Toro Rosso recebe Honda sem desconfiança e prioriza liberdade de trabalho para crescer. E Red Bull já fica de olho

Os primeiros quatro dias de testes mostraram que a parceria Toro Rosso-Honda deve ser mais frutífera do que o esperado. A equipe de Faenza e a fabricante japonesa imprimiram um ritmo constante, e a dupla de pilotos andou por mais de 1.500 km, mostrando que a confiabilidade pode ser o ponto mais forte deste projeto, o que já coloca uma pulga atrás da orelha da Red Bull

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É bem verdade que a primeira semana de testes coletivos da F1 foi amplamente prejudicada pelo clima instável e frio intenso em Barcelona, mas é igualmente certo dizer que já possível tirar conclusões a partir do desempenho de algumas equipes, particularmente da parceria Toro Rosso-Honda, que surgiu depois de um acordão que envolveu a ida da Renault para a McLaren e a contratação de Carlos Sainz pela montadora francesa. O anúncio do fornecimento de motores para a equipe de Faenza aconteceu em setembro, já no limite para o desenvolvimento do novo carro. Ainda assim, as duas empresas trabalharam duro para entender as diferenças e estabelecer uma comunicação eficiente a fim de construir um STR13 forte e competitivo. E o que se viu nos primeiros quatro dias de atividades é que o conjunto é bem-nascido e que o fato de a Toro Rosso ter aceitado sem desconfiança o projeto dos nipônicos se mostra uma decisão correta.

 
Logo de cara, na segunda-feira, dia 26, Brendon Hartley cravou a oitava melhor marca da sessão, depois de completar impressionantes 93 voltas. O neozelandês não enfrentou qualquer problema e deixou carro com a melhor das impressões, classificando o desempenho como “fantástico”. Pierre Gasly ainda percorreria mais 229 giros ao longo da semana, igualmente sem falhas graves. A performance despertou curiosidade e houve quem falou em ironia, dado todos contratempos vividos pela McLaren nas últimas três temporadas. 
 
Quando foi anunciado no ano passado, o acordo entre Toro Rosso e Honda foi cercado de desconfiança, principalmente por conta do fracasso da associação entre os japoneses a e a McLaren nos últimos anos. Só que, em 2018, o cenário parece bem diferente. O carro do time chefiado por Franz Tost percorreu mais de 1.500 km, mostrando uma promissora confiabilidade, ainda que a velocidade não tenha sido o ponto de alto nestes primeiros dias da pré-temporada. O STR13 precisou de uma caixa de câmbio completamente revisada, assim como um novo desenho do chassi para acomodar a unidade de potência japonesa.
Brendon Hartley foi o primeiro a ir a pista com o novo Toro Rosso Honda (Foto: Honda)
Assim sendo, a palavra que mais se ouviu em Barcelona sobre a performance apresentada pelo STR13 Honda foi ‘surpresa’. Só que isso não se aplica em Faenza – todos nos time estão confiantes e otimistas em uma relação que é, além de técnica, também comercial. "Eu acho que se você olhar para a situação do ano passado, é uma surpresa, mas se você olhar para o quanto eles trabalharam nisso, é menos surpreendente. Vendo as instalações que eles possuem e o desespero que têm para fazer tudo funcionar, não é uma surpresa para mim agora", afirmou James Key, o diretor-técnico da Toro Rosso, aos jornalistas, incluindo o GRANDE PRÊMIO, em Barcelona.
 
"Obviamente, você nunca sabe até que o carro vá para a pista e tenho de dizer que não houve nenhum problema importante. Qualquer pequeno detalhe que houve, na verdade, foi do nosso lado. Eles são tranquilos de se trabalhar. Eles são muito inclusivos, eles participam de todas as reuniões para que todos nós saibamos o que está acontecendo. Neste momento, estamos trabalhando juntos na otimização de tudo. Até agora a relação tem sido muito afetuosa e tenho certeza de que seguirá assim", completou.
 
"Mas o que importa é ter um motor e um chassi competitivos. É um ano de construção e estamos um pouco atrasados com o motor. Ainda há algumas coisas a fazer do lado do chassi e do motor, mas a nossa prioridade é fazer tudo de forma correta. Uma vez feito isso, então estaremos livres para desenvolver."
 

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Depois de reconhecer que o trabalho começou de forma tardia, devido à tensa negociação no ano passado, Key deixou claro que, nesta nova fase da Honda, nenhuma peça ou atualização da McLaren foi reutilizada na Toro Rosso. "Por que queremos um pouco de McLaren em um carro da Toro Rosso? Tudo é nosso, até a caixa de câmbio. Os elementos internos são comuns com a Red Bull, mas são projetados conjuntamente. O sistema de combustível é nosso, assim como os sistemas eletrônicos e de controle. Tudo nesse projeto é da Toro Rosso. E tem de ser assim com os diferentes motores porque existem diferenças fundamentais com a compatibilidade", explicou o engenheiro inglês, que atendeu pacientemente todos os repórteres no Circuito da Catalunha.
 
A Toro Rosso compreende que é um enorme desafio fazer a Honda funcionar bem no carro e acha que o projeto traz uma "pressão positiva". "É um acordo de trabalho, é um esforço combinado. Estamos desenvolvendo tudo em conjunto. Para falar a verdade, o trabalho de design para o próximo ano já está em andamento. Então, tudo isso é muito único para o nosso relacionamento também."
 
"É uma responsabilidade pesada, na verdade", admitiu Key. "Estamos ansiosos para isso, é uma pressão muito positiva. Mas também é uma grande responsabilidade fornecer aquilo que é necessário para que a Honda possa progredir", acrescentou.
 
E o segredo para um projeto bem-sucedido, segundo o engenheiro, é a liberdade de trabalho de ambos os lados, agora uma prioridade nas garagens italianas. "Certamente, a nossa meta é tentar dar à Honda a liberdade que eles precisam para fazer as melhorias necessárias. No curto tempo que tivemos para colaborar no motor de 2018, algumas pequenas áreas ainda necessitam de cuidados. Fundamentalmente, o objetivo é apoiá-los em tudo. Tenho sensação de que eles apreciaram isso, porque há várias coisas que querem testar e nós os apoiamos, particularmente no que diz respeito à adaptação entre o motor e o chassi, que é algo complexo, mas que estamos já acostumados devido também às últimas mudanças que sofremos com Renault e Ferrari. Nós apenas dissemos a eles: nos deixe saber o que vocês querem fazer e vamos ajudar", contou. De fato, parece haver mesmo um relacionamento de cumplicidade maior nos boxes da Toro Rosso.
 
Com toda a certeza, e levando em consideração toda a experiência traumática sofrida pela McLaren, a Toro Rosso deseja apenas falar a mesma língua que a Honda. E talvez esteja aí a chave para um início de parceria tão promissor. “Somos duas partes que falam línguas diferentes e que precisam falar uma terceira para se entender, mas há um enorme esforço de ambas as partes, e isso é muito positivo”, falou James ao GRANDE PRÊMIO.
Pierre Gasly foi o piloto que mais andou nesta primeira semana da pré-temporada (Foto: AFP)

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A Honda, de outro lado, segue com a mesma percepção. "Estou razoavelmente satisfeito com a forma como essa primeira semana aconteceu, pois conseguimos completar a maior parte do nosso programa sem problema. Sinto que demos um passo positivo neste primeiro e importante teste com a Toro Rosso", disse Toyoharu Tanabe, o diretor-técnico da montadora japonesa.

 
O início da parceria Toro Rosso-Honda, portanto, parece fadado ao sucesso no pelotão intermediario, embora ainda falte performance ao conjunto. E é nisso que a Red Bull está de olho. A irmã mais velha está no último ano de acordo com a Renault, que, neste momento, tem um pacote mais competitivo. Só que a relação entre as duas já não é mais como antes e há pressão por desempenho de todos os lados. Christian Horner, o chefe dos rubrotaurinos, expressou mais de uma vez em Barcelona a preocupação com a maneira como a Renault vai tratar suas clientes neste ano e o quanto será capaz de melhorar ao longo da temporada. 

Já a montadora francesa estabeleceu o GP de Mônaco, no fim da maio, como prazo para os austríacos decidirem se vão querer seguir com o fornecimento de motor ou vão partir para outra fabricante. Pelos lados dos energéticos, a Honda é a bastante atrativa também, especialmente diante deste início com a Toro Rosso.

Helmut Marko, o conselheiro da Red Bull, ressaltou que observa de perto o trabalho da caçula. Outra equipe que, ao menos de longe, olha para esse desempenho de Faenza é a McLaren, que, embora satisfeita com a Renault até aqui, pode até ter um pinguinho de arrependimento se o projeto, de fato, vingar como a confiança de Tost e dos japoneses demonstram até aqui, além de tudo que se viu na pista até agora. 

A F1 volta agora somente na próxima semana, com mais quatro dias de testes em Barcelona. A previsão do tempo não aponta mais um frio severo, mas existe uma grande chance de chuva para os primeiros dias. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL, na cobertura IN LOCO da repórter Evelyn Guimarães.

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