estável após cirurgia cerebral, mas apresenta quadro neurológico considerado grave pela equipe médica

O sábado (20) começou com um novo boletim do hospital Santa Maria alle Scotte di Siena, onde Alessandro Zanardi está internado após acidente na sexta-feira. De acordo com o comunicado, o italiano ainda apresenta quadro considerado grave. A boa notícia é que o paciente está estável após 2h30min de cirurgia.

Zanardi segue na UTI em Siena. A preocupação maior ainda é o quadro neurológico: o atleta sofreu traumatismo craniano e passou por cirurgia cerebral.

“Informamos que o paciente, que passou por uma cirurgia cerebral delicada na noite de 19 de junho e foi subsequentemente transferido à Unidade de Terapia Intensiva, apresenta parâmetros hemodinâmicos e metabólicos estáveis. Ele está entubado e com respiração artificial. O quadro neurológico segue grave”, explicou comunicado divulgado pelo hospital.

Alessandro Zanardi segue em situação delicada após acidente na Itália (Foto: BMW)

Entenda o acidente

Nesta sexta-feira (19), Zanardi se acidentou quando competia em uma bicicleta adaptada na cidade de Pienza. O ex-piloto se chocou com um veículo pesado e sofreu múltiplos traumas, sendo removido do local de helicóptero. O procedimento na cabeça de Alex acontece pouco mais de duas horas após a notícia de seu acidente.

Alessandro participava de uma das etapas do revezamento Obiettivo Tricolore (Objetivo Tricolor), uma jornada que reúne atletas paralímpicos em bicicletas de mão, bicicletas ou cadeiras de rodas olímpicas. Os participantes realizavam deslocamento entre duas etapas e passavam pelo km 146 da estrada entre Pienza e San Quirico d’Orci quando o incidente aconteceu. Os relatos são de que Zanardi perdeu controle, entrou na contramão e acabou atingido por caminhão.

A trajetória de Zanardi

Zanardi apareceu para o mundo do automobilismo em 1991, quando foi vice-campeão da F3000, perdendo para Christian Fittipaldi. Foi ainda no fim daquele ano que o italiano chegou ao grid da Fórmula 1, realizando três corridas com a Jordan. Nas temporadas seguintes, passou sem brilho por Minardi e Lotus até rumar para a Indy.

Foi nos EUA que Alex se encontrou e virou uma estrela. Em três anos de Ganassi, foi campeão em 1997 e 1998, conseguindo voltar à F1 em 1999, mas novamente sem sucesso, na época com a Williams. Em 2001, o piloto reapareceu na Indy com a Mo Nunn e, na etapa da Alemanha, em Lausitzring, sofreu um acidente que mudou os rumos de sua vida. Após fazer um pit-stop, o então líder da prova perdeu o controle na saída do pit-lane, rodou e foi acertado em cheio pelo carro de Alex Tagliani. A impacto da batida foi fortíssimo, e Alessandro perdeu as duas pernas.

Alex Zanardi, Bicicleta, Paralimpíada
Alex Zanardi fez o impensável ao conseguir ouro paralímpico após perder pernas (Foto: AFP)

Mas Zanardi jamais esmoreceu, jamais desanimou. Um ano depois, voltou à mesma Lausitzring e completou as 13 voltas que faltavam para completar a corrida de 2001, com um modelo adaptado. O piloto seguiu sua carreira no automobilismo, correndo no WTCC (Mundial de Carros de Turismo), pela BMW, inclusive vencendo corridas. Mas pouco a pouco, o foco do italiano mudava para as competições paralímpicas e viu nas maratonas um novo desafio a ser suplantado.

Foi em 2007 que Zanardi participou pela primeira vez da Maratona de Nova York, quando terminou em quarto na competição das bicicletas de mão. Era só o começo da sua jornada vitoriosa no esporte paralímpico. Em 2011, Alex venceu as maratonas de Nova York e também de Veneza, além de assegurar a classificação para os Jogos de Londres, seu grande objetivo, e de garantir a medalha de prata no Mundial. Naquele ano, Zanardi venceu também a Maratona de Roma, chegando assim à Inglaterra na condição de favorito nas três provas em que foi inscrito: corrida contrarrelógio, a prova de estrada e também o revezamento.

Em Londres, foram dois ouros e uma prata, marca que se repetiu quatro anos mais tarde, no Rio de Janeiro.

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