Coluna Apex, por Andre Jung: Na pressão

O que se viu foi um desempenho medonho. E Felipe caiu da oitava para a décima terceira posição. Sem nenhum problema no carro e sem que fatores extraordinários tenham contribuído para tamanha decadência

Rob Smedley está otimista com seu novo time: os novos componentes, ao contrário do que ocorria no ano passado, vingaram, o carro melhorou e, ao final do GP da Espanha, ele vaticinou: “Temos o terceiro melhor carro do grid!”

Uma ótima notícia para o moral da equipe que um dia dominou o Mundial, mas que terminou 2013 com a pior temporada de toda sua existência. No entanto, essa mesma notícia evidencia o tamanho do fiasco que foi a participação de Felipe Massa em Barcelona.

(Ilustração: Marta Oliveira)

Depois de andar com consistência durante os três treinos livres, assim como nas duas primeiras fases da classificação, Felipe errou no último trecho de sua única volta lançada no Q3, o que o deixou com a nona e última posição entre os que marcaram tempo — Vettel, com problemas, nem chegou a completar volta rápida.

Ok, quinta fila não é lá uma maravilha, mas Felipe voltou a largar bem, embora tenha sido forçado a tirar o pé ao ser encaixotado no final da grande reta, para alcançar o oitavo lugar na primeira volta. Uma posição na qual se poderia (e deveria), a bordo do carro da terceira equipe mais veloz na Espanha, construir uma prova sólida.

O que se viu foi um desempenho medonho. E Felipe caiu da oitava para a 13º posição. Sem nenhum problema no carro e sem que fatores extraordinários tenham contribuído para tamanha decadência.

"A estratégia das três paradas não funcionou, havia sempre alguém na frente no momento em que eu tinha pneus novos no carro.” Assim Massa justificou essa corrida medíocre. Lamentável. Com a mesma estratégia, Vettel saiu em 15º, perdeu uma posição na largada e, dali, sem um carro com velocidade em reta, conseguiu galgar posições até colocar seu Red Bull em quarto lugar, atrás de seu companheiro de equipe. O melhor carro fez os dois primeiros lugares, o segundo melhor carro, as duas posições a seguir, o terceiro melhor carro, um quinto e um décimo terceiro lugares.

Tem mais, Alonso, com carro inferior ao de Felipe, também usou a estratégia das 3 paradas para ultrapassar seu colega de equipe e conquistar a sexta posição, a duas voltas do final. Não dá para explicar esse resultado, e agora o brasileiro volta a ser pressionado. De fato, poucos pilotos, até onde minha memória alcança, tiveram tantos desempenhos decepcionantes e continuaram a ser respaldados, como Massa tem conseguido desde que retornou de seu grave acidente.

Cada vez mais, Felipe Massa vai emulando Rubens Barrichello. Correu na Ferrari, mas quando teve carro para ser campeão, foi o outro piloto que venceu e, na vida pós-Ferrari não vem conseguindo se impor diante do companheiro de equipe, como Rubens quando teve Button ao lado.

A pista de Barcelona foi talhada para corridas chatas, mas dessa vez tivemos a oportunidade de assistir Sebastian Vettel correr como campeão, coisa que ainda estava por dever. Pressionado pelo excelente desempenho do companheiro de equipe, o alemão contornou o azar que o acompanhou durante a sexta e o sábado, para brindar a platéia com uma recuperação estupenda, que, em se tratando de Barcelona, pode ser considerada uma façanha digna dos melhores.

Pior que Massa tem sido Pastor Maldonado. O venezuelano está perdido, erra com incrível frequência, bate nos locais mais estapafúrdios e parece que seu tempo de F1 está se esgotando. Não deixará saudades.

Kimi Räikkönen conseguiu andar no mesmo ritmo de Alonso pela primeira vez. O finlandês, com sua autoconfiança indestrutível, parece ter conseguido encontrar um caminho para fazer a Ferrari mais confortável ao seu estilo de guiar e, pela primeira vez no ano, fez o que dele se esperava: incomodou o espanhol.

Correndo por migalhas em seu GP doméstico, Alonso coloca a Ferrari no centro nevrálgico das especulações. "Se não pode vencê-lo junte-se a ele”, essa é a lógica por trás das afirmações de que os italianos resolveram abrir o cofre e fazer o que for necessário para trazer Adrian Newey. Só resta combinar com ele, que não para de fazer juras de amor à Red Bull. O próprio Alonso, dizem, já está mais pra lá do que pra cá no que se refere ao seu endereço para 2015.

Enquanto isso…

… na semana em que cheguei aos 5.3, comemoro a publicação da Apex número 200…

… com 200 colunas da pra construir um templo…

… o meu seria para as mulheres, começando pela minha, que, vem ilustrando, com arte e astúcia, essa coluna desde o tempo do guaraná de rolha (com a licença do amigo Athos Costa).

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.