Fora da Indy Lights por falta de patrocínio, Horto busca novos rumos no Brasil: “Fica uma frustração”

Mesmo com bons resultados no automobilismo de base norte-americano, JV Horto viu sua carreira interrompida por falta de patrocínio e estreia nesse fim de semana seu novo caminho: no Brasileiro de Turismo, visando a Stock Car. "Vendo o exemplo e conhecendo mais, acho que a Stock tem tudo para se tornar ainda melhor"

 
 

Uma das grandes atrações do último fim de semana da temporada 2013 do Brasileiro de Turismo, em Interlagos (SP), é a estreia de João Victor Horto na categoria. O paranaense, natural de Londrina, vem de larga experiência no automobilismo de base norte-americano, com passagens de sucesso por F-BMW Americas, Star Mazda e Indy Lights.

 
Apesar de guardar boas lembranças de seu período nas competições norte-americanas, Horto deixou a Lights há mais de um ano, por falta de patrocínio, e se viu forçado a redirecionar o rumo de sua carreira. "Foram quatro anos muito bons, com bons resultados. Infelizmente, como vem acontecendo não só comigo como com muitos outros pilotos, o objetivo principal foi interrompido – no meu caso, era a Indy", contou ao GRANDE PRÊMIO.
Porta do carro de JV Horto em estreia no BR de Turismo (Foto: Hugo Becker/Grande Prêmio)

"Há falta de apoio e incentivo para pilotos que vão correr fora, tanto de patrocinadores quanto do governo. Existe esse problema não só nos EUA como também na Europa", prosseguiu. "Então, é um momento muito difícil que o automobilismo brasileiro está vivendo e que, se alguma coisa não mudar, infelizmente, é disso para pior."

 
A estreia oficial em competições de Turismo, para JV, será indício de um recomeço ainda incerto. Sem saber se continuará na competição em 2014, Horto acentua sua experiência, mas reconhece que ela vale pouco neste novo formato de disputa. 
 
"Venho com uma bagagem boa, bons resultados, mas é uma experiência que não posso usar tanto aqui por ser um carro de turismo. É um mundo novo", comparou. "Eu saí daqui sem conhecer pista nenhuma, então está sendo uma estreia nesse carro e também na pista de Interlagos. Estou tentando me adaptar o mais rápido possível." 
 
E continuou: "A equipe é praticamente nova, está em fase de transição, com alguns problemas mecânicos, o que é normal acontecer… Então, é difícil conseguir um bom resultado. É só mesmo para me adaptar, conhecer melhor a pista, mas lógico, vou fazer meu melhor."
 
Por fim, Horto admitiu que "com certeza, fica uma frustração" por ver o sonho de sua carreira desviado por falta de patrocínio, mas crê que é possível não só ser feliz na Stock Car, futuramente, como também ver a categoria crescer em sua dimensão e importância.
 
"Quando decidi começar essa carreira no automobilismo, desde a época do Kart, decidi que era isso [Indy] que eu queria. Então, saí de casa muito cedo já com essa determinação, esse foco nesse objetivo. Depois de tanto tempo, você sente. É difícil acreditar", lamentou. 
 
"Mas eu vejo outros pilotos, como o Rafael Matos, como o Sérgio Jimenez, muitos outros pilotos que tentaram lá e não conseguiram… Vendo o exemplo e conhecendo mais, acho que a Stock Car tem tudo para se tornar ainda melhor, até que os pilotos não queiram mais sair daqui para correr fora, que saiam do Kart para correr aqui mesmo", concluiu.

 
GRANDE PRÊMIO acompanha 'in loco' a Corrida do Milhão da Stock Car em Interlagos com os repórteres Hugo Becker e Renan do Couto e os fotógrafos Felipe Tesser e Rodrigo Berton.Acompanhe o noticiário aqui.

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