42 fraturas e 75% de sangue perdido: Kubica detalha acidente de rali 14 anos depois

No aniversário de 14 anos do grave acidente no rali Ronde di Andora, Robert Kubica revelou que sofreu 42 fraturas e perdeu 3/4 do sangue do corpo. Polonês deu volta por cima e correu novamente na Fórmula 1

14 anos atrás, a vida de Robert Kubica mudou. Ainda na primeira especial do rali Ronde di Andora, na Itália, o piloto polonês sofreu um grave acidente ao atingir uma mureta em alta velocidade e ver o guard-rail entrar dentro do carro, causando sérias lesões.

Robert perdeu 3/4 de sangue do corpo e passou por uma operação de 12 horas, que inclusive gerou a amputação parcial do antebraço direito. Em entrevista ao podcast Gurulandia, o polonês relembrou o convite para a disputa do rali e explicou que entendia que a experiência seria benéfica para suas habilidades.

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“Estava em Valência na pré-temporada quando me ofereceram para correr o rali com carro da Renault. Inicialmente aceitei, mas depois liguei para rejeitar. Porém, responderam que a Pirelli já estava levando os pneus e que as estradas já estavam bloqueadas para teste. Tinha certeza que conseguia adaptar a este estilo de pilotagem, que isso me beneficiaria”, declarou.

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Robert Kubica já no período de Alfa Romeo (Foto: Alfa Romeo)

À época, Kubica era piloto da Renault na Fórmula 1 depois de uma passagem de sucesso pela BMW, onde venceu a única corrida da carreira. No primeiro ano pela esquadra de Enstone, registrou 3 pódios e ficou em oitavo no Mundial de Pilotos. A expectativa da época era de que o polonês virasse um candidato a correr na Ferrari no futuro.

“Se começa a chover e você tem pneus de pista seca, o sentimento que o rali te dá não tem preço. Se começa a chover na Fórmula 1, já dão a bandeira vermelha. No Rali de Monte Carlo, você vai para a pista com pneus de pista seca, e se começar a nevar, você tem de se resolver para chegar no fim do estágio”, citou.

“Sinceramente, lembro pouco do acidente porque fiquei em coma por muito tempo. Cheguei no hospital com 1,5 L de sangue, sendo que o corpo humano tem 6 ou 7. O lado direito do meu corpo estava esmagado. Tive 42 fraturas. Do meu dedão do pé ao cotovelo, estava tudo quebrado. Sou humano. Por seis ou sete meses, não sentia e mexia nada. Tentava mexer o dedão e não conseguia, e é um sentimento que só quem experimentou pode entender. No dia que consegui, senti uma alegria absurda”, admitiu.

Kubica voltou a competir em ralis dois anos depois, inclusive pelo Mundial. O retorno na Fórmula 1 aconteceu em 2019, pela Williams, onde disputou toda a temporada e levou o único ponto da esquadra no campeonato, com o 10º lugar no GP da Alemanha.

O acidente de Kubica em 2011 (Foto: AP)

Fora da equipe, passou ao posto de reserva da Alfa Romeo nos anos seguintes, disputando os GPs dos Países Baixos e da Itália em 2021, quando Kimi Räikkönen foi infectado pela Covid-19. Fez a transição para o mundo do endurance, levando os títulos de 2021 e 2024 do European Le Mans Series, além de disputar as 24 Horas de Le Mans pela Ferrari na classe dos hipercarros.

Robert vai disputar o Mundial de Endurance em 2025 pela equipe AF Corse, com a Ferrari 499P #83. Ele dividirá o bólido com o inglês Phil Hanson e o chinês Yifei Ye. A temporada tem início no dia 28 de fevereiro com os 1812km do Catar, em Lusail.

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