Rivais no tempo dos ‘dinossauros’ da Stock Car, Ingo e Chico Serra se reencontram para “brincadeira” em Goiânia

Ingo Hoffmann e Chico Serra têm 15 títulos da Stock Car entre eles e foram rivais quando a categoria ainda vivia no chamado tempo dos ‘dinossauros’. A dupla se enfrenta novamente neste fim de semana em Goiânia na Corrida de Duplas. Enquanto isso, Daniel Serra está emocionado por poder correr junto do pai

Um tem 12 títulos, outro tem três. Em seu tempo, foram grandes adversários na Stock Car. Hoje, estão aposentados da categoria, mas tendo a chance de se enfrentar novamente na pista. Estes são Ingo Hoffmann e Chico Serra.

 
Ingo está no grid da Corrida de Duplas que abre a temporada 2015, em Goiânia, junto de Rubens Barrichello. Chico, que participou no ano passado junto de Felipe Lapenna, desta vez compete junto do filho Daniel Serra. A briga entre os dois será mais uma coisa a se observar durante a prova deste domingo (22), com largada às 10h30 (de Brasília).
 
Mas agora tudo não passa de uma brincadeira.
Ingo foi campeão da Stock Car em 1980, 1985, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996, 1997, 1998 e 2002. Seu último título encerrou a chamada 'Era dos Dinossauros' na categoria, quando os pilotos da velha guarda ainda dominavam. Chico faturou os campeonatos de 1999, 2000 e 2001. (Foto: Miguel Costa Jr/Medley)
Nos treinos livres, Ingo começou em vantagem. Ficou à frente na sexta-feira e amanheceu liderando o último treino livre de sábado. A definição do grid de largada será a partir das 12h.
 
“Mas isso não está valendo. O importante é a gente terminar bem a corrida”, disse Ingo ao GRANDE PRÊMIO, depois de sorrir para dizer que ficou à frente de Chico.
 
Serra destacou o papel de “referência” que Ingo teve na categoria e como, quando os dois figuravam entre os principais nomes do grid, andavam pensando em como o outro estava na pista.
 
“Era grande, a rivalidade. O Ingo sempre foi uma referência e um super adversário. E a gente tinha essa rivalidade, eu preocupado com ele e ele preocupado comigo. Mas agora os dois estão aposentados e é uma brincadeira, estamos curtindo estar aqui juntos”, comentou ao GP.
 
O tricampeão também elogiou o formato da Corrida de Duplas. “Você vê o grid hoje, são 14 ex-pilotos de F1, muitos títulos, pilotos correndo de DTM. É muito legal isso daí. Um grid muito forte”, destacou.
Pai e filho: Chico e Daniel Serra correm juntos em Goiânia (Foto: Bruno Terena/Red Bull)
A emoção do filho
 
Daniel Serra está bem feliz por poder ‘emprestar’ o carro para o pai andar em Goiânia — ainda que a velocidade não seja a mesma de outros tempos. Vale, mesmo, pela história que ficará guardada na memória para passar às gerações seguintes.
 
“É muito legal. Eu estava olhando lá de cima da torre, estava passando a onboard dele, e é muito legal vê-lo guiando o meu carro. Emocionante”, confessou Daniel ao GRANDE PRÊMIO.
 
O titular da Red Bull admitiu que não dá para cobrar muito. “Não tem como ser igual à molecada de 25 anos que anda toda semana. Ele fez a corrida de convidados ano passado, mas estava parado há quatro anos. E a gente tem que aproveitar para poder contar para o meu filho, daqui dez anos, como que foi”, ressaltou.
 
De toda forma, broncas existem. E provavelmente as mais duras são a do pai.
 
“Tem, bronca tem”, revelou Daniel. “Mas se você passar cinco minutos aqui vai ver que não preciso dar bronca. Por mais que saiba da situação dele, ele é muito competitivo. Consegue sair e ver que não virou. Ele fica puto. É engraçado que ele fala para mim: ‘Eu sei o que eu preciso fazer, mas não consigo mais, cara’. Está sendo legal. A gente tem que esquecer um pouco das limitações e aproveitar o fim de semana.” 
 
“Quando eu dou muita bronca nele, aí ele fala: ‘Ou, ou, menos aí, moleque!” 
 
Com relação à disputa com Ingo, não é problema de Daniel. “É coisa dos velhos. Eu vou deixar perto do Rubinho e, aí, os dois que briguem.” 
RIVAIS E AMIGOS

Hockenheim, 2000. No dia em que Rubens Barrichello se consagrou ao vencer pela primeira vez na carreira, outro brasileiro viveu momentos bem mais tensos depois da prova. Ricardo Zonta trocou farpas com o então companheiro de equipe de BAR, Jacques Villeneuve, depois de uma colisão naquele GP fa Alemanha — com o canadense fazendo críticas pesadas ao então jovem brasileiro. 15 anos mais tarde, eles garantem: não foi nada demais.

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