Atrás do bicampeonato, Guintoli inicia temporada 2015 do Mundial de Superbike “orgulhoso por levar #1 para Honda”

“Eu ainda não sei como me adaptei à nova moto! Vamos ver assim que a temporada começar. Tem sido interessante até aqui usar a minha experiência para trabalhar numa moto nova que se encaixasse comigo. Também trabalhei em mim mesmo e meu estilo de guiar. Logo descobriremos se está funcionando”

A cobertura do Mundial de Superbike no GRANDE PRÊMIO

Aos 32 anos de idade, Sylvain Guintoli tem uma carreira longa dedicada ao motociclismo. Ele tinha 18 anos em 2000, quando chegou à 250cc, precursora da Moto2. Depois de seis anos, duas temporadas na MotoGP. Embora estivesse no pináculo do esporte, Guintoli não era exatamente um nome que se sobressaía. 

 
O destaque começaria a partir da parceria com a Suzuki, em 2009. Algumas corridas com vitórias e pódios no campeonato inglês de Superbike que o prepararam para chegar ao Mundial. 
 
E assim fez, com duas corridas naquele ano. Em 2010, a primeira temporada completa no Mundial de Superbike. Apesar da regularidade no ano de estreia, os pódios vieram apenas em 2011, já com a Ducati. As três primeiras vitórias chegaram em 2012. E não demorou até que o francês se tornasse um dos principais nomes do motociclismo. 
 
A mudança para a Aprilia, em 2013, significou brigar pelo título. Guintoli bateu na trave no primeiro ano, mas 2014 não escapou. Cinco vitórias, 16 pódios e a conquista.
 
Agora, 2015 traz mais uma mudança de casa. Sylvain vai para a Honda tentar ganhar o primeiro Mundial de Pilotos para a montadora japonesa desde que James Toseland, em 2007, o fez.
Sylvain Guintoli vestido de Honda (Foto: Getty Images)
“Tudo é diferente entre dois times, incluindo a moto, claro. A equipe do ano passado era 100% italiana, e a desse ano é quase 100% holandesa [a Honda é operada pela neerlandesa Ten Kate], então é completamente diferente, na verdade. Mas as experiências diferentes fazem a jornada ser interessante”, comentou, em entrevista ao GRANDE PRÊMIO, sobre a nova casa.
 
Claro que ao chegar numa nova equipe, Guintoli terá de lidar com uma nova moto. A nova CBR ainda está sendo conhecida pela equipe e pelos pilotos, e uma queda logo no primeiro dia de testes coletivos em Jerez acabou dificultando as coisas para o atual campeão, que vem fazendo tratamento no tornozelo.
 
“Eu ainda não sei como me adaptei à nova moto! Vamos ver assim que a temporada começar. Tem sido interessante até aqui usar a minha experiência para trabalhar numa moto nova que se encaixasse comigo. Também trabalhei em mim mesmo e meu estilo de guiar. Logo descobriremos se está funcionando”, concluiu sobre a chegada na Honda, seu quarto time na categoria.
 
“Infelizmente, nossos testes de inverno não foram ideais, por conta da temperatura e de uma queda forte logo no começo em Jerez. Os caras fizeram algumas mudanças na moto depois de testar em novembro, e eu logo pude dizer que estava feliz com essas mudanças. A moto é tão confortável de guiar, mas eu ainda não consegui acelerar mesmo numa pista seca. No molhado parecia excelente, então estou ansioso para começar propriamente”, disse.
 
Mas, claro, como defensor do título, Guintoli não vai ter tanto tempo para se acostumar com casa e equipamento. Como detentor do #1, o que se espera do francês são vitórias e disputa do título. Qualquer coisa diferente disso será decepcionante para muita gente.
 
“Estou muito orgulhoso do que alcançamos ano passado – é a melhor sensação e emoção. Estou orgulhoso em trazer o #1 para a Honda em 2015 no que será um grande desafio. É difícil saber o que esperar até começarmos a temporada e vermos como as novas regras afetam a todos, mas sei que quero ganhar mais corridas e campeonatos. É para isso que estou aqui”, falou.
 
E, segundo Guintoli, não houve mudança na preparação e não aumentou a ansiedade.
 
“Eu não mudei coisa alguma. Apesar de que desde a queda no teste em Jerez, as últimas duas semanas foram um pouco diferentes, porque eu tenho ficado mais tempo em tratamento. De qualquer forma, minha preparação física para a nova temporada é a mesma que nos outros anos”, garantiu.
 
“Você fica com exatamente os mesmos sentimentos da temporada anterior. A motivação é sempre forte, e o início da nova temporada de velocidade é sempre especial”, continuou.
Guintoli (Foto: Getty Images)
No novo projeto da Honda, Guintoli é o piloto provado ao lado do novato. Michael van der Mark sobe como campeão da Supersport já pela Honda. Em 2014, Sylvain tinha no experiente Marco Melandri o seu companheiro.
 
“Eu acredito que fazemos uma boa combinação. Michael está trazendo muita energia jovem para a equipe. E ainda que eu não seja tão velho, é bom ser alimentado com um pouco disso. Ao mesmo tempo, tenho muita experiência e creio que ele pode aprender com isso. Realmente espero que ele seja rápido e possa me empurrar desde o começo”, avaliou ao GP
 
“Temporada passada, Marco Melandri foi uma boa motivação para mim, porque ele é rápido e um motociclista comprovado. Isso teve um papel importante em minha vitória”, contou o dono do cinturão.
 
Além das mudanças de equipe, moto e companheiro, o francês terá de lidar também com mudanças técnicas no Mundial de Superbike (como especificado aqui).
 
“No papel, as novas regras devem fazer todos ficarem bem mais próximos, mas não sabemos mesmo até que a temporada comece propriamente. É sempre difícil julgar durante os testes, mas saberemos após os primeiros dias de corrida onde é que nos colocamos. Deve ser mais próximo na pista, e isso será bom para o show, tenho certeza”, analisou.
 
Por fim, Guintoli ainda revelou quem ele enxerga como principal rival ao título: si mesmo, sempre seu maior rival.
 
“Eu não penso em mais ninguém. Me concentro em mim e meu desempenho. Seu primeiro adversário é você mesmo, e essa é a filosofia que eu tive toda a minha carreira”, encerrou.
 
Prontos ou não, Guintoli, Tom Sykes, Jonathan Rea e todos os pilotos da categoria começam sua saga de 2015 neste sábado, em Phillip Island, na Austrália.
 
VAI COMEÇAR

Depois de uma intensa movimentação na estrutura das equipes e uma grande mudança no regulamento técnico, a temporada 2015 do Mundial de Superbike começa neste fim de semana com a etapa da Austrália, em Phillip Island. Com o cancelamento das provas de Moscou, na Rússia, o certame terá 13 rodadas duplas e, assim como aconteceu em 2014, se encerra com uma corrida noturna em Losail, no Catar.

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