Ofuscado pela Ducati, Rea já prevê pesadelo com retas da Tailândia: “Temos uma faca em um tiroteio”

Dominante nos últimos quatro anos, Jonathan Rea foi absolutamente ofuscado por Álvaro Bautista na estreia da temporada 2019 do Mundial de Superbike. Norte-irlandês reconheceu a força da Ducati e comparou a situação da Kawasaki com ter uma faca em um tiroteio

Jonathan Rea provou um pouco de seu próprio veneno na abertura da temporada 2019 do Mundial de Superbike. Dominante nos últimos quatro anos, o #1 foi absolutamente ofuscado por Álvaro Bautista, que conseguiu um hat-trick em sua estreia na série das motos de produção na Austrália.
 
 
Depois de ser absolutamente ofuscado no circuito de Victoria, Rea avaliou que as fraquezas da Kawasaki estão claras na comparação com a Ducati.
Jonathan Rea já admitiu que tem pesadelos com a força da Ducati nas retas da Tailândia (Foto: Provec)
“Está completamente claro onde nós estamos com dificuldade. No momento, nós temos uma faca em um tiroteio. E não há substituto para potência”, disse Rea. 
 
O tetracampeão, no entende, sente que não tem nada que a Kawasaki possa fazer, já que a ZX-10RR está dentro do regulamento do limite máximo de RPM.
 
“O que podemos mudar? Nosso chassi é incrível, a eletrônica está funcionando muito bem. Nossa moto é uma moto de € 18 mil de uma loja. Nós precisamos manter a Superbike o mais simples possível. Mas quando você tem especiais de homologação e uma moto que gira até 16 mil RPM ― tenho certeza que os técnicos estão arrancando os cabelos ―, por é muito fácil ver pela TV a vantagem que eles têm”, apontou. “Nos últimos anos, quando estive em forma dominante, eu nunca tive a moto mais rápida. Sempre foi uma tarefa árdua e uma questão de ter de encaixar todo o quebra-cabeças. Agora, o que nós estamos vendo ― não só nós ―, mas todas as fábricas têm uma grande desvantagem em relação à Ducati”, comentou.
 
“Eu estava reclamando com Pere [Riba] e a Kawasaki, mas a minha moto está sem seu melhor. Nós demos um passo em relação ao ano passado. Lamento mais pelos caras que estão com ainda mais dificuldade. Caras como Tom [Sykes] ou qualquer outro, que têm ainda menos potência”, declarou.
 
O motor da Ducati, embora legal, é bastante influenciado pela tecnologia desenvolvida pela fábrica na MotoGP, onde a velocidade superior sempre foi uma marca da Desmosedici. 
 
Rea entende, no entanto, que as fábricas não podem aportar altas somas em seus projetos para tentar criar algo capaz de encarar a Ducati.
 
“Isso não é lógico. As fábricas não podem fazer isso. Nenhuma das fábricas japonesas pode fazer isso, não é parte da filosofia deles. Eu não sou realmente um cara técnico, então eu não entendo, de verdade. Mas eu sei que, no momento, a vantagem que eles têm é demais para tornar interessante, para tornar a briga interessante”, ponderou. “Só posso ter pesadelos com as duas retas da Tailândia. A primeira reta tem 800 metros. Isso não é para menosprezar Álvaro, ele está fazendo um trabalho incrível. Foi incrível em ambas as corridas”, elogiou.
 
Por fim, Jonathan declarou que espera que o domínio de Bautista na primeira etapa da temporada tenha relação com o traçado de Phillip Island e não uma tendência da temporada.
 
“Eu realmente espero que essa não seja a tendência do campeonato”, disse Rea. “Quando eu estava seguindo Álvaro nas curvas mais curtas, éramos muito mais fortes. Então, felizmente para mim, vamos para pistas que têm muito mais curvas apertadas e freadas fortes, mudanças de direção. Estou em uma posição bem mais forte do que estava no ano passado. Infelizmente, os rivais tem uma vantagem enorme agora”, concluiu.
 
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