Di Mauro fala sobre recuperação e defende manobra em Interlagos: “Decisão correta”

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Gaetano Di Mauro, piloto da KTF, revelou como foi protagonizar o pavoroso acidente da etapa de Interlagos da Stock Car e o processo de recuperação

Após protagonizar um acidente pavoroso na segunda corrida da etapa de Interlagos da Stock Car no último domingo (16), Gaetano Di Mauro falou sobre suas impressões a respeito da batida. Em entrevista ao GRANDE PRÊMIO, piloto da KTF também comentou o processo de recuperação pelo qual passou, o resgate recebido ainda em pista e como se passaram os dias até sua recuperação.

Na ocasião, na briga por uma posição no pódio, o piloto tentou uma ultrapassagem dupla na reta principal do circuito, porém, tocou os carros que vinham a sua frente e decolou, posteriormente batendo com violência no muro de Interlagos. Sem sequelas do choque, Di Mauro revelou o porquê de ter tomado a decisão para a ultrapassagem e, cinco dias após o acidente, comentou sobre o ocorrido.

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“A gente estava cerca de  uns 12 ou 13 km/h mais rápido que os outros dois pilotos. E quando você toma uma decisão de uma linha, dificilmente você consegue mudar, tudo acontece muito rápido. E eu lembro de outras corridas, teve uma punição ao Lucas Di Grassi por uma ultrapassagem na Corrida do Milhão, pela linha verde, que é a linha de entrada de box, então, por dentro, não tinha opção de ida. Quando eu vi o buraco, realmente tinha espaço para mais de um carro, pelo lado de fora”, relatou o piloto.

“E como antes correram outras categorias, tinha uma mancha de óleo desde o começo de nosso final de semana, ninguém passava por lá. Então, eu tomei aquela decisão, foquei em passar pelo meio, era a única oportunidade que eu tinha, eu só tinha aquele push. Foi uma estratégia de corrida minha, os outros dois não tinham push para disputar comigo. E eu tomei aquela decisão e ainda tenho certeza de que foi a decisão correta e, infelizmente, aconteceu o que aconteceu por falta de espaço no final”, seguiu.

“E quando eu vejo o acidente, acabo sentindo que foi uma coisa de corrida, aconteceu, tenho certeza que nenhum dos outros dois concorrentes queria me machucar, queria que aquilo acontecesse. Infelizmente, foi uma decisão que tomei e ainda tenho certeza que foi uma decisão certa. E aconteceu. Mas eu consigo ver, consigo lembrar daquele momento, acho que aquilo não me afetou em nada. Estou muito grato de poder estar aqui e tenho certeza que isso não vai afetar em nada minha pilotagem daqui pra frente”, acrescentou.

Gaetano Di Mauro decolou e bateu no muro ao tentar uma ultrapassagem dupla na reta principal de Interlagos. (Foto: Reprodução)

Segundo informações apuradas, inicialmente, pelo canal por assinatura SporTV 2, Di Mauro chegou a ficar desacordado após a pancada. Ao GP, o dono do carro #11 confirmou a informação.

“No momento em que tive o acidente, fiquei desacordado até alguém chegar no carro. Realmente não tinha muita visão do que estava acontecendo, escutava os médicos conversando comigo, minha vista estava preta, não lembro do que aconteceu. Lembro do pessoal falando para sair do carro”, disse.

“Quando saí do carro, tive uma tontura muito forte de novo, ainda não tinha a visão, não conseguia enxergar onde eu estava. E acabei apagando de novo. Quando acordei, já estava dentro do ambulatório, tinha muita gente ao meu lado”, continuou.

Ainda em recuperação, Di Mauro, que na primeira corrida em Interlagos chegou na 27ª posição e ocupa a 13ª colocação no campeonato — seu melhor resultado é o segundo lugar na corrida 2 da etapa de Goiânia —, projetou como será seu retorno à categoria.

“Acredito que estou numa evolução muito grande, acabei esquecendo umas palavras, foi muito complicado, acabei ficando muito repetitivo, tive muitas tonturas quando tentei levantar, caminhar. Já me vejo em outro quadro, evoluí bastante. No momento, minha maior dificuldade mesmo é ter movimentação rápida com a cabeça”, complementou Di Mauro.

“Vou fazer alguns acompanhamentos médicos, passar por alguns neurologistas, fazer um acompanhamento que alguns pilotos já estão fazendo, é uma série de exames, que não são feitos nem na F1, para ver como que está a evolução do piloto. Quando acontece um acidente como esse, que nem aconteceu comigo, é para ver em que pé estou, se estou apto para voltar à pista ou não”, explicou.

“Até tentei dirigir meu carro pessoal dentro do condomínio para ver como eu estava, porque não via a hora de segurar um volante de novo. E ainda é um pouco complicado, então, acho que ainda é muito cedo, ainda preciso esperar um pouco e passar pelas avaliações dos médicos e seguir com o descanso para tentar estar 100% na minha volta às pistas”, concluiu.

A principal categoria do automobilismo brasileiro volta a acelerar com a terceira etapa do campeonato, em 19 e 20 de junho, no autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo.

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