Stock Car começa temporada modificada pela pandemia. O que vem de diferente?

A Stock Car enfim inicia seu 2020 de maneira estranha: sem ter um calendário definido e com possibilidades de variação no regulamento. Do lado bom, mais disputa na pista com os novos Cruze e Corolla

No próximo final de semana, nos dias 25 e 26 de julho, a Stock Car volta às pistas em meio à pandemia. Foram quatro meses de espera entre a data que originalmente abriria o campeonato, com a Corrida de Duplas, em março, e a nova, na mesma Goiânia.

Mas, fora do julgamento “devia voltar?”, ou de “precisamos salvar a economia!”, é preciso entender como a categoria retorna. Porque as mudanças foram várias em relação a 2019, outros fatores se mantiveram iguais, e o GRANDE PRÊMIO ajuda o fã a chegar para a classificação de sábado e as corridas de domingo preparado.

Corridas encurtadas

A etapa em Goiânia terá duas corridas no domingo. Mas, apesar dos comentários do público de que gostariam de provas mais longas, o contrário acontecerá: em vez dos 40 minutos tradicionais, elas terão 30 minutos, mais uma volta. A justificativa parece clara: com a pandemia, menos gente no autódromo, menos possibilidade de problemas, menos gastos. Porém…

Treinos de classificação também menores

Ao menos para Goiânia, a classificação de sábado também será encurtada, com apenas 30 minutos, contra a hora completa de 2019. O detalhe é que isso não significa menos tempo de pista, ou menos tempo no autódromo (o que diminuiria a aglomeração automática causada por tanta gente junta no mesmo local): antes da classificação, serão realizados não só um shakedown, mas dois treinos livres de 1h10min.

Outro detalhe curioso é que isso pode mudar: para Goiânia é previsto este treino curto, mas o regulamento publicado na última terça-feira (21) pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) indica que isso ocorre apenas no regulamento específico da etapa, já que no geral ainda há a previsão de Q3 (com meia hora de treino, ocorrerão apenas Q1 e Q2).

Arquibancadas cheias: não em 2020 (Foto: Luís França/Vicar)

Quantas etapas?

A previsão segue a mesma: 12. Mas o regulamento já aponta uma possibilidade menor: oito. “O Campeonato será composto por um mínimo de 8 (oito) e no máximo de 12 (doze) etapas de acordo com o calendário CBA”, diz o artigo 1. Uma das possibilidades é a realização de etapas duplas no mesmo local, com corridas no sábado e no domingo. Mas, sem os palcos definidos, não se sabe onde pode ocorrer tal tipo de rodada.

Quais palcos? E com gente nas arquibancadas?

Apenas um autódromo é certeza – dentro do que a pandemia permite – até o momento: Interlagos, com a Corrida do Milhão no dia 23 de agosto. De resto, a Stock vai encontrando locais em que decretos permitam a realização de eventos esportivos – e, assim, vai marcando provas. Cascavel é um exemplo: a cidade liberou a Copa Truck, mas na semana seguinte fechou novamente, o que impediu a Stock de para lá se locomover.

Mas uma coisa é comum em todas: arquibancadas vazias. Com a diminuição de pessoas nos autódromos, torcedores são o primeiro corte. Isso altera duas coisas: um, a visitação aos boxes antes das corridas, aos domingos; e dois, o planejamento de patrocinadores. Sem fãs, sem convidados, sem volta rápida. Vitor Baptista acabou sofrendo com tal questão, perdeu dois apoios, e não poderá correr em Goiânia.

Os novos Chevrolet Cruze e Toyota Corolla para 2020 (Foto: Duda Bairros/Vicar)

Toyota Corolla e Chevrolet Cruze

A principal mudança aos olhos do público, ao menos se espera, é a que vem nos carros: agora, em vez de um modelo único em todo o grid, serão dois. Buscando uma comparação mais fácil para os fãs com carros de rua, a Stock Car terá parte do grid com o Chevrolet Cruze, parte com o Toyota Corolla.

No caso da novidade Toyota, são menos equipes com o Corolla: RCM, Ipiranga e as duas duplas da Full Time.

Segue trecho do Diário Motorsport, parceiro do GP, com as explicações técnicas dos novos carros: “a diferença em relação ao que se viu até o ano passado está na carroceria que envolve a estrutura tubular. Se antes era uma bolha de fibra de vidro, agora as laterais e o teto são originais de fábrica. Todo o restante, entretanto, segue o padrão anterior. Há razões para isso. A rigidez e segurança do conjunto são maiores no tubular, se comparadas ao carro de rua. Até o assoalho, que mudou para uma prancha plana com partes em madeira, nada tem a ver com o monocoque original.”

Em termos de motor, a Quatro Rodas, outra parceira do GP, explica a potência: “Para os dois modelos está mantido a especificação V8 6.8 movida a etanol, capaz de render 460 cv de potência e 61,2 kgfm de torque, sem que o botão de ultrapassagem seja acionado. Com o “push to pass, a potência passa para 550 cv e o torque para 71,4 kgfm.”

O novo Toyota Corolla em teste pré-temporada (Foto: Duda Bairros/Vicar)

Pontuação

Para facilitar um pouco o fã que acompanha a categoria anualmente, a pontuação segue a mesma em relação ao polêmico regulamento de 2019, que aumentou o valor dado às corridas 2.

A largada para a corrida que fecha o final de semana segue invertendo os 10 primeiros colocados da primeira prova, enquanto a última etapa do ano tem a pontuação dobrada.

Confira abaixo (e salve a imagem para tê-la ao lado durante as etapas):

A pontuação para 2020 (Foto: Reprodução/CBA)

Pilotos e equipes

Por fim, há as mudanças nas equipes e no mercado de pilotos. Abaixo, confira todas as duplas – lembrando que há possibilidades de mudanças. Por exemplo: a R. Mattheis não confirma, mas Pedro Cardoso está no Fan Push como piloto da equipe.

Full Time: Rubens Barrichello e Matías Rossi
Full Time Sports: Nelsinho Piquet e Rafael Suzuki
Ipiranga: Thiago Camilo e Cesar Ramos
RC/Eurofarma: Daniel Serra e Ricardo Maurício
RCM: Ricardo Zonta e Bruno Baptista
TMG/Blau: Diego Nunes e Allam Khodair
Crown: Cacá Bueno e Julio Campos
Crown/Shell: Átila Abreu e Galid Osman
Cavaleiro: Marcos Gomes e Denis Navarro
Vogel: Gaetano Di Mauro e Lucas Foresti
KTF: Guilherme Salas e Sergio Jimenez (Vitor Genz substitui este em Goiânia)
R. Mattheis: Gabriel Casagrande
Hot Car: Tuca Antoniazzi

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