Com três Corridas do Milhão no bolso, Camilo ainda busca primeiro título na Stock Car. E vai “acontecer naturalmente”
Três vezes campeão da Corrida do Milhão — atualmente a prova mais importante da Stock Car —, Thiago Camilo não é assombrado pelo fato de nunca ter erguido a taça de campeão da categoria nacional. Ao contrário, o piloto da RCM se disse tranquilo e acha que o título vai acontecer naturalmente
Foi em Goiânia, há duas semanas, que Thiago Camilo se tornou o maior vencedor da Corrida do Milhão — atualmente a prova mais importante do calendário da Stock Car. As vitórias anteriores aconteceram em 2011 e em 2012, ambas na pista de Interlagos. E a conquista na última edição ainda é considerada a maior de todas pelo piloto de 30 anos. Apesar do sucesso milionário, ainda falta no currículo de Thiago o título da categoria nacional.
Camilo vive uma situação que se assemelha de muitas formas à carreira de Helio Castroneves na Indy. O brasileiro da Penske, que possui uma história das mais sólidas e respeitadas do esporte a motor nos EUA, também é dono de três triunfos nas 500 Milhas de Indianápolis — igualmente a prova mais notória do calendário da séria norte-americana —, mas ainda não conseguiu se tornar campeão por lá.
Dadas todas as devidas proporções, até em relação ao tempo de estrada de ambos e aos campeonatos que disputam, Camilo segue o compatriota. Tem uma fome por enfim levar a taça, mas acha também que a conquista-mor vai acontecer naturalmente, quando finalmente conseguir encaixar todos os detalhes, quando estiver na hora certa e no lugar certo.
Thiago Camilo está na Stock Car desde os 19 anos (Foto: Duda Bairros)
Questionado pelo GRANDE PRÊMIO sobre o que falta ainda para o título, Thiago não soube responder de cara. “É difícil falar o que falta para o título… Eu acho que o título na Stock Car hoje é resultado de um conjunto de coisas. São vários pequenos detalhes que precisam se encaixar. Tudo tem de dar muito certo”, afirmou o paulista, que chegou à categoria em 2003, com apenas 19 anos.
“Por exemplo, o campeonato do Marcos Gomes, ele praticamente não teve problema mecânico nenhum. Ele terminou todas as provas, foi bem em todos os pit-stops, nas estratégias. Agora, carro competitivo a gente tem. A gente também vai brigar sempre por vitórias”, completou Camilo, lembrando a temporada 2013, talvez o campeonato que esteve mais perto de levar a taça. Thiago foi o vice-campeão, depois de perder a Corrida do Milhão, em Interlagos, nas voltas finais. Na tabela, ficou a apenas três pontos de Ricardo Maurício, que ergueu o título naquele ano.
“Na verdade, tudo precisa encaixar como encaixou em 2013, exceto pela última corrida. Sabe, eu acho que é aquela coisa de estar na hora certa e no lugar certo. Mas não sei dizer o que falta ainda. Se eu soubesse… Acho que já teria sido campeão. Eu, na verdade, sou um cara tranquilo sobre isso. Vou tentar fazer o meu trabalho da melhor maneira possível e vou deixar que as coisas aconteçam. E isso é algo que acontece naturalmente. A gente tem de continuar a trabalhar”, acrescentou o competidor.
Na capital de Góias, neste mês de agosto, o piloto da RCM correu com o pé ainda inchado em decorrência do forte acidente que sofreu em Curitiba — o mesmo vai acontecer nas corridas deste fim de semana, em Cascavel. Thiago não está totalmente recuperado e vai competir ainda com as sapatilhas maiores.
E falando em esforço, Camilo revelou que a etapa milionária foi uma superação. E algo que não esperava. “A Corrida do Milhão foi uma superação. Até pelas dificuldades, o acidente, aquela semana de recuperação e o trabalho da equipe no reparo do carro. Uma coisa aqui é você colocar o carro para andar e outra é preparar o carro para ser competitivo em pouco espaço de tempo. E essa era a minha maior preocupação”, disse o piloto.
“Eu tinha certeza que o carro iria ficar pronto e que eu iria andar. Mas eu não sabia se seria de forma competitiva. Posso falar que deu para ver que não foi só um carro refeito, o trabalho todo foi feito com todo o cuidado, com toda a dedicação e carinho por parte da equipe”, contou.
Thiago Camilo recebe o seu terceiro troféu da Corrida do Milhão (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
Por isso mesmo a conquista é considerada uma das maiores. “Ah é, sim”, falou. Camilo, entretanto, ainda acha que poderia ter levado mais. “Em 2011, quando vim aqui para a RCM, eu ganhei. E foi minha primeira temporada aqui. Em 2012, eu venci também. 2013 foi o ano que eu estava disputando o título, mas na corrida quebrou o meu câmbio. E provavelmente seria uma vitória. Aquela vitória era, na verdade, a mais certa dessas que eu tenho na Stock”, explicou.
“É uma vitória que não aconteceu, mas era uma corrida em que estávamos na briga. Não fosse isso, seriam 2011, 12 e 13… Aí teve 2014, que foi a briga com o Rubens Barrichello e agora 2015, que eu venci. Quer dizer, em todas essas edições nós estávamos na briga. Na verdade, nós poderíamos ter até contabilizado mais vitórias do Milhão, seríamos tetra…”, encerrou.
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