Redding diz que título britânico salvou carreira: “Eu não queria mais correr”

Escaldo pela Ducati para o Mundial de Superbike, Scott Redding revelou que a conquista do título no Campeonato Britânico de Superbike salvou sua carreira. O inglês explicou que já não tinha mais vontade de correr depois das decepções na MotoGP

Scott Redding vai começar uma aventura nova na temporada 2020: defender a Ducati no Mundial de Superbike. A história, no entanto, poderia ser diferente não fosse o título do Campeonato Britânico de Superbike.
 
Em entrevista ao site oficial da série das motos de produção, Redding revelou que pensou em abandonar o esporte e procurar outra ocupação. Depois de brigar pelo título da Moto2, Scott subiu para a MotoGP, mas a experiência com as motos de Honda, Ducati e Aprilia não deu os frutos desejados.
 
Sem se entender com a RS-GP da casa de Noale, Scott acabou sem vaga no Mundial e foi para o Campeonato Britânico de Superbike para defender a Paul Bird, uma equipe com equipamento Ducati.
Scott Redding (Foto: Ducati)
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“Eu estava acabado, não queria mais correr”, disse Redding. “Eu tinha 25 anos e pensava: ‘Cansei desse esporte’”, seguiu.
 
“Não estava me dando nada na minha vida. Não me sentia feliz e não sentia que estava sendo bem sucedido. Eu pensava em tentar outra coisa”, revelou. “Esgotado é uma boa maneira de colocar, porque não tinha uma luz no fim do túnel. Não tinha futuro para ansiar. Eu apenas tinha dificuldade, sofria, realmente odiava. E isso meio que me desgastou”, explicou.
 
“Eu lutei pelo título mundial da Moto2, que eu perdi por conta de lesão. Isso me machucou muito, mas eu tinha um novo desafio indo para a MotoGP e tentar ser campeão mundial era a minha meta, é o que eu acreditava que podia fazer. Mas eu apenas me sentia no lugar errado, no momento errado e tal. Para todos os lugares onde fui, não era o momento certo”, comentou. “A Aprilia foi como a última punhalada. Um time de fábrica, a moto do ano anterior não era tão ruim… Mas foi tudo a mesma coisa. Quando fui para lá, eles mudaram a moto ou mudaram algumas regras, o que quer que seja, e, de repente, a moto não funcionava. Isso só me desgastou, saber que tinha uma coisa que podia melhorar, mas eu não conseguia”, contou.
 
A passagem pelo Campeonato Britânico de Superbike, porém, mudou o destino de Redding. Campeão por uma diferença de só cinco pontos para o companheiro de equipe Josh Brookes, Scott garantiu o salto para o Mundial de Superbike.
 
“Isso meio que me fez pegar no tranco de novo, emocionalmente. Consegui de novo aquela chama de vencer”, explicou. “Não fui para lá pensando que precisava terminar no top-5. Eu precisava vencer. Muitas pessoas pensaram: ‘Bom, é isso, Scott está acabado, não vai dar conta das pistas, não vai conseguir. Eu ainda sou aquele garoto de Gloucester. Se preciso correr, vou fazer o melhor que posso”, assegurou.
 
“Foi a primeira vez na minha carreira que alguma coisa de fato saiu como o planejado. Foi uma sensação incrível que me impulsionou para ir ao Mundial de Superbike e tentar fazer o mesmo lá”, comentou. “Agora eu vejo que tenho uma carreira mais longa. E as experiências que tive no passado, até mesmo os momentos difíceis, vão ser a minha força neste paddock”, completou.
 
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