Sainz prevê dificuldades mesmo com Dakar só no Peru e destaca nova fase pela Mini: “Gosto dos desafios”

Vencedor do Rali Dakar em 2010, pela Volkswagen, e 2018, correndo pela Peugeot, Carlos Sainz não quer saber de se aposentar. Ao contrário, encara um novo desafio ao formar o grande esquadrão da Mini X-Raid tendo como navegador o espanhol Lucas Cruz e compartilhando o time com o ‘Monsieur Dakar’, Stéphane Peterhansel, e Cyril Despres

Carlos Sainz chega à edição 2019 do Rali Dakar sem pensar na aposentadoria. Ao contrário, o espanhol, hoje com 56 anos, busca novos desafios e, consequentemente, novos títulos na maior e mais importante prova de off-road do planeta. Duas vezes vencedor da competição, em 2010, pela Volkswagen, e no ano passado, correndo pela Peugeot, ‘El Matador’ vai compor um verdadeiro ‘time dos sonhos’ formado pela Mini em parceria com a equipe alemã X-Raid. A largada promocional do Dakar 2019 acontece neste domingo (6) em Lima, no Peru, com a chegada, também na capital, marcada para o dia 17.
 
Além de Sainz, que terá ao seu lado novamente o inseparável navegador espanhol Lucas Cruz no carro de numeral #300, a Mini vai contar com um esquadrão nos seus buggys: em um deles, ninguém menos que o maior vencedor do Dakar — com 13 conquistas —, Stéphane Peterhansel, que desta vez vai ter ao seu lado o navegador, também francês, David Castera. E Jean-Paul Cottret, parceiro de todas as conquistas do ‘Monsieur Dakar’ nos carros, desta vez vai ser o copiloto de Cyril Despres.
 
Sainz ‘pai’ falou ao GRANDE PRÊMIO com exclusividade durante o fim de semana do GP do Brasil de F1, em Interlagos. Carlos, que é figura assídua nos paddocks da F1 para acompanhar o filho, Carlos Sainz Jr., só se ausenta quando tem de realizar alguma bateria de testes, como foi no fim de outubro, quando disputou um rali no Marrocos como preparação da Mini X-Raid visando o Dakar de 2019.
Lucas Cruz e Carlos Sainz vão lutar por mais um título do maior rali do mundo (Foto: Red Bull Content Pool)

O veterano reforçou o apreço por poder voltar a competir na América do Sul. Por aqui, além de ter conquistado seus dois títulos no Dakar, Sainz também foi campeão do Rali dos Sertões, em 2009, quando liderava o projeto vitorioso do Touareg.

 
“O Dakar vem sendo realizado nos últimos anos na América do Sul: Argentina, Chile, Peru, Bolívia… estive no Brasil uma vez para correr o Rali dos Sertões e tenho ótimas lembranças. As pessoas são sempre muito incríveis, apaixonadas pelo automobilismo, vemos muito isso na F1 também. Então, estar na América do Sul é sempre muito bom”, comentou o espanhol nascido em Madri.
 
Pela primeira vez na história da prova, o Dakar vai ser disputado em um único país. Por conta de problemas econômicos e organizacionais, a prova vai ser disputada apenas em solo peruano e também vai contar com menos etapas: serão apenas dez, com um trecho cronometrado de 2.959 km em meio a um percurso total de 5.600 km.
Carlos Sainz descarta Dakar mais fácil por ser disputado apenas no Peru em 2019 (Foto: Red Bull Content Pool)

Entretanto, mesmo com o Dakar mais curto do que de costume, Sainz não se ilude e descarta ter pela frente uma prova mais tranquila. Muito pelo contrário. “Como vimos no ano passado, a parte do Dakar pelo Peru marcou muito a corrida. Foram etapas muito difíceis, com muita areia, dunas muito complicadas. E neste ano, mesmo sendo apenas no Peru, não significa que vai ser mais fácil”.

 
Além do percurso como um todo que vai ter de encarar, Sainz destacou a forte concorrência que terá pela frente. Não apenas dos seus companheiros de equipe na Mini X-Raid, mas também pilotos de notável capacidade, como Sébastien Loeb — que neste ano vai correr com um Peugeot de equipe privada, além de Nasser Al-Attiyah e Giniel de Villiers, que vão defender o time oficial da Toyota, e Nani Roma, inscrito também pela Mini X-Raid, mas com um modelo John Cooper Works Rally, bem diferente do John Cooper Works Buggy de Sainz, Peterhansel e Despres.
 
“Fizemos muitos testes, incluindo aí o rali no Marrocos. Confio que vamos poder lutar pela vitória. Vai ser difícil porque a Toyota vai estar forte, Loeb vai correr pela Peugeot, mas é um belo desafio: um carro novo, uma equipe nova, tudo novo. E gosto dos desafios”, avisou.
 
Por fim, Carlos falou sobre a possibilidade de um dia ver Fernando Alonso disputar o Dakar. O nome do espanhol passou a ser ligado à Toyota — montadora que o espanhol defende no WEC — para uma possível participação em 2020. Quanto ao filho, ‘El Matador’ prefere esperar um pouco mais. 
 
“Acho que Fernando gostaria de correr o Dakar. Quanto a Carlos, não sei, mas acredito que Fernando gostaria. Ele tem outros desafios agora, como Indianápolis, e não descartaria que ele um dia vá correr o Dakar”, complementou Carlos Sainz.
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