Brasileiros minimizam cancelamento da primeira especial do Dakar e torcem por dias mais calmos na sequência do rali

A edição 2016 do Rali Dakar começou tumultuada. Além de um acidente no Prólogo, ainda em Buenos Aires, os organizadores da prova tiveram de cancelar a primeira especial por conta do mau tempo na Argentina

A edição 2016 do Rali Dakar começou difícil para pilotos e organização. Depois de Chile e Peru saírem do roteiro, os organizadores da prova viram um dia de festa ficar marcado por um acidente logo no Prólogo, ainda em Buenos Aires, que terminou com espectadores feridos. Como se isso não fosse o bastante, o primeiro dia de disputa, entre Rosário e Villa Carlos Paz ainda teve de ser cancelado, já que a chuva e uma grossa camada de neblina não permitiram a decolagem dos helicópteros.
 
Embora os pilotos tenham tido de aguardar mais um pouco para acelerar nas especiais da mais dura prova off-road do planeta, os brasileiros Jean Azevedo, da categoria motos, e Guiga Spinelli, nos carros, minimizaram os problemas por conta da não realização da primeira etapa e concordaram com a decisão tomada pela direção do Dakar, que priorizou a segurança. 
 
“Não muda nada. Cancelar faz parte. A gente está aqui para fazer o que a organização mandar”, disse Jean. “Quando acontece um cancelamento é porque eles estão pensando na segurança dos pilotos, então toda vez que a organização toma uma decisão, para mim, é a decisão acertada”, julgou.
Azevedo concordou com o cancelamento da primeira especial (Foto: Victor Eleuterio/Foto Arena/Vipcomm)
“Já tive várias vezes no Dakar da África, ou mesmo no ano passado aqui no Uyuni, em que eles insistiram em largar — que eu acho que foi uma decisão errada —, então toda vez que tem um cancelamento, eu acho que é para o bem do piloto”, frisou.
 
Spinelli foi na mesma linha do compatriota. “A gente estava na expectativa deste tipo de especial, estrada de terra, uma região que tem público para caramba — isso aqui é a capital da Argentina do rali, sem dúvida nenhuma, entre Córdoba e Villa Carlos Paz, em função do WRC e tudo mais —, mas acho que não conseguiram decolar os helicópteros por causa de muita chuva, neblina, teto baixo, então acho que a organização, mais do que ninguém, sabe o que está fazendo nessas horas”, avaliou Guiga.
 
“A gente se deslocou para cá e vamos torcer para começar o Dakar, porque a previsão também não é boa”, comentou.
 
Depois do cancelamento da etapa inicial, a caravana viajou em direção a cidade de Villa Carlo Paz, em Córdoba, onde nesta segunda-feira (4) parte para a segunda especial, mas as notícias não são boas. Também devido ao mau tempo, o Dakar decidiu encurtar os trechos cronometrados no trajeto que vai levar o rali a Termas de Río Hondo, ainda em território argentino.
 
“É uma região de montanha, a gente vai largar muito perto daqui, não tem deslocamento, então tomara que as coisas estejam em ordem”, torceu o piloto da Mitsubishi, que não vê problema na disputa com chuva.
 
“Para nós, se o piso estiver molhado, a gente está largando mais atrás — tivemos um probleminha no prólogo que nos custou quase nada de tempo, mas várias posições —, e, por isso, a gente até conseguiu ser reposicionado no grid em função de estarmos na lista de pilotos prioritários do Dakar, mas vamos largar em 28º, então, certamente, vamos pegar bastante pó pela frente”, comentou.
Sem atividades no domingo, o Dakar 2016 começa de fato entre Villa Carlos Paz e Termas de Río Hondo (Foto: Victor Eleutério/Mitsubishi)
“Então, o fato de estar úmido ou molhado, por um lado nos favorece, mas, por outro, logicamente, se estiver muito escorregadio, é redobrar a atenção, porque fica mais fácil de perder uma freada, enfim, a gente fica mais vulnerável ao erro, mas estamos animados. A expectativa é boa de começar a brincadeira”, seguiu. “O carro é uma boa evolução em relação ao ano passado. A gente conseguiu progredir bastante no ponto principal que a gente tinha como limitação no ano passado, que foi a suspensão do ASX, então vamos lá. Estou doido para mostrar serviço”, completou.
 
“Acho que para os brasileiros em geral é um dia em que a gente está muito acostumado, é um dia de estrada de terra, em que a gente normalmente anda bem, então eu preferia que tivesse corrido essa especial, mas acho que, na disputa geral do rali, não vai prejudicar. Seria uma especial relativamente pequena no todo do rali — duzentos e poucos quilômetros em 4.800, então acho que não”, opinou. “Mas tomara que seja a última que cancele. Vamos ver daqui para a frente, Já cancelaram dez quilômetros de amanhã, antes de qualquer novidade de briefing, então tomara que pare por aí”, concluiu.
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