‘Quase Indy’, Guerrieri destaca felicidade por chance de ter disputado etapa na Stock Car: “É uma honra”

Esteban Guerrieri foi convidado pela Hero para disputar a etapa de Cascavel da Stock Car. Lá, falou ao GRANDE PRÊMIO um pouco sobre sua trajetória na Indy Lights, o atual momento na Europa como piloto da Honda e sobre a chance de estrear no automobilismo brasileiro

Uma das novidades do grid da Stock Car para a disputa da oitava etapa do campeonato, realizada em Cascavel, foi a presença do argentino Esteban Guerrieri. Aos 33 anos, o piloto nascido em Buenos Aires foi convidado pela Hero para correr no oeste do Paraná e formou trio com os titulares Lucas Di Grassi — vencedor da corrida 1 no fim de semana — e Bruno Baptista. O piloto foi bem, mostrou rápida adaptação ao carro da Stock Car e marcou três pontos ao terminar em décimo a segunda prova da rodada dupla no Autódromo Zilmar Beux.
 
Ao GRANDE PRÊMIO, Esteban mostrou enorme satisfação pela chance de fazer parte do grid de uma categoria que já seguia há tempos por conta do nível técnico notoriamente alto e pela chance de dividir curvas com pilotos do calibre de Di Grassi e Rubens Barrichello. Atualmente, Guerrieri disputa regularmente o WTCR como piloto oficial da Honda, e também disputa provas da GT3 pela marca japonesa. O piloto também lembrou da sua campanha nos Estados Unidos, onde foi duas vezes vice-campeão da Indy Lights e ficou muito perto de dar o próximo passo.
 
Sobre a Stock Car, Guerrieri se mostrou muito honrado por poder ter feito suas primeiras corridas pela maior categoria do automobilismo brasileiro.
Esteban Guerrieri fez sua estreia na Stock Car na etapa de Cascavel (Foto: Duda Bairros/Vicar)

“Já acompanhava a categoria há muito tempo, mesmo no ano passado, quando a Stock Car foi correr na Argentina junto com o Súper TC 2000. E sempre tive muita vontade de entrar num carro da Stock Car, conhecer um carro desses. Por um lado, sempre foi um desejo pilotar esse carro, e quando surgiu a oportunidade com a Hero de vir para cá correr, aceitei com muita felicidade”, disse.

 
“Estava na Europa na semana passada, então vim exclusivamente para isso, então viver de dentro essa experiência é muito melhor do que ver de fora. Primeiro, há um grande nível de equipes e de pilotos, e gosto muito da forma como se trabalha, como na Hero — que tem uma equipe muito grande por trás, que é a RC —, e vejo um grande respeito entre os pilotos na busca para melhorar a categoria. Então me senti muito à vontade, muito feliz por fazer parte disso”, destacou.
 
Feliz com a adaptação ao carro e também com a categoria logo de cara, o convidado da Hero ressaltou a alegria por poder compartilhar o grid com tantos pilotos de talento reconhecido internacionalmente. “O nível de pilotos é enorme, e por isso a Stock Car é tão competitiva. E a sensação de ser mais um neste grid é uma honra, você sempre trabalha para ter esse tipo de oportunidades. Poder competir contra pilotos de nível e enorme talento é sempre um prazer. É muito legal”.
Esteban Guerrieri foi o convidado da Hero na etapa de Cascavel (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)

No início da sua carreira nos monopotos, Guerrieri foi campeão da F-Renault 2.0 em 2003, superando pilotos como Simon Pagenaud e um certo Lewis Hamilton. A sequência da trajetória do argentino na Europa teve uma boa passagem pela F3 Europeia, com o quarto lugar em 2006, uma temporada mais discreta pela World Series no ano seguinte, e a terceira colocação, na mesma categoria, em 2010, ficando atrás apenas de Mikhail Aleshin, o campeão, e do vice, Daniel Ricciardo.

 
Em 2011, Guerrieri aceitou o convite de Sam Schmidt para cruzar o Atlântico e disputar a Indy Lights. Em terras ianques, o argentino foi muito bem e lutou de igual para igual com Josef Newgarden, o novo xodó do automobilismo norte-americano. Mesmo com três vitórias e seis poles, Esteban terminou como vice-campeão. Na temporada seguinte, e por apenas oito pontos, fechou novamente como vice, atrás do francês Tristan Vautier.
 
O portenho lembrou que faltou muito pouco e lamentou pela chance que não veio de dar o próximo passo e correr pela Indy, um dos seus grandes sonhos à época.
 
“Fui vice-campeão da Indy Lights por dois anos. Fiquei muito perto. Num deles perdi contra Josef Newgarden. No seguinte, fiquei atrás do Tristan Vautier. Acho que, se tivesse conseguido o título, poderia ter conquistado o prêmio, US$ 1 milhão, e teria uma oportunidade de subir para a Indy sendo campeão. Mas sem título, infelizmente não tive a oportunidade, também não tive patrocinadores. A chance passou. Infelizmente é assim: poucos carros, poucas chances para subir. Lamentavelmente não tive a minha. São coisas que acontecem ou não”, comentou.
Guerrieri ficou muito perto do sonho de subir para a Indy no começo da década (Foto: Indycar)

Sem patrocínio para subir para a Indy, Esteban voltou à terra-natal, onde fez regularmente o Súper TC2000, a principal categoria do automobilismo argentino. Até que veio a chance de disputar a etapa de Termas de Río Hondo pelo WTCC em 2016 pela equipe Campos. Seu bom desempenho impressionou o grid do antigo Mundial de Carros de Turismo.

 
“Tive uma oportunidade muito boa de fazer uma corrida do WTCC na Argentina em 2016. Fui muito bem. Aí pude fazer quase todas as corridas da temporada passada por uma equipe privada. Consegui ser contratado pela Honda ao fim do ano passado para fazer as três últimas corridas do WTCC”, lembrou.
 
Esteban foi contratado para substituir Tiago Monteiro, que sofreu gravíssimo acidente durante uma sessão de testes em Barcelona. Sem a recuperação plena do português, Guerrieri foi mantido pela Honda como titular nesta temporada pela categoria que surgiu na esteira do fim do WTCC. “Hoje sou piloto oficial da Honda tanto no WTCR como na GT3, então estou muito feliz por poder correr por uma grande montadora na Europa e no mundo”.
 
Por fim, ao falar novamente sobre a Stock Car, Guerrieri deixou claro que ficou com uma impressão muito positiva do que viu e que, mesmo tendo sido convidado por enquanto apenas para a etapa de Cascavel, espera muito ter a chance de voltar.
 
“Minha relação direta no Brasil é com a Hero, com quem estou muito feliz em trabalhar junto. A opção de correr na Stock Car por enquanto está restrita a essa corrida por conta do meu calendário, mas, pensando no futuro, me entusiasma poder correr full time na Stock Car. Gostaria de ter outra oportunidade. Ficaria bem entusiasmado”, concluiu.
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