Com Barrichello, Kanaan e Nelsinho, Brasil tem 17 representantes nas 24 Horas de Daytona de 2013

Liderados pro Oswaldo Negri e Christian Fittipaldi, que já foram campeões em Daytona, o Brasil tem um recorde de 17 representantes na edição de 2013. Apesar disso, as chances de um novo triunfo não são muito grandes


► As imagens do Especial 2013 – 24 horas de Daytona

Janeiro, último mês de férias escolares, aquela época do ano em que muitos pais aproveitam para fazer a viagem dos sonhos e levar seus filhos para conhecer a turma do Mickey nos parques da Disney, em Orlando, na Flórida. Nessa época do ano, acontece uma verdadeira invasão brasileira nos parques de diversão e, às vezes, é muito mais fácil encontrar alguém falando português do que inglês.

Um pouco longe dali, a situação não é diferente. A cidade de Daytona Beach também vai ser invadida pelos brasileiros a partir deste sábado (26), quando as 24 Horas de Daytona começam a ser disputadas. Neste ano, um recorde de 17 representantes do país vão tomar parte em uma das mais tradicionais corridas do automobilismo norte-americano.

Oswaldo Negri lidera os pilotos brasileiros em Daytona (Foto: Divulgação)

►Com maior participação das fábrica, classe GT deve ter luta apertada em Daytona

Mas, na verdade, esse grid recheado foi montado de certa forma por acaso. De todo o esquadrão, Oswaldo Negri e Christian Fittipaldi são os únicos confirmados para participar de todas as corridas da temporada da Grand-Am. Para Daytona, o ex-piloto de F1 e Indy recebe a companhia de Felipe Nasr, que fechou em terceiro na edição de 2012, e de Nelsinho Piquet. O último piloto do país confirmado na categoria DP – entre os protótipos – é Bruno Junqueira, que acertou com o Team Sahlen.

Até aí, nada muito diferente do que aconteceu nos últimos anos. É verdade que Piquet e Junqueira estreiam na competição, mas todos os anos alguns brasileiros aparecem para correr em Daytona. A grande invasão, na verdade, se deu graças aos times da divisão GT, onde duas equipes brasileiras se inscreveram para participar da prova de 2013.

A primeira delas é a Via Italia Racing, que participou da Top Series no ano passado e vai correr em Daytona defendendo as cores da Scuderia Corsa. O time mais uma vez é capitaneado por Chico Longo, que escolheu um grupo muito jovem, mas bastante experiente em corridas de longa duração para andar nas 24 Horas. Além do chefe-piloto, a Ferrari ainda terá Xandinho Negrão, Daniel Serra e Raphael Matos.

A outra escuderia brasileira é a Dener Motorsport, responsável por preparar todos os carros da Porsche Cup. Essa não é a primeira vez que o time compete em Daytona, mas é a primeira que chega com uma escalação estrelar. O Porsche de número 21 terá Rubens Barrichello, Tony Kanaan, Ricardo Maurício, Nonô Figueiredo e Felipe Giaffone, confirmado de última hora.

Na outra máquina, Maurício e Nonô serão obrigados a fazer jornada dupla, mas terão a companhia de Constantino Júnior, Clemente Lunardi e Marcel Visconde, pilotos que competem regularmente na Porsche Cup.

Christian Fittipaldi é o outro brasileiro a já ter vencido em Daytona (Foto: Duda Bairros)

Agora que os pilotos estão devidamente apresentados, veja as chances de cada um deles na prova:

Oswaldo Negri – Michael Shank Racing
Negri, sem dúvida nenhuma, é o brasileiro mais experiente na Grand-Am. No último ano, competindo ao lado de A.J. Allmendinger, Justin Wilson e John Pew, o piloto conquistou uma surpreendente vitória na tradicional prova ao se aproveitar dos problemas dos Corvette DP – que estreavam na ocasião – e do bom rendimento do motor Ford.

Nos treinos coletivos, os carros da Ford voltaram a ter bom rendimento, mas isso não significa que as chances de Negri aumentaram. O principal problema para o piloto será a recuperação de uma lesão sofrida em uma queda de bicicleta durante a pré-temporada. Ele já foi liberado pelos médicos para correr, mas resta saber em que condições vai estar.

Christian Fittipaldi – Action Express
O outro brasileiro a já ter vencido as 24 Horas de Daytona na classificação geral é Christian Fittipaldi. O triunfo aconteceu em 2004, ao lado de Terry Borcheler, Forest Barber e Andy Pilgrim. Agora, quase dez anos depois, o ex-piloto de F1 e Indy se une aos compatriotas Nelsinho Piquet e Felipe Nasr, além do americano Brian Frisselle e do português João Barbosa rumo ao segundo título da carreira.

Na verdade, as chances de Christian são ainda maiores, já que ele também está inscrito no outro carro da equipe, ao lado de Barbosa, Burt Frisselle e Mike Rockenfeller. Embora a classe DP seja bastante competitiva, os dois carros têm boas chances, já que essa é praticamente a mesma equipe que conquistou a surpreendente vitória em 2010.

Felipe Nasr – Action Express
Não é comum pilotos das categorias de base europeias viajarem a Daytona para a disputa das 24 Horas. Mas devido a um prêmio pelo título da F3 Inglesa de 2011, Nasr já é um veterano na tradicional prova americana. Para 2013, o brasileiro tem boas chances de repetir o pódio do ano passado, já que a escalação da equipe Action Express – com Nelsinho, Christian, Brian Frisselle e João Barbosa – é melhor que a da Shank terceira colocada no último ano.

Para o brasiliense, ainda há um detalhe curioso nesta edição das 24 Horas de Daytona. Essa será a primeira vez que ele vai competir contra o dinamarquês Michael Christensen, desde o título da F-BMW Europeia, em 2009. Naquele ano, Christensen foi o grande rival de Felipe, mas acabou dando adeus ao título por ser pego com um motor fora das regras. Dessa vez, porém, não haverá duelo entre os dois, já que o nórdico está inscrito na divisão GT.

Nelsinho Piquet – Action Express
O piloto da Nascar já afirmou várias vezes que não gosta das corridas em super-ovais – Daytona e Talladega –, pois há muita coisa que foge do controle dos competidores. Agora, no entanto, Piquet enfrentará uma situação bastante diferente ao estrear no traçado misto. Com menos acidentes do que as provas da Nascar, o ex-piloto de F1 terá mais uma oportunidade de mostrar aos americanos que é sempre favorito em corridas neste tipo de circuito.

Felipe Nasr, Nelsinho Piquet e Christian Fittipaldi dividem um carro da equipe Action Express (Foto: Grand-Am)

Bruno Junqueira – Team Sahlen
O último brasileiro confirmado na divisão DP é Bruno Junqueira, que estreia em Daytona pelo Team Sahlen. Mesmo competindo ao lado de Simon Pagenaud, Wayne Nonnamaker e Dane Cameron – que chegaram a liderar os treinos coletivos – as chances do brasileiro não são grandes, pois a própria equipe está debutando na divisão DP após participar da GT nos últimos anos.

Nonô Figueiredo – Dener Motorsport
Nonô é um dos pilotos que estreiam nas 24 Horas de Daytona pela Dener Motorsport. O time, no entanto, não teve um bom desempenho nos treinos coletivos e deve ter dificuldades de conseguir um bom resultado final, embora corridas de longa duração abram espaço para situações surpreendentes.

Fazendo jornada dupla na tradicional corrida, as melhores chances de Figueiredo são no segundo carro da Dener – ao lado de Barrichello e Kanaan.

Constantino Júnior – Dener Motorsport
Muita gente não sabe, mas Constantino foi um piloto de relativo sucesso internacional. Em 1993, ele disputou a F3000 por algumas equipes pequenas e terminou o ano sem marcar pontos, mas com o oitavo lugar na etapa de Magny-Cours como melhor resultado. Depois disso, ele voltou a ganhar destaque com o título da Porsche Cup, em 2011.

Nesse meio tempo, ele negociou com Benetton e Simtek, na F1, mas acabou na função de presidente da Gol Linhas Aéreas e é um dos homens mais ricos do Brasil. Assim, chances de vitória em Daytona são baixíssimas, mas é uma excelente oportunidade para o piloto-empresário se testar contra competidores de outros países após tantos anos.

Clemente Lunardi – Dener Motorsport
Lunardi é um dos pilotos de maior sucesso na história da Porsche Cup, tendo vencido nove vezes em 109 corridas. A exemplo de Constantino, tem pouquíssimas chances de vitória em Daytona, mas pode aproveitar a prova para ver como se sai contra pilotos internacionais.

Marcel Visconde – Dener Motorsport
Visconde é outro piloto oriundo da Porsche Cup, mas com alguma experiência em endurance, por ter disputado as primeiras corridas da Top Series, em 2012.

Ricardo Maurício – Dener Motorsport
O atual campeão do Brasileiro de Marcas é outro piloto com experiência na F3000, onde teve uma passagem melhor que a de Constantino. Com o apoio da Red Bull, o paulista marcou 28 pontos entre os anos de 1999 e 2002, antes de voltar ao Brasil e fazer carreira na Stock Car.

Assim como Nonô Figueiredo, Maurício tem mais chances no carro que divide com Kanaan, Barrichello e Giaffone. E para conseguir esse bom resultado ele tem um trunfo na manga: já foi campeão de um torneio de endurance da TC2000, na Argentina, em 2009, ao lado de Norberto Fontana.

Rubens Barrichello retorna aos EUA após a preve passagem pela Indy (Foto: Rodrigo Berton / Agência Warm Up)

Rubens Barrichello – Dener Motorsport
Embora já esteja fechado para correr na Stock Car em 2012, Rubens Barrichello volta aos Estados Unidos para competir nas 24 Horas de Daytona. Mesmo sendo um dos pilotos mais vitoriosos desta edição da tradicional prova, Rubens tem poucas chances de terminar na frente na categoria GT. Além de estar estreando na prova, o principal problema para ele – e para a equipe Dener como um todo – será superar os times com apoio de fábrica (como Porsche, Audi, BMW e Ferrari).

Tony Kanaan – Dener Motorsport
Os cinco pilotos do carro número 21 da Dener – Tony, Barrichello, Felipe Giaffone, Ricardo Maurício e Nonô Figueiredo – têm currículos cheios de vitórias e títulos por onde passaram em suas careiras. Apesar disso, estar em uma escuderia privada e que retorna às competições internacionais após tantos anos é o que vai atrapalha-los na tentativa de conquistar um bom resultado. No entanto, por se tratar de uma corrida de longa duração, tudo pode acontecer.

Felipe Giaffone – Dener Motorsport
Felipe retorna aos Estados Unidos depois de anos competindo na Indy. Agora piloto da F-Truck, o paulista enfrenta a mesma dificuldade dos compatriotas em ter um equipamento abaixo dos times de ponta.

Chico Longo – Scuderia Corsa
O chefão da equipe é um dos brasileiros do grid com maior experiência em corridas de endurance, tendo participado de uma série de provas da modalidade no Brasil, nos últimos anos. Em 2012, competiu nas 6 Horas de São Paulo, do Mundial de Endurance e, agora, será a vez de encarar Daytona. A Ferrari tem mais chances que os Porsche de terminar na frente, mas sempre esbarrando na limitação de fazer frente a equipes com apoio de fábrica.

Raphael Matos – Scuderia Corsa
O mineiro é um dos pilotos brasileiros a já ter vencido as 24 Horas de Daytona. A bordo de um Mazda, ele terminou na frente na categoria GT em 2008. Agora, a situação é um pouco mais complicada. Embora a Ferrari brasileira conte com pilotos com ampla experiência em corridas de longa duração, o carro não esteve entre os ponteiros nos treinos coletivos.

Xandinho Negrão – Scuderia Corsa
Com passagens pela GP2 e pelo GT1, Xandinho é o piloto com menos experiência em provas de longa duração na Ferrari brasileira. Ainda assim, no GT1 ele se mostrou capaz de vencer provas e por isso deve ter o mesmo desempenho competitivo que os demais integrantes da equipe.

Daniel Serra – Scuderia Corsa
Eterno parceiro de Chico Longo nas provas de endurance, Serra tem um currículo extenso em competições internacionais. Desde 2007, o piloto participou de provas na Le Mans Series, no GT Open espanhol, na TC 2000 e no GT1. Agora está na hora de adicionar a Grand-Am ao resumo. Mesmo contando com companheiros rápidos, jovens e experientes, vai ser preciso uma boa dose de sorte para que a Ferrari brasileira termine na frente.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias do GP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.