Shell Racing define permanência na Stock Car e anuncia renovação de Átila e Zonta com TMG

Depois de meses de um cenário de indefinição sobre sua permanência ou não na Stock Car por conta do cenário do automobilismo nacional, a Shell Racing confirmou que segue no grid da principal categoria do Brasil em 2019. Átila Abreu e Ricardo Zonta seguem no terceiro ano correndo pela TMG, equipe chefiada por Thiago Meneghel. A Academia Shell Racing também vai contar com a presença de Gaetano di Mauro no grid por toda a temporada pela Full Time

A Shell Racing definiu sua permanência e vai continuar no grid da Stock Car para a temporada 2019, com início previsto para 7 de abril, no Velopark. Depois de meses de indefinição sobre a sequência ou não de uma das marcas mais importantes do esporte a motor ao redor do mundo, o martelo foi batido com a sinalização de mudanças importantes nos rumos do automobilismo brasileiro. Assim, a Shell Racing confirmou, nesta sexta-feira (15), a renovação de Átila Abreu e Ricardo Zonta por mais um ano defendendo a equipe TMG, chefiada por Thiago Meneghel. A Academia Shell Racing também vai contar com mais um carro, pilotado por Gaetano di Mauro, que vai pilotar na Stock Car em 2019 como piloto da Full Time.
 
Ao longo da última temporada, a insatisfação com determinadas questões na gestão do automobilismo brasileiro, como a falta de profissionalização e capacitação dos comissários de pista, levou a Shell Racing a repensar seu envolvimento não apenas na Stock Car, mas no esporte a motor nacional como um todo. 
 
Entretanto, com a volta de Carlos Col ao comando da principal categoria do Brasil, o que trouxe também o envolvimento de Alfredo Tambucci Filho, ex-diretor esportivo do GP do Brasil e responsável pelo treinamento e formação dos novos comissários, deu a esperança e confiança para que a Shell Racing pudesse seguir na Stock Car. A perspectiva em termos de mudança na relação entre o promotor da categoria e as equipes, avanço em trabalhos de marketing e a melhora na relação com o público, fez a empresa repensar a decisão de sair, optando pela permanência no grid.
Ricardo Zonta e Átila Abreu vão disputar mais uma temporada juntos com a Shell Racing na Stock Car (Foto: Fábio Davini)
Vicente Sfeir, gerente de motorsport e patrocínios da Raízen, empresa responsável pela gestão da marca Shell no Brasil, detalhou as razões que fizeram a companhia a repensar sua permanência no esporte nacional.
 
“A possibilidade de a Shell não seguir no automobilismo brasileiro estava muito mais atrelada a temas extra pista, envolvendo erros dos comissários, falta de profissionalização, capacitação, uma dificuldade de fazer com que o promotor do evento da Stock Car, também, tivesse inovação na forma de trabalhar o marketing da categoria. E aí eu digo: criação de novas propriedades de relacionamento, novas formas de se comunicar com o público, com o fã. E também algumas divergências de ideias do futuro da categoria”, explicou.
 
 
Continuidade e renovação na Shell Racing
 
Átila Abreu e Ricardo Zonta formam uma das duplas mais consistentes e competitivas da Stock Car. Na temporada passada, por exemplo, os dois pilotos se destacaram por fortes performances, sobretudo a partir de Santa Cruz do Sul, no fim da primeira metade do campeonato. Átila, de 31 anos, levou o carro #51 à vitória no interior gaúcho, triunfando também em Londrina, Cascavel e no Velopark, sempre nas corridas 2. 
 
“Estou muito feliz em renovar com a Shell, uma marca de tradição mundial nas pistas. É uma honra e também uma enorme responsabilidade correr com suas cores. Nossa meta está bem clara e definida para 2019: buscar o título. O segundo semestre de 2018 comprovou nossa performance e queremos traduzir o fim do ano passado para o início da temporada atual”, disse o sorocabano.
Átila Abreu teve um segundo semestre digno de campeão na Stock Car (Foto: Fábio Davini)
“O ambiente no time é muito bom, com o Ricardo Zonta e o Thiago Meneghel, e o nosso entendimento só fortalece a equipe ano após ano. Sabemos a qualidade de todos no time e isso vai nos permitir começar o ano com tudo. O campeonato é duro, mas acredito muito na equipe Shell Racing”, complementou o #51.
 
Zonta, um dos pilotos mais experientes do grid, com 42 anos, teve performances de destaque, como na etapa do Velopark, onde brigou pela vitória com Cacá Bueno, ou na segunda etapa de Londrina. O curitibano provou a evolução da TMG em ritmo de classificação e, desde a etapa do norte do Paraná largou sempre entre os dez primeiros, tendo a chance de partir na pole-position e vencer a derradeira prova do campeonato, em Interlagos. 
 
De quebra, o dono do carro #10 triunfou na pista em outras duas provas, Goiânia e Campo Grande, mas acabou sendo desclassificado pelos comissários em decisões que causaram polêmica. O paranaense ainda foi o responsável, ao lado de Lico Kaesemodel, de dar à Academia Shell Racing o primeiro título do projeto nos carros, na Porsche Endurance Cup. Agora, para 2019, Zonta tem a chance de consolidar a grande ascensão na temporada passada e brigar por mais conquistas ao longo do ano.
Ricardo Zonta fechou 2018 no topo do pódio na Stock Car (Foto: José Mário Dias/Shell Racing)
“Este será meu quinto ano competindo pela Shell e fico muito satisfeito em dar sequência à trajetória com a marca. Meus resultados mais consistentes na Stock Car vieram com a Shell e fico especialmente feliz por, no ano passado, ter sido um dos pilotos do primeiro título da história da marca nos carros, no campeonato de Endurance da Porsche Cup”, recordou.
 
“As duas últimas temporadas, ao lado do Átila no time chefiado pelo Thiago Meneghel, foram muito positivas. Tivemos várias poles, vitórias, dobradinha e terminamos em terceiro os dois campeonatos de equipes. A segunda metade da temporada passada, então, foi especial, coroada com minha vitória largando na pole na corrida final, em Interlagos. O entrosamento com a TMG tem feito a diferença. Confio muito em todos nessa organização e espero começar 2019 com o mesmo nível do fim de 2018 para construir uma temporada memorável”, concluiu Zonta.
Átila Abreu, Thiago Meneghel e Ricardo Zonta: juntos novamente em 2019 na Stock Car (Foto: José Mário Dias/Shell Racing)
Por conta da indefinição sobre a permanência ou não da Shell Racing no automobilismo brasileiro, a renovação de Átila e Zonta com a TMG foi acertada ‘em cima da hora’, de forma bem distinta, por exemplo, do ano passado. A dupla foi a primeira a ter sua renovação confirmada, ainda em meados de 2017. “A gente começou nosso planejamento para 2019, bastante atrasado em relação a anos anteriores”, explicou Sfeir. 
 
Thiago Meneghel, chefe da TMG, comemorou a chance de abrir dar sequência a um trabalho de notório crescimento nos últimos anos na Stock Car. “Para nós, é uma alegria muito grande continuar mais um ano com a Shell, vindo de um histórico muito positivo: 2017 tinha sido o melhor ano para a Shell na Stock Car; 2018 foi melhor ainda, com mais vitórias. Então nosso objetivo é ter 2019 ainda melhor. Estamos com o time mais forte ainda que no ano passado, e tenho certeza de que será muito positivo”.
 
“Terminamos o ano passado na frente e vamos trabalhar muito para começar este da mesma forma. A Shell é o melhor patrocinador da Stock Car e esperamos atender às expectativas para fazer o melhor trabalho possível. A equipe inteira está motivadíssima”, declarou o engenheiro do time baseado em Americana.
Gaetano di Mauro (ao centro) é a grande novidade da Shell Racing para 2019 na Stock Car (Foto: Divulgação/Shell Racing)
Em meio a meses de incerteza, além da série de vitórias obtida por Átila e Zonta, Gaetano di Mauro se firmou cada vez mais como grande realidade no automobilismo brasileiro. Graças às performances marcantes não apenas na Porsche Carrera Cup — com destaque para o vice-campeonato na classe 3.8 e a conquista da vitória nos 500 Km de Interlagos —, mas também por uma atuação muito sólida em sua estreia na Stock Car como convidado da antiga equipe Hero. Emprestado pela Academia Shell Racing, o jovem paulistano mostrou todo o seu potencial que mostrou de vez o quanto está pronto para o próximo passo.
 
“O que aconteceu foi que, no segundo semestre, ou até um pouco antes, a gente começou uma sequência de vitórias e, nos últimos oito eventos, vencemos sete corridas. Fiquei numa situação ruim porque, ou eu mantinha a dupla de pilotos, que vinha entregando performance e resultados no segundo semestre, ou colocava em banho-maria um piloto que estava num momento importante e especial”, relatou Sfeir, que explicou a decisão de não apenas manter Átila e Zonta, mas também trazer Di Mauro ao grid da Stock Car.
 
“Os últimos testes que fizemos com o Gaetano, tanto na corrida de endurance da Porsche, como também na última prova da Stock Car, me deram a certeza de que esse garoto tinha de estar no meio. E, prezando pela performance da equipe, tinha de manter os dois. Então, nessa decisão, acabou que a gente conseguiu trazer o terceiro carro justamente porque era um momento especial que a gente estava passando. Do contrário, estaríamos na categoria com dois carros”, disse o executivo.
 
A perspectiva para 2019
 
Com a permanência de Átila e Zonta na TMG por mais um ano, o objetivo ao longo da temporada 2019 é claro: lutar pelo título da Stock Car tanto entre os pilotos como também entre as equipes. No último campeonato, o sorocabano fechou a tabela de pontos em sexto lugar, a dois tentos da quinta colocação. Zonta completou o ano em oitavo. A Shell V-Power completou mais um ano em terceiro lugar entre as equipes.
Vicente Sfeir é o líder do projeto que mais revela talentos no automobilismo brasileiro (Foto: José Mário Dias)
“O que espero, agora, para 2019, é que a dupla Átila Abreu e Ricardo Zonta continue performando, da mesma forma que terminaram a temporada 2018, que a TMG foque todos os seus esforços para manter a dupla de pilotos andando na frente e consiga, finalmente, proporcionar uma briga pelo título para a Shell Racing — porque, até hoje, nós nunca brigamos pelo título, nós nunca decidimos o título —, e esse é nosso principal objetivo para 2019”, comentou Vicente.
 
Quanto ao jovem Di Mauro, a Shell Racing trata 2019 como um ano de muito aprendizado e lapidação do talento do piloto em meio à elite do automobilismo brasileiro.
 
“Em paralelo, vou ter o Gaetano di Mauro estreando, sem aquela pressão da estreia, de representar uma marca como a Shell, e dar sequência na performance que os carros vinham tendo. Tenho o Gaetano estreando na Stock Car por uma equipe super competitiva, mas também, analisando um outro método de trabalho, que faz total sentido para a gente, que está buscando evoluir”, complementou.
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