No Lado a Lado de hoje, o GRANDE PREMIUM destaca os números de Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara, os dois brasileiros da Fórmula E, em suas duas últimas temporadas da categoria
Prestes a entrar em mais uma temporada em janeiro, a décima de sua história, a Fórmula E novamente terá dois brasileiros no grid: Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara. Por um lado, o campeão de 2016/17 entra em uma nova fase com a Abt Cupra, sua quarta equipe nos últimos quatro anos, enquanto o mineiro permanece para uma segunda participação com a ERT — que se chamava NIO até o fim do último campeonato.
No Lado a Lado de hoje, como um esquenta para a temporada que está por vir, o GRANDE PREMIUM compara as últimas duas temporadas de cada um deles, trazendo alguns dos números mais importantes que Di Grassi e Sette Câmara conquistaram em suas duas participações mais recentes. Confira!
Lucas Di Grassi 2022 — Venturi
- 16 corridas
- 1 vitória (Londres 2)
- 4 pódios (Diriyah 2, Nova York 1, Londres 2 e Seul 1)
- 11 top-10
- 126 pontos
Lucas Di Grassi 2023 — Mahindra
- 16 corridas
- Nenhuma vitória
- 1 pódio (Cidade do México)
- 3 top-10
- 32 pontos
De um ano para o outro, Di Grassi viveu um verdadeiro choque de realidade na Fórmula E. Com a Venturi, equipada com motor Mercedes, o brasileiro tinha um carro competitivo em mãos e conseguia marcar pontos com frequência. Na segunda metade da temporada, mais adaptado à nova equipe, subiu de nível e passou a superar inclusive o companheiro Edoardo Mortara, que fazia seu quinto ano no time monegasco e brigava pelo título. No fim, terminou em quinto lugar no Mundial de Pilotos.
A Mahindra, por sua vez, representou um degrau bastante abaixo para o brasileiro. Tudo começou bem, com uma pole e um pódio na abertura da temporada, na Cidade do México, mas foi isso. Com um carro extremamente deficiente na regeneração de energia, Di Grassi tentava largar o mais próximo possível do top-10 nas classificações, mas sabia que andaria para trás ao longo das corridas. Para pontuar, só com a ajuda de fatores externos.
Em 2024, mais um ano difícil se aproxima com a Abt Cupra, que usa justamente os motores Mahindra. No entanto, 2025 pode oferecer um horizonte completamente diferente, já que as equipes clientes — como é o caso do time alemão — podem buscar novas fornecedoras no grid. Em uma operação com a qual já foi campeão [a Abt era parceira da Audi nos tempos áureos de Lucas na categoria], a expectativa é de voltar a ter um carro competitivo a partir de então.
Sérgio Sette Câmara 2022 — Dragon
- 16 corridas
- Nenhuma vitória
- Nenhum pódio
- 1 top-10
- 2 pontos
Sérgio Sette Câmara 2023 — NIO
- 16 corridas
- Nenhuma vitória
- Nenhum pódio
- 2 top-10
- 14 pontos
As estatísticas de Sette Câmara em 2022 podem dar a impressão de que o brasileiro fez uma péssima temporada, mas a verdade é que os dois pontos conquistados com a Dragon representaram um milagre. Com um dos piores carros que a Fórmula E já viu, a equipe americana — um braço da Penske, que se aliou à DS em 2023 — se arrastava nos últimos lugares com uma bateria que simplesmente não suportava as distâncias das corridas.
Os dois pontos vieram em uma corrida espetacular em Londres, um dia depois de Sette Câmara ficar sem bateria na pista ao ser enganado pelo painel — que mostrava uma porcentagem diferente do que o carro realmente tinha. Os problemas vinham de toda parte, e o brasileiro conseguiu se destacar em ritmo de classificação e conquistar os únicos dois tentos do time no ano. Heroico.
O ano de estreia na NIO, por outro lado, poderia ter sido melhor. A verdade é que o carro chinês — que será ERT a partir de 2024 — também não é grandes coisas em termos de regeneração de energia, mas está vários degraus acima da Dragon. Em um ano que pareceu de adaptação, Sérgio sofreu ao ser atrapalhado em várias classificações e não conseguiu ganhar terreno com constância nas corridas. Ainda assim, somou o melhor resultado do time no campeonato, com um quinto lugar em Hyderabad.
A competição com o companheiro Dan Ticktum, no entanto, deixa claro como Sette Câmara tem espaço para melhorar em 2024. Enquanto o brasileiro pontuou em duas ocasiões, o britânico foi ao top-10 sete vezes e fez o dobro de pontos — 28 a 14. Em sua segunda participação pela equipe, Sérgio terá um ano vital para mostrar como pode ser seu futuro na Fórmula E.
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