Julgamento que ‘confirmou’ Fraga como campeão do Brasileiro de Turismo de 2013 não aconteceu

Vicar divulgou na quinta-feira um suposto resultado de julgamento do STJD que confirmava Felipe Fraga como campeão do Brasileiro de Turismo, mas, de acordo com departamento-jurídico da CBA, não houve sessão na quarta-feira de Cinzas


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Está cansado de ouvir falar da batalha entre Fluminense e Portuguesa nos tribunais do futebol depois do último Brasileirão? Pois, no automobilismo, essas novelas conseguem ser piores. O resultado do julgamento divulgado na última quinta-feira pela Vicar, organizadora do Brasileiro de Turismo, não é verídico. Não é verídico porque o julgamento simplesmente não aconteceu.

A polêmica diz respeito à final da temporada 2013, disputada em 15 de dezembro, em Interlagos. Marco Cozzi venceu e foi ao pódio como campeão, mas uma punição aplicada pelos comissários após a prova ao piloto Gabriel Casagrande garantiu a Fraga a posição e os pontos de que ele precisava para ficar com o título. Casagrande foi punido por atitude antidesportiva contra o próprio companheiro de equipe Cozzi, e a Carlos Alves recorreu.

O caso foi julgado pela Comissão Disciplinar do STJD em 11 de fevereiro, e o recurso foi inadmitido por unanimidade. A Carlos Alves, então, recorreu novamente, levando a decisão para a última instância, o Superior Tribunal. Esse julgamento ainda não tem data prevista para acontecer.

Na nota enviada à imprensa e publicada no site da categoria com título “Felipe Fraga é confirmado como campeão do Brasileiro de Turismo”, foi mencionada uma sessão no Superior Tribunal de Justiça Desportiva na quarta-feira de Cinzas. A última instância dos tribunais esportivos no automobilismo nacional teria confirmado, de acordo com a Vicar, Felipe Fraga como campeão de 2013 do BR de Turismo.

Acontece que a referida sessão não foi realizada, como assegurou ao GRANDE PRÊMIO neste sábado (8) a Confederação Brasileira de Automobilismo.

Marco Cozzi segue tentando, na justiça, pegar de volta o título do Brasileiro de Turismo (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)


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A Vicar afirma que soltou a nota da quinta-feira baseada em um e-mail que lhe foi enviado pelo Conselho Técnico Desportivo Nacional da CBA (CTDN). Após o julgamento da Comissão Disciplinar, o órgão homologou a classificação final do campeonato mantendo o resultado de pista – e o enviou à organização do BR de Turismo.

Ao GP, Nestor Valduga, presidente do CTDN, disse que seguiu orientação do departamento jurídico da CBA para confirmar Fraga como campeão. Equivocadamente, Valduga declarou que não havia mais recurso. “Já passou tudo”, falou em contato telefônico. Na verdade, como já explicado, ainda há um trâmite na justiça desportiva.

O dirigente disse que recebeu uma mensagem do diretor-jurídico da CBA, Felippe Zeraik, em 26 de fevereiro, alertando sobre a decisão da Comissão Disciplinar e avisando que o campeonato já podia ter "o seu resultado divulgado e a premiação entregue". A orientação foi repassada à organização no dia 28, após a homologação do resultado.

Valduga fez questão de assegurar que, "em momento algum", falou na realização de um julgamento nesta primeira semana de março. No e-mail do dia 28, ao qual o GP teve acesso, de fato não o fez.

Zeraik também foi procurado pela reportagem para esclarecer a situação, e explicou que a Carlos Alves recorreu após a decisão da Comissão Disciplinar, mas o relator do processo não concedeu o efeito suspensivo. Haverá novo julgamento, mas, por ora, o resultado de pista pode ser considerado como final.


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Em nota, a assessoria de Cozzi demonstrou bastante insatisfação e suspeita diante da divulgação oficial por parte da Vicar de uma sessão que não existiu. “É no mínimo curiosa a pressa da organização em dar o título para o piloto Felipe Fraga. Sem dúvida, essa postura altamente suspeita de quem deveria zelar pela transparência e lisura da competição será utilizada pelos advogados do Cozzi num provável desfecho na justiça comum", expressou.

A divulgação das sessões e dos resultados pelo STJD é precária. Os editais são publicados em uma página interna no site da CBA, sem nenhum serviço de mailing ou newsletter que propague a informação. Os resultados, por sua vez, nem lá são postados. Um procedimento mais transparente ajudaria a evitar equívocos como esse.

O STJD foi procurado, mas não funciona nos finais de semana.

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