Última etapa do WEC, Le Mans tem Alonso perto do primeiro título em 13 anos e Negrão na luta na LMP2

Depois de uma temporada dominada pela Toyota, nada mais justo que os carros #8 e #7 fechem como únicos candidatos ao título na LMP1, com o trio Fernando Alonso/Sébastien Buemi/Kazuki Nakajima em clara vantagem. Na LMP2, o brasileiro André Negrão, ao lado de Nicholas Lapierre e Pierre Thiriet, vive briga encardida pelo caneco

As 24 Horas de Le Mans costumam ser uma atração por conta própria – a corrida francesa é, para muitos, a mais icônica do automobilismo mundial. Certamente já seria suficiente para valer a atenção do público ao longo do próximo fim de semana. Mas a edição de 2019 traz um elemento extra: por conta do calendário ‘europeu’ do Mundial de Endurance na temporada 2018-19, a prova também decide os campeões. Ao longo das quatro classes, em maior ou menor escala, tudo está em aberto quando o assunto é luta pelo caneco.
 
Na LMP1, como era de se imaginar desde o começo da temporada, a briga envolve apenas os trios da Toyota. Os carros #8 e #7, protagonistas até aqui, abriram grande vantagem sobre o terceiro colocado, a Rebellion #3, já fora da briga. Assim, os trios Fernando Alonso/Sébastien Buemi/Kazuki Nakajima e Mike Conway/Kamui Kobayashi/José María López tem apenas que se atentar um ao outro. Mas existe um favorito claro: Alonso/Buemi/Nakajima chega a Le Mans com 31 pontos de vantagem, sendo que 38 estão em jogo.
 
Isso significa que o trio do #8 é campeão somando apenas 7 pontos no domingo. Assim, o sétimo lugar – equivalente a 9 pontos – seria suficiente, mesmo com o #7 vencendo. Como os carros japoneses tendem a garantir dobradinha em condições normais, fica claro que só um abandono de Alonso/Buemi/Nakajima poderia chacoalhar o campeonato. Nesse cenário, Conway/Kobayashi/López ainda teria a obrigação de vencer.
A briga pelo título da LMP1 é entre o #7 e o #8 da Toyota (Foto: Reprodução/Twitter)

O título teria significados especiais para os três pilotos do #8, mas por motivos diferentes. Buemi seria bicampeão do WEC, enquanto Nakajima teria tal honra pela primeira vez após anos de dedicação. Para Alonso, seria o fim de um longo jejum: o último título do espanhol foi na Fórmula 1 em 2006, 13 anos atrás. Seria, de quebra, o terceiro título considerado mundial pela FIA – contando, claro, os dois da F1.

 
Na LMP2, a briga é mais encardida – e envolve brasileiro. André Negrão compõe com Nicholas Lapierre e Pierre Thiriet o trio do #36 da Signatech Alpine, hoje líder com 143 pontos. O problema é que Ho-Pin Tung, Gabriel Aubry e Stéphane Richelmi do #38 da Jackie Chan – sim – aparecem logo atrás, com 139.
 
A diferença de 4 pontos significa que se o vencedor for um dos dois, ele automaticamente será campeão. O mesmo vale para terminar em segundo ou terceiro, estando o rival direto atrás. A vantagem do #36 só começa a contar de quarto para trás: nessas posições, terminar apenas um posto atrás do #38 basta para ser campeão.
André Negrão é o único brasileiro com chances de título, pela Alpine na LMP2 (Foto: Reprodução/Twitter)

É possível ainda que uma zebra surja e saia campeã. Pastor Maldonado, o próprio, e Roberto González aparecem 26 pontos atrás dos líderes, representando a DragonSpeed. Nesse cenário, é preciso vencer e torcer para que os dois primeiros não terminem no top-5.

 
O campeonato mais próximo de estar decidido é o da LMGTE Pro. A campanha superior de Michael Christensen e Kévin Estre com o Porsche #92 trouxe 140 pontos, 36 a mais do que o Porsche #91, dos companheiros Gianmaria Bruni e Richard Lietz. Só um cenário faz o #91 sair de Sarthe como campeão: vencer e torcer por abandono do #92.
Na GTE Pro, dois carros da Porsche chegam a Le Mans com chances de título (Foto: Reprodução/Twitter_

A matemática volta a ser um tanto mais elaborada na GTE Am. Passada a punição ao #77 da Dempsey Proton por irregularidades no sistema de reabastecimento nas primeiras quatro corridas, duas delas resultando em vitórias, a classe tem Jörg Bergmeister/Patrick Lindsey/Egidio Perfetti na liderança. São 113 pontos, enquanto Thomas Flohr/Francesco Castellacci/Giancarlo Fisichella somam 90.

 
Os 23 pontos de vantagem permitem a Bergmeister/Lindsey/Perfetti levar o título apenas com um quinto lugar, no caso do trio vice-líder vencer. Em caso de abandono, a torcida passa a ser para os rivais não irem ao pódio.
 
As 24 Horas de Le Mans de 2019 acontecem no próximo fim de semana, entre os dias 15 e 16.


 
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