Retrospectiva 2019: Stock Car justifica ano de decisões confusas com disputa farta pelo título

A tecla a ser batida no ano da Stock Car é dupla: por um lado, a confusão causada pelo regulamento e pelas decisões da CBA ganharam demasiado destaque (negativo); por outro, fez com que a categoria tivesse um sexteto na briga pelo título até o final, o que justificou as escolhas

A foto que ilustra esta retrospectiva da Stock Car em 2019 só existe porque a categoria optou por um regulamento deveras confuso e polêmico – mas é exatamente esta imagem que justifica sua existência. Ou seja: para o maior campeonato do automobilismo brasileiro, valeram a pena suas escolhas duvidosas

Ter seis pilotos – talvez, inclusive, exatamente os seis melhores brasileiros em atividade no país – com chances de título na corrida final deu o destaque que a Stock Car precisava: se é contestada por muitos, ao menos faz o que ninguém no mundo faz. Afinal, que outra categoria que o brasileiro liga a televisão para assistir teve tamanha dúvida sobre quem seria o campeão até as voltas derradeiras da última prova do ano?

Mas enfim, a retrospectiva: os seis pilotos foram Daniel Serra, tricampeão; Thiago Camilo, quem mais venceu no ano; Ricardo Maurício; Felipe Fraga; Rubens Barrichello e Júlio Campos. E o regulamento? Bem, se esses seis chegaram até Interlagos com chances, foi por causa dele. Explicá-lo resumidamente é um desafio…

Largada da final da Stock Car em Interlagos (Foto: Cauê Moalli/Grande Prêmio)

Neste ano, a pontuação da corrida 2 – afinal, a Stock Car tem duas corridas em (quase) toda etapa – passou a ser maior. Se na 1 o vencedor leva 30, na 2 passou a levar 24. Ou seja: quase a mesma coisa – em uma corrida sem disputa de pole-position e em que quem sai na frente foi 10° na anterior.

Ir mal em uma corrida passou a dar a chance de mais pontos na outra. Não faz muto sentido – e não fez durante todo o ano.

Fez ao final: foi por isso que tantos pilotos conseguiram somar pontos o suficiente para brigar até a última corrida – de pontuação dobrada, ainda por cima, para abrir mais o leque de possibilidades.

Daniel Serra e Thiago Camilo (Foto: Danilo Cardoso/Vicar)

Essa confusão teve ainda a soma de outra: foram tantas e tantas punições tardias dos comissários da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), horas depois de diversas corridas, que a última questão da Justiça só foi definida na semana da final – Ricardo Mauricio acabou perdendo recurso por punição em Goiânia e viu suas chances ficarem diminutas três dias antes da prova em Interlagos.

Thiago Camilo também perdeu pontos, depois recuperou, perdeu de novo e, ao final, ficou com os ditos cujos. Foi difícil acompanhar, até para jornalistas, quando cada sessão no tribunal ocorreria – imagina para os fãs, então?

Mas toda essa confusão foi justificada quando seis pilotos chegaram ao fim com chances de título. Ao menos a história da taça, que é a que mais importa, se tornou emocionante com ajuda dessa bagunça. Desta forma, a primeira parte da retrospectiva deixa claro: são críticas, há o que melhorar, é necessário mudar… Mas se "os fins justificam os meios", a Stock Car acertou em 2019.

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OS 10 MELHORES PILOTOS DA DÉCADA

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