De volta a Campo Grande, Átila recorda primeiro pódio e diz: “Sempre gostei de circuitos travados”

Átila Abreu sempre teve um histórico positivo em circuitos mais exigentes e travados, como o de Campo Grande, que volta a receber a Stock Car neste fim de semana. Foi na capital do Mato Grosso do Sul, há dez anos, que o sorocabano faturou seu primeiro pódio na categoria

As lembranças da última Corrida do Milhão ainda incomodam Átila Abreu. O piloto enfrentou um problema com o carro na volta de apresentação, ficando parado na pista. Abreu conseguiu fazer o motor pegar de volta e realinhou na sua posição de origem, mas a manobra foi considerada irregular pela direção de prova e o puniu com um drive-through. No fim das contas, o sorocabano da Shell V-Power não conseguiu pontuar em Goiânia e, duas semanas depois, busca uma inspiração a mais para voltar a marcar um bom resultado na temporada.
 
Em Campo Grande, que volta a receber a Stock Car após três anos fora do calendário, Átila traz boas lembranças. Foi aqui que, há dez anos, o piloto faturou seu primeiro pódio na categoria. Também na capital sul-mato-grossense, em 2000, Abreu conquistou pela segunda vez o título do Campeonato Brasileiro de Kart, pouco antes de virar um profissional das pistas.
 
Ao GRANDE PRÊMIO, o #51 revelou que prefere guiar em traçados como o de Campo Grande, que são mais travados e exigentes. Na visão de Átila, o circuito de 3.433 metros tem as características que mais lhe agradam e lembram outros onde o piloto também costuma ir bem, como o Velo Città, em Mogi Guaçu — onde Abreu largou na frente nas duas corridas e venceu a segunda prova no ano passado — ou em Santa Cruz do Sul, local da sua última vitória na Stock Car, em maio deste ano.
 
Ao falar sobre o ponto crítico deste fim de semana, o asfalto abrasivo e o consequente elevado desgaste de pneus, Átila minimizou, uma vez que todos vão ter de lidar com o mesmo problema em Campo Grande.
Átila Abreu costuma andar bem em circuitos mais travados no calendário da Stock Car (Foto: José Mário Dias)

“Desde 2015, que foi a última vez que a gente andou em Campo Grande, e na época o pessoal chegou a refazer o asfalto… depois não andamos mais aqui. Não achei tão ruim assim. Obviamente, não é o melhor asfalto que a gente tem no ano, mas já soltou o que tinha pra soltar. É um asfalto abrasivo, desgasta bastante, mas é o mesmo para todo mundo. Então quem souber trabalhar melhor nessas condições deve ter um fim de semana melhor. É entender a pista e saber contornar as adversidades que ela nos impõe”, salientou.

 
Quanto à pista do Autódromo Internacional Orlando Moura, Átila não tem do que reclamar. “É uma pista bem legal, um circuito travado. Fiquei bem feliz por voltar a Campo Grande, que me traz grandes lembranças: meu primeiro pódio foi aqui, há dez anos, após uma ultrapassagem sobre o Pedro Gomes na última curva… e foi aqui também que fui campeão brasileiro de kart. Então é uma cidade que me traz bons fluídos, mas isso não significa muito se você chegar aqui e não andar bem”, disse.

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A expectativa do interiorano é que a jornada sul-mato-grossense lhe seja bastante positiva. “Tem tudo para ser um bom fim de semana. O carro tem se comportado bem. Na Corrida do Milhão a gente sofreu um pouco mais na tomada de tempos. Uma pena o carro não ter pegado na volta de apresentação e a punição, a qual não concordo, mas é questão de interpretação e respeito. O importante é que o carro está respondendo bem, e agora a gente precisa aproveitar para somar pontos e não desperdiçá-los”.
 
A respeito do seu apreço por pistas de tal característica, Átila entende que as exigências de um circuito mais travado fazem com que o talento do piloto sobressaia, fazendo, assim, toda a diferença.
 
“Sempre gostei muito. É uma característica minha, de buscar algo a mais na freada, por exemplo. O estilo de pilotagem muda, você pode ser mais agressivo no volante, nas curvas de alta você tem de andar mais ‘redondo’, pra não provocar o desequilíbrio do carro… Preferia e me ajudava mais antes do câmbio borboleta, agora é um pouco limitado. Aqui é uma dessas pistas onde a gente usa a primeira marcha, tem dois grampos muito fortes. Nossa maior preocupação é o freio. Aqui a frenagem faz muita diferença, ou você ganha ou perde muito tempo”, analisou.
 
Por fim, o piloto ressaltou os pontos-chave para se alcançar o sucesso no fim de semana. O principal, na visão de Átila, vai ser encontrar o equilíbrio entre a performance, mas sem perder tanto no quesito desgaste de pneus.
 
“É uma pista onde é difícil você ter o carro equilibrado o tempo todo. Em algum ponto, você tem de sacrificar para ganhar performance em outros pontos. A frenagem vai contar muito e o desgaste de pneus também. Pode acontecer de você ter uma volta muito boa no Q1 e ir mal no Q3; na corrida, é a mesma coisa: você pode largar bem, dar quatro ou cinco voltas e depois ficar pelo caminho.  Aqui, não necessariamente o mais rápido vence. Você tem de ser rápido, mas ter certa consistência, o que é difícil pelo asfalto e pela característica da pista”, explicou.
 
“Aqui é um lugar que a estratégia também conta. Vamos andar, fazer os treinos, entender, ver como nosso carro se encontra, mas acho que vão ser corridas bem interessantes”, complementou Átila Abreu, que fecha o top-10 da classificação do campeonato e ajuda a Shell V-Power a ocupar um lugar no rol dos cinco primeiros times da Stock Car em 2018.
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