Rali Dakar chega à 40ª edição com retorno às dunas do Peru e reencontro com a costa do Pacífico

Entrando na era dos ‘enta’, o Rali Dakar chega à sua 40ª edição com um roteiro de quase 9 mil km entre Peru, Bolívia e Argentina. Com 515 competidores inscritos, a maior e mais dura prova off-road do planeta têm como destaque o retorno às dunas peruanas e o reencontro com o Oceano Pacífico

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O Rali Dakar entra na era dos ‘enta’ em 2018. Criada a partir de uma ideia de Thierry Sabine, que se perdeu no deserto da Líbia durante a edição de 1977 do Rali Abidjan-Nice, a maior e mais dura prova off-road do planeta chega neste ano à 40ª edição ― a décima realizada em território sul-americano.
 
Desta vez, no entanto, a prova começa um pouco mais tarde do que o normal, abrindo as atividades em Lima, no Peru, no dia 6 de janeiro. Depois, os competidores passam pelo Peru, antes de completarem os quase 9 mil km da aventura em Córdoba, na Argentina, no dia 20.
 
“Deve ser excepcional”, disse Étienne Lavigne, diretor do Dakar. “Peru estará presente outra vez, como em 2012 e 2013. A Bolívia também receberá a corrida pela quinta vez e a Argentina também estará presente, como fez anualmente desde 2009”, seguiu.
No total, edição 2018 do Rali Dakar tem 332 veículos (Foto: Julien Biehler/DPPI)
Depois de um 2017 onde o roteiro foi bastante criticado por conta da falta de areia, o Dakar procurou voltar às suas origens e terá neste ano sete das 14 especiais disputadas em dunas e/ou em trechos 100% off-road. Além disso, o retorno ao Peru após uma ausência de cinco anos representa também o reencontro da competição com o Oceano Pacífico.
 

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“Acho que os pilotos sentiram falta da areia nos últimos anos, mas, depois de uma semana no Peru, todos estarão cansados dela outra vez”, brincou Laia Sanz, da KTM.
 
Pentacampeão e também diretor-esportivo do Dakar, Marc Coma trabalhou em um roteiro de dificuldade crescente, deixando para a Argentina uma das especiais mais difíceis.
 
“O estágio da Super Fiambalá (Belén-Chilecito), que também será a segunda parte da maratona para motos e quadriciclos, pode ser o ponto alto da corrida se for quente como normalmente é por lá”, explicou.
 
Com três países dividindo o percurso, os pilotos vão encarar os mais variados cenários. No Peru, as dunas darão o tom da prova, enquanto a altitude marcará o trecho boliviano. Na Argentina, os competidores encontrarão pistas rápidas e leitos de rios, tudo sob um forte calor.
 
“Vai ser uma edição mágica onde os pilotos poderão batalhar ao longo das dunas e se perder no Peru. Mais uma vez, poderemos nos render à adoração da Bolívia, antes de voltarmos para a capital sul-americana do esporte a motor: Córdoba, onde teremos uma grande festa para celebrar os dez anos do Dakar na América do Sul”, disse Coma. 
 
Além dos sete estágios totalmente off-road, a prova deste ano contará com uma etapa maratona ― onde as equipes não podem ajudar na manutenção dos veículos no final da especial ― para todas as categorias e uma segunda apenas para motos e quadriciclos. No total, serão mais de 4500 km de especiais e cinco dias com altitudes de mais de 3 mil metros.
Peru volta a receber o Rali Dakar em 2018 (Foto: Frederic Le Floch/DPPI)

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“Nós fizemos um malabarismo com os estágios. Por exemplo, no segundo as motos vão começar atrás dos carros. Além disso, no quarto estágio, teremos uma largada no estilo motocross e o quinto estágio será onde os pilotos poderão ver as dunas de Tanaca pela primeira vez”, explicou. “Na Bolívia, depois do dia de descanso na capital La Paz, acontece o primeiro dos dois estágios de maratona para as motos. Um dos maiores estágios será o oitavo, de Uyuni a Tupiza. A entrada na Argentina começará a marcar claramente os favoritos para vencer a corrida”, apontou Coma. 
 
“A altitude será deixada para trás e a areia vai nos receber. A navegação será um fator chave e a ordem de largada para a superespecial de Fiambalá também pode ser crucial antes de chegarmos à parte final do Dakar, que terminará em Córdoba com uma última especial em laço na cordilheira, cruzando vários rios”, detalhou.
 
No total, a edição 2018 do Rali Dakar contará com 515 competidores, sendo um total de 332 veículos ― 190 motos e quadriciclos, 100 carros e 42 caminhões). Além disso, a prova conta com representantes de 54 nacionalidades ― contando aí os veículos de apoio ―, com a maioria dos participantes vindo de França, Argentina e Holanda, respectivamente.
 
Entre as 142 motos está o campeão vigente, Sam Sunderland, que levou o título do ano passado ao completar o Rali Dakar pela primeira vez. Além do britânico, a KTM vai tentar seu 17º título consecutivo no rali com Toby Price, que vem de uma longa recuperação de uma fratura de fêmur sofrida na prova do ano passado quando defendia o título; Matthias Walkner, que venceu o Rali do Marrocos; Antoine Méo; Laia Sanz, que tenta completar a prova pela oitava vez seguida e sonha em voltar ao top-10; e Luciano Benavides.
 
Uma das principais rivais da marca austríaca, a Honda vem com um time inalterado, com Joan Barreda, Paulo Gonçalves, Kevin Benavides, Ricky Brabec e Michael Metge. A Husqvarna, por sua vez, também chega forte ao Dakar, já que conta com Pablo Quintanilla, que acabou de ser coroado campeão do Mundial de Rali Cross-Country. Do lado da Yamaha, Adrien van Beveren segue com a equipe, ao lado de Franco Caimi e Xavier de Soultrait. A Sherco será defendida por Adrien Metge, que tem feito boas exibições desde a estreia na prova, e Joan Pedrero Garcia.
 
Na lista de inscritos, chama a atenção a presença de Olivier Pain, ex-Yamaha, na antiga Malle Moto, hoje chamada de Original, que representa o verdadeiro espírito do Dakar, já que os pilotos contam apenas com ferramentas básicas e algumas peças de reposição e não podem receber auxilio na manutenção das motos, exceto de pilotos que integram a mesma categoria. 
 
“Sempre admirei os pilotos do Dakar sem assistência. Para mim, é uma maneira de encarar a corrida de uma forma diferente, para encontrar sensações do primeiro Dakar”, explicou Pain. “Acho que sou o primeiro piloto da elite a participar na Malle Moto depois de experimentar o conforto de uma estrutura oficial. Minha paixão pelo rali está intacta. Quero aproveitar esta 40ª edição sem a pressão do ranking e me reconectar com as origens deste evento. Me sinto como um iniciante”, completou.
 
Entre os carros, o destaque vai para o adeus da Peugeot. Dominante ao longo dos últimos anos, a marca francesa volta com seu time estrelado composto por Stéphane Peterhansel, o maior vencedor da prova; Sébastien Loeb; Carlos Sainz e Cyril Despres.
 
“O problema é que quanto mais você vence, mais você quer seguir fazendo isso”, disse Peterhansel. “Este ano será ainda mais especial, com a 40ª edição e a minha 29ª participação. Se será a minha última ou não, isso ainda não está definido”, anunciou o dono de 13 títulos ― seis nas motos e sete nos carros.
 
Sempre presente na briga pelo título, a Mini vem com um time de seis pilotos: Mikko Hirvonen, Bryce Menzies, Yazeed Al-Rajhi, Nani Roma, Jakub Przygonski e Orlando Terranova. A Toyota, por sua vez, recrutou Nasser Al-Attiyah, Giniel de Villiers e Bernhard Ten Brinke. A única dupla brasileira na competição dos carros será formada por Jorge Wagenfuhr e Idali Bosse. 
Edição 2018 do Rali tem 515 competidores inscritos (Foto: Julien Biehler/DPPI)
Entre os caminhões, a principal ausência será a de Gerard De Rooy, que vai disputar a Africa Eco Race no período do Dakar. Assim, o time principal da Iveco será defendido por Anton Von Genugthen e Arthur Ardavichus. 
 

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A Kamaz, por sua vez, será liderada por Airat Mardeev, Dmitry Sotnikov, Eduard Nikolaev e Anton Shibalov. Outros grandes nomes da disputa são Martin van der Brink, Aleksander Vasiliev e Ales Loprais.
 
A disputa entre os quadriciclos terá a volta de Rafal Sonik, que será desafiado por nomes como Sergei Kariakin, Ignacio Casale, Pablo Copetti, Jeremias González Ferioli e Nelson Sanabria, além do brasileiro Marcelo Menezes.
 
A disputa de UTVs não contará com os atuais campeões Leandro Torres e Lourival Roldan, mas terá duas duplas brasileiras, formadas por Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin e José Sawaya e Marcelo Hasegawa. Além dos brasileiros, a categoria terá a presença de Camelia Liparoti e Juan Carlos Uribe, por exemplo.

Confira o roteiro da edição 2018 do Rali Dakar:

      MOTOS/ QUADS CARROS/ UTVS CAMINHÕES
DATA ESTÁGIO TRECHO ENTRE ESPECIAL TOTAL ESPECIAL TOTAL ESPECIAL TOTAL
06/jan 1 Lima (PER)
Pisco (PER)
31 km 272 km 31 km 272 km 31 km 272 km
07/jan 2 Pisco (PER)
Pisco (PER)
267 km 278 km 267 km 278 km 267 km 278 km
08/jan 3 Pisco (PER)
San Juan de Marcona (PER)
295 km 501 km 295 km 502 km 295 km 502 km
09/jan 4 San Juan de Marcona (PER)
San Juan de Marcona (PER)
330 km 444 km 330 km 444 km 330 km 444 km
10/jan 5 San Juan de Marcona (PER)
Arequipa (PER)
264 km 770 km 267 km 932 km 267 km 932 km
11/jan 6 Arequipa (PER)
La Paz (BOL)
313 km 758 km 313 km 758 km 313 km 758 km
12/jan Dia de descanso – La Paz (BOL)
13/jan 7 La Paz (BOL)
Uyuni (BOL)
425 km 726 km 425 km 726 km 368 km 669 km
14/jan 8 Uyuni (BOL)
Tupiza (BOL)
498 km 584 km 498 km 584 km 380 km 558 km
15/jan 9 Tupiza (BOL)
Salta (ARG)
242 km 754 km 242 km 754 km 242 km 754 km
16/jan 10 Salta (ARG)
Belén (ARG)
372 km 795 km 372 km 795 km 372 km 795 km
17/jan 11 Belén (ARG)
Fiambalá (ARG)
Chilecito (ARG)
280 km 484 km 280 km 746 km 280 km 746 km
18/jan 12 Fiambalá (ARG)
Chilecito (ARG)
San Juan (ARG)
375 km 722 km 522 km 791 km 522 km 791 km
19/jan 13 San Juan (ARG)
Córdoba (ARG)
423 km 904 km 368 km 927 km 368 km 927 km
20/jan 14 Córdoba (ARG)
Córdoba (ARG)
119 km 284 km 119 km 284 km 119 km 284 km
TOTAL 4234 km 8276 km 4329 km 8793 km 4154 km 8710 km

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