Cacá deixa a Red Bull, equipe chefiada por Mattheis, diante de sentimentos mistos. Feliz pelas conquistas alcançadas e por ter formado uma parceria duradoura e bem-sucedida. Afinal, foram muitos os momentos de glórias e vitórias para celebrar. No entanto, o sentimento é de tristeza quando se trata exclusivamente de 2016, um ano em que Cacá venceu duas provas (Velopark e Cascavel) e faturou três poles. Ainda assim, um ano bem abaixo do esperado para um piloto do seu quilate. Se no ano passado Cacá chegava a Interlagos com chances de chegar ao título contra Marcos Gomes, em 2016 o piloto de 40 anos se viu sem possibilidades matemáticas de faturar o hexa desde a penúltima etapa, em Curvelo.
Cacá Bueno teve uma trajetória vitoriosa com a Red Bull (Foto: Duda Bairros/Vicar)
Mas, entre tantas emoções vividas ao longo de oito temporadas, o balanço é positivo. E Cacá, em que pese já vislumbrar o futuro correndo pela Cimed que domina hoje a Stock Car, já fala com saudades e até com uma ‘dor no coração’ de um casamento que se encerra neste domingo.
“É uma data especial. Não só pelo patrocínio da Red Bull, da Sky, mas do grupo de trabalho, dos mecânicos, dos engenheiros, do próprio Andreas, que é o responsável por essa estrutura toda. Então são oito anos trabalhando com o mesmo grupo de gente. Mas estou indo para uma equipe onde praticamente trabalhei com todo mundo lá em algum momento. Praticamente todo mundo que está lá passou por aqui também, do chefe aos mecânicos, mas é difícil você deixar uma casa. Oito anos não são oito dias. Tem casamento que não dura isso”, disse o pentacampeão da Stock Car em entrevista ao GRANDE PRÊMIO.
“Então é diferente do que outras saídas: estive três anos na Action Power, tive três anos com o ‘Meinha’, mas nunca tinha ficado mais que três anos no mesmo grupo de trabalho. Na Argentina fiquei quatro anos com o Edgar Fernández. Mas nunca tinha ficado tanto tempo assim numa equipe. Então dá aquela dorzinha no coração. No primeiro momento, na hora de se fazer a separação, há os atritos, mas depois, num segundo momento, só há agradecimentos. O que ficam são as boas lembranças. A gente teve muito mais vitórias, muito mais alegrias que tristezas”, salientou Cacá.
A histórica parceria entre Cacá Bueno e Andreas Mattheis se encerra neste domingo (Foto: Red Bull/Bruno Terena)
Entretanto, Bueno é realista ao falar sobre a atual temporada, um ano muito difícil e que se tornou ainda mais depois do anúncio da saída da Red Bull, pegando o esporte a motor brasileiro de surpresa em setembro.
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“Realmente, 2016 não foi um ano bom, não tem sido um ano bom, e mesmo assim fiz três poles, ganhei duas corridas. Até o meio do ano estava na disputa pelo título, depois parece que tudo desandou, sobretudo depois do anúncio, parece que as coisas não deram certo, mas no dia que eu for para outra equipe, é esquecer o passado e viver intensamente o novo time”, comentou Bueno.
Neste domingo, às 10h10 (horário brasileiro de verão), Cacá larga em 11º. Não é a posição em que está acostumado a estar no grid, mas seja como for, tudo o que o carioca deseja é fazer uma grande jornada para retribuir um pouco do que recebeu ao longo de todos os últimos anos com a Red Bull. “É fazer a última corrida da melhor maneira, da maneira mais digna e melhor possível para tentar retribuir todo o carinho que eles me deram por tanto tempo dentro da mesma estrutura”, conclui Bueno, já em tom de despedida da Red Bull.
O GRANDE PRÊMIO acompanha ‘in loco’ a grande final da Stock Car com grande equipe: os jornalistas Fernando Silva, Gabriel Curty, Nathália de Vivo, Pedro Henrique Marum, Vitor Fazio e o repórter fotográfico Rodrigo Berton.