UFMG confirma mortes de animais durante etapa da Stock Car em Belo Horizonte
Eliane Gonçalves de Melo, responsável pelo Hospital Veterinário da UFMG, falou sobre o estresse dos animais por conta do barulho provocado pelos carros da Stock Car
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) confirmou a morte de animais por conta da exposição ao estresse causado pelo barulho dos motores dos carros da Stock Car, durante o ‘BH Stock Festival’, que acontece neste fim de semana em Belo Horizonte. O circuito de rua montado ao lado da universidade vem travando uma batalha judicial entre a universidade, moradores e comerciais locais e a organização do evento.
“Já registramos mortes de peixes que fazem parte da universidade. Observamos que os gatos da universidade somem durante os barulhos dos carros e só voltam depois. Alguns estão muito estressados. Começamos a reduzir nossos atendimentos que poderiam resultar em internação por conta da corrida”, disse Eliane Gonçalves de Melo, responsável pelo Hospital Veterinário da UFMG, ao GRANDE PRÊMIO.
De acordo com ela, a universidade, além de precisar realocar alguns animais, montou uma força-tarefa para monitorar em tempo real os animais pro conta da exposição sonora.
“Alguns animais foram realocados por conta do barulho em hospitais parceiros. Outros animais não foram realocados porque estão inseridos em estudos, como bezerros e cabras”, explicou. “Estamos com grupos de veterinários fazendo monitoramento em tempo real dos animais para tentar diminuir os efeitos da poluição sonora. Um estresse desse pode acabar, inclusive, com qualquer experimento”, completou Melo.
A Stock Car enfrentou dura resistência para realizar uma inédita corrida nas ruas de Belo Horizonte neste ano. Ativistas, moradores do entorno e membros de laboratórios de pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) protagonizam uma intensa batalha contra a etapa na capital mineira praticamente desde o anúncio do evento, no fim de 2023 — quando a cidade assinou acordo de cinco anos com a categoria. O caso chegou aos tribunais, mas a Justiça rejeitou o pedido do MPF (Ministério Público Federal) para suspensão e permitiu a realização da etapa.
O GRANDE PRÊMIO acompanhou todo o imbróglio e publicou reportagem sobre o caso. Dias depois, o jornalista Bernardo Castro, que faria a cobertura in loco, foi descredenciado por conta da publicação do texto factual. A atitude da categoria foi repudiada pelo GP.
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