Em protesto, índios bolivianos ameaçam usar arame farpado para bloquear passagem do Dakar

Em protesto contra o cerco policial à sede do Conamaq (Conselho Nacional de Ayllus e Markas de Qullasuyu), índios ameaçam usar arame farpado para bloquear passagem dos competidores do Dakar. Indígenas também se queixam do impacto ambiental com a passagem do rali

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Às vésperas da largada, o Rali Dakar vê uma de suas etapas ameaçadas por protestos indígenas. De acordo com Rafael Quispe, dirigente indígena boliviano, os organizadores da competição devem obter uma autorização da Tierra Comunitaria de Origen (TCO), órgão que reúne os territórios indígenas da Bolívia, para poderem passar pelo local onde será realizada a especial entre Salta/Uyuni e Calama.
 
Segundo Quispe, a passagem das motos pode causar danos ambientais à região. O dirigente afirma que vai enviar uma carta aos organizadores da prova pedindo que a competição evite passar pelo local. 
Índios da Bolívia ameaçam protesto contra passagem do Dakar (Foto: BMW)
“Onde vão passar é da TCO Tolapampa, que é dos povos indígenas”, explicou Quispe. “Em resumo, lá estão os ovos de avestruz, a plantação de quinua e tem as vicunhas. Quando o Dakar passar, será como uma invasão”, justificou. 
 
“Deve haver uma consulta prévia, livre e informada, deve existir um estudo sobre o impacto ambiental”, defendeu. 
 
Além da defesa do meio ambiente, os índios também ameaçam barrar a realização da etapa do dia 13 de janeiro em sinal de protesto contra o cerco policial à sede do Conselho Nacional de Ayllus e Markas de Qullasuyu (Conamaq). 
 
O bloqueio, que já dura cerca de 20 dias, é resultado de uma disputa de poder pelo comando da Conamaq. O bloqueio ao prédio resultou em uma vigília no local, com alguns índios optando pela greve de fome.
 
O dirigente indígena sugeriu que a rota do Dakar seja bloqueada com arames farpados para evitar a passagem dos competidores. “Em relação ao Dakar, eu sugiro que coloquem arame farpado e assim para tudo”, falou. 
 
Falando à imprensa no Palácio do Governo, Evo Morales, presidente da Bolívia, minimizou os protestos e afirmou que é normal que existam alguns opositores ao rali, que passará pela Bolívia pela primeira vez.
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